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terça-feira, 30 de agosto de 2011

OSVALDINHO DA CUÍCA N´O BRASIL TÁ NA MODA

Osvaldo Barro, para a família,
Osvaldinho da Cuíca, para o povo.
Esse Osvaldo/Osvaldinho nasceu ao som do batuque do extinto Cordão de Campos Eliseos, no bairro paulistano do Bom Retiro, berço do timão Corinthians.
Foi num dia de carnaval que isso ocorreu, em 1940.
Muito cedo, pequeno de 15 anos, ele já batucava feito gente grande nos instrumentos de percussão que lhe caiam às mãos. Tanto, que com ele a cuíca - instrumento de origem africana - logo ganharia prestígio, como prestígio ganharia também, no começo dos anos de 1950, o cavaquinho nas mãos do grande Waldyr Azevedo, autor do choro Brasileirinho e do baião Delicado.
Não à toa, Osvaldinho (foto), que o povo consagrou como Osvaldinho da Cuíca, se transformou no mais respeitado cuiqueiro do País.
Ao longo do tempo, Osvaldinho se apresentou e gravou discos com centenas de nomes importantes da nossa música popular, como Orlando Silva, Nélson Gonçalves, Beth Carvalho, Toquinho, Vinicius de Moraes, João Nogueira, Martinho da Vila, Germano Matias, Geraldo Filme, Eduardo Gudin, Ismael Silva, Nélson Cavaquinho, Cartola, Elton Medeiros, Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola, Zé Kéti, Ângela Maria e Clementina de Jesus.
Ele chegou até a participar da trilha sonora do filme clássico Orfeu Negro, premiado em Cannes com a Palma de Ouro, prêmio disputadíssimo por todos que fazem cinema, seja no Brasil seja em que país for.
Esse cuiqueiro, autor de um enorme repertório musical, também integrou por longo tempo, em duas ocasiões, o grupo vocal-instrumental Demônios da Garoa.
A cuíca, também chamada por alguns de quinca, adulfe, roncador e omelê, passou a integrar baterias de escolas de samba nos anos de 1930, no Rio de Janeiro e depois em São Paulo.
Outra coisa: Osvaldinho é fundador da Ala de Compositores da Escola de Samba Vai-Vai e também das escolas Gaviões da Fiel e Acadêmicos do Tucuruvi.
E correu mundo: Japão, Estados Unidos, França, Itália, Holanda.
Gênio esse sambista, ritmista, passista e compositor paulistano?
Que nada, ele, na sua simplicidade franciscana se considera apenas um bom cuiqueiro e dançador de samba.
Detalhe: ele foi o primeiro artista a ganhar o título de Cidadão Samba de São Paulo, num concurso promovido pela Secretaria de Turismo do Município de São Paulo em 1974, ano de sua estréia em disco pelo selo Marcus Pereira.
É de Osvaldinho também o título de Embaixador Nato do Samba Paulista, conferido pela União das Escolas de Samba Paulistanas, Uesp.
Ele é o meu convidado especial hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento todos os dias, ao vivo, pela Rádio Trianon AM 740; no ar, a partir das 14 horas. Na ocasião, ele mostrará samba-enredo para o carnaval de 2012. Viaja sábado à Cuba.

TEATRO DESPUDORADO
Apresentar aos espectadores mundos marginalizados, e de certo modo desconhecidos e desprezados pela sociedade em que vivemos. Pelo menos é essa a idéia da 2ª Mostra de Teatro Despudorado promovida pelo Centro Cultural do BNB, em Fortaleza. Na programação da Mostra, classificada para pessoas a partir de 18 anos e que começa no próximo sábado 3, estão as peças Silvestres, Barrela e Navalha na Carne, as duas últimas de Plínio Marcos. Mais informações pelo telefone 85.3464.3108, com o jornalista Luciano Sá, assessor de imprensa do BNB.

ROLANDO BOLDIN
O cantor, compositor, instrumentista e apresentador do programa Sr. Brasil, pela TV Cultura, conta que está de malas arrumadas para uns dias de férias na Itália e redondezas. Viaja sábado e volta só em outubro.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MACUNAÍMA, JÂNIO E SARNEY. ALGO EM COMUM?

Não há como dizer o contrário: o modernista paulistano Mário de Andrade, de batismo Mário Raul de Moraes Andrade, da safra de outubro de 93 do século 19, foi, de fato, um cidadão que encontrou na cultura literária (e musical) o caminho para agitar o Brasil do século 20 e até hoje, com seus escritos de grande importância documental e de esclarecimento.
Exemplos são muitos, como as cartas que enviou a centenas de intelectuais maduros ou em formação, mas que não queria que fossem publicadas depois da sua morte, como segredou ao poeta pernambucano Manuel Bandeira: “As cartas que mando pra você são suas. Se eu morrer amanhã não quero que você as publique. Essas coisas podem ser importantes, não duvido, quando se trata dum Wagner ou dum Liszt, que fizeram também arte pra se eternizarem. Eu amo a morte que acaba tudo. O que não acaba é a alma e essa que vá viver contemplando Deus”.
Pois bem, agora mesmo acabo de ler 71 Cartas de Mário de Andrade, Coligidas & Anotadas por Lygia Fernandes (Livraria São José; s/d).
Nessas cartas, o missivista fala de tudo.
Nada lhe escapa.
A sua visão crítica aparece com clareza nas observações que faz a obras que marcaram época, como A Bagaceira, de José Américo de Almeida.
Em carta a Alceu de Amoroso Lima, o Tristão de Ataíde, datada de 22 de abril de 1928, ele diz:
“Acho de fato um livro muito bom, mas muito irregular. O assunto geral, sobretudo, tem um ar de coisa já sabida, já lida que agúa bem o livro”.
Depois, ele reconhece:
“Esse paraibano (José Américo) é de força”.
Ao mesmo Tristão, que parece não ter gostado de ser chamado pelo pseudônimo (“Está feito. De hoje em diante você fica sendo Alceu de Amoroso Lima pra todos os efeitos da camaradagem”), Mário revela que um de seus livros máximos, Macunaíma, o Herói Sem Nenhum Caráter, foi “escrito em dezembro de 1926, inteirinho em seis dias, correto e aumentado em janeiro de 1927”. Ele explica:
“Resolvi escrever porque fiquei desesperado de comoção lírica quando lendo o Koch Grünberg (etnólogo, explorador alemão de Oberhessen falecido em 1924, no Brasil) percebi que Macunaíma era um herói sem nenhum caráter sem moral nem psicológico, achei isso enormemente comovente nem sei porque, de certo pelo ineditismo do fato, ou por ele concordar um bocado bastante com a época nossa, não sei... Sei que me botei dois dias depois pra chacra dum tio em Araraquara levando só os livros indispensáveis pra criação seguir como eu queria e zaz, escrevi feito doido, você não imagina, era dia e noite (...) Seis dias e o livro estava completo”.
As 71 cartas recolhidas por Lygia Fernandes foram endereçadas a 29 de intelectuais brasileiros, entre os quais Antônio Cândido, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Lacerda, Dyonélio Machado, Francisco Mignone, João Condé, Jorge de Lima, Luís Martins, Menotti Del Picchia, Moacyr Werneck de Castro, Oneyda Alvarenga e Paulo Duarte.
Numa busca a sebos, talvez seja possível achar esse livro.
Vale a pena lê-lo.

SARNEY
- E o Sarney, hein? É uma espécie de Macunaíma?
Piorada, eu acho.
O outro era preguiçoso e gozador, fruto da imaginação de um escritor.
Esse, fruto de si próprio, goza com a desgraça alheia e passa o tempo todo tramando tirar vantagens das tetas da varonil vaquinha brasil.
Ao contrário do outro, que não era político e nem nada, esse vive serelepe, singrando garboso com seus bigodes esvoaçantes os céus do País em helicópteros do governo, com prejuízo ao contribuinte. E por mês, na sua conta, pelo menos 62 paus saídos diretamente do erário público.
Do Maranhão, com QG no Amapá há anos, esse não nasceu entre índios e é sarna, é saúva, que consegue sobrevidas incríveis, uma atrás da outra.
Sustenta-se até em paus de sebo.
Um dia cairá?
Hoje, aliás, faz extatos 50 anos que Jânio Quadros surpreendeu a nação renunciando à Presidência da República.
Fica o registro.

IBYS MACEIOH
- O cantor, compositor e violonista alagoano de Porto Calvo Ibys Maceioh, de batismo Valmiro Pedro da Costa, é o meu convidado hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA, no ar todos os dias pela Rádio Trianon AM 740, a partir das 14 horas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

INTERNAUTAS, ACESSEM MOREIRA DE ACOPIARA!

Para que servem as datas, você sabe?
Parece óbvio, mas não custa dizer que o calendário gregoriano foi inventado por um grupo de luminares sob o comando do Papa Gregório 13, às vésperas do ano de 1600.
Esse calendário, que recebe a derivação do nome do Papa que o promulgou, foi, primeiramente, adotado na Itália, depois em Portugal e noutros países católicos, incluindo o Brasil.
As datas servem também para lembrar o dia, mês e ano em que nascemos e que a vida pode andar nos eixos, se quisermos, e que o bisaco da história guarda grandes acontecimentos; grandes feitos do homem e da natureza, em todos os tempos.
O 7 de Setembro é o dia que nos leva à lembrança de que às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, o imperador Dom Pedro sacou da espada e deu um grito em nome da liberdade, nos desligando de Portugal.
O Dia Nacional do Forró é outro exemplo da importância das datas.
Esse dia, resultante da minha insistência junto à deputada Luiza Erundina para patentear a grandeza de Luiz Gonzaga na música popular, é o dia em que boa parte dos brasileiros se reúne em festa para comemorar o aniversário dele, do Rei do Baião.
O 22 de Agosto é o Dia Internacional do Folclore, quem não sabe?
E quem não sabe que a expressão “folclore” - folk, povo; lore, ciência – foi criada em 1846 pelo arqueólogo Ambrose Merton, mais conhecido pelo pseudônimo de William John Thoms, hein?
E hoje é o Dia Internacional do Internauta, por ser o dia do anúncio, na Suiça, da expressão World Wide Web - ou WWW, que em português significa Rede de Alcance Mundial. É esse WWW que nos leva a acessar sem perréps a Internet, que em linhas gerais é um emanharado de redes interligando mais de dois bilhões de computadores em todo o mundo. Esse complexo de redes, que é a Internet, permite a qualquer mortal armazenar e dispor de informações as mais diversas.
Mais da metade da população europeia faz uso da Internet, hoje.
Cerca de 55% dos brasileiros têm computador em casa, o que os leva a permanecer “navegando” quase 70 horas/mês.
Bom dia pois, internautas!

INEZITA BARROSO
- Sábado passado estive proseando para calorosa platéia num teatro no município de Votorantim, junto com a Rainha da Moda, Inezita Barroso (foto). Foi bonita a festa, pa!, com violeiros e tudo encerrando a nossa prosa. Joãozinho, ponta-de-lança do Regional do programa Viola Minha Viola, arrasou, com alegria e desenvoltura. Parte do pate-papo, regado à música, foi transmitida ao vivo pela filial do SBT da região. Outros encontros como esse estão sendo agendados na capital e no interior paulista. Estou gostando.

MOREIRA DE ACOPIARA
- O meu entrevistado especial hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA é o poeta popular Moreira de Acopiara, autor de livros e muitos folhetos e também excepcional declamador. O programa começa pontualmente às 14 horas, ao vivo, no ar pela Rádio Trianon AM 740 e também pela Internet, com direito a reprise amanhã, às 4h30.

JOSÉ NÊUMANNE
- O jornalista e poeta José Nêumanne Pinto, editorialista do Jornal da Tarde e articulista do Estadão, lançará logo mais às 18h30 o seu mais novo livro: O Que Sei de Lula (Topbooks). O causo terá por local a concorrida Livraria da Vila, ali na Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena. Estarei lá, misturado à multidão de admiradores do poeta.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

DA MORTE VIVE DATENA

Tristeza um cara máximo-deus-da-mídia no País.
No campo policial, sei.
Fui repórter da área.
Conheço.
Anos 70.
Folha, sequestro, tiro simulado na cabeça.
Pêi!
Noite, madrugada, longe de qualquer lugar.
Lua cheia.
Frio danado.
Foi assim.
Uns fela.
Um deus sacana vive da miséria dos miseráveis.
Datena.
Deus-diabo.
Pobre diabo!
Quem?
Fela.
Bobo Datena.

BRASIL GRANDE. OUÇA HOJE A RÁDIO TRIANON

A beleza do Brasil é de todo tamanho, menos pequena.
É um país rico de tudo.
Até na pobreza, se levarmos em consideração que do lixo riqueza e arte também são extraídas.
São quase 200 milhões de pessoas habitando um território de mais de 8,5 milhões de km² se entendendo numa língua só.
No mais, é um país sem terremotos, maremotos, tsunamis, vulcões explodindo etc.
As catástrofes naturais, portanto, praticamente inexistem.
A não ser na ilha da fantasia, que é Brasília fincada no coração do serrado.
Temos cinco regiões: norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste.
E mais mulheres do que homens.
Quer dizer, até nisso Deus foi bonzinho.
Mulher é dádiva.
Não vejo defeito em mulher.
Aliás, se dependesse de mulher Jesus não teria sido assassinado pela plebe há 2011 anos.
E no Brasil nasceram grandes homens.
Até o inventor do rádio, o gaúcho Landell de Moura e não o italiano Marconi, como há quem ache.
E o inventor da aviação Santos Dummont, também.
Dos quadrinhos, Angelo Agostini.
Da fibra ótica, José Ellis Riper.
O cinematógrafo, que já na virada do século 19 para o século 20 filmava, copiava, fazia o diabo foi inventado aqui, por Ludovico Persici.
Na na história, na ciência, em todos os campos de atuação se acham brasileiros.
Na política, na literatura, nas artes, então...
E em todas as regiões se sobressaem brasileiros, a começar pelo Nordeste que é formado por nove Estados.
No Rio Grande do Norte nasceu o estudioso da cultura popular, Câmara Cascudo.
Na Bahia, o poeta Castro Alves e o romancista Jorge Amado.
No Ceará, os maestros Alberto Nepomuceno e Eleazar de Carvalho, para não falar do poeta popular Patativa do Assaré e do romancista José de Alencar.
Padre Cícero também nasceu lá.
Na Paraíba, José Américo, o pintor Pedro Américo, o poeta Augusto dos Anjos, o romancista Ariano Suassuna, o repentista Pinto do Monteiro e os cantores Geraldo Vandré, Zé Ramalho, Vital Farias e tantos.
Em Alagoas o marechal Deodoro, o primeiro presidente da República.
Em Sergipe, terra de reisado, caboclinho e samba de parelha, nasceu o escritor Tobias Barreto, que até nome de cidade virou.
Pernambuco?
Foi em Pernambuco que nasceram Gilberto Freyre, Luiz Gonzaga e Lampião, por exemplo. E Otacílio Batista, e Oliveira de Panelas, e Ivanildo Vila Nova, Miguel dos Santos, e Francisco Brennand, e Samico, e...
No Maranhão, nasceram o autor da obra-prima Canção do Exílio, Gonçalves Dias, e o multiinstrumentista Papete.
É pouco?
No Piauí, nasceu um dos maiores cordelistas do País: Firmino Teixeira do Amaral.
Além de Amaral, nasceu no Piauí o cantor, compositor, instrumentista, repentista, cordelista Beto Brito (foto).
Quem é Beto Brito?
Legue a freqüência 740 AM rádio Trianon, logo mais às 14 horas, que ficará sabendo.





segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O CRAQUE MULTITUDO JORGE MELLO

Último sábado 13 de lua cheia, o descuido de um técnico da rede plim plim de tv fez milhares, milhões ou sei lá quantos telespectadores ficarem estarrecidos com uma imagem pornô vindo do nada, durante transmissão ao vivo de Botafogo x América.
O Bota enfiou quatro, ganhando com uma diferença de dois do combalido América
Outra: o reality Fazenda 4, levado ao ar pela rede do bispo Macedo, está faturando os tubos.
Até agora, a trama com as intrigas e prazeres que fariam corar os devassos das gêmeas pecadoras Sodoma e Gomorra de que trata o Gênesis, faturou 150 milhões de reais.
Essa dinheirama sai dos bolsos dos bobos, que ligam pra interferir na vidinha ridícula dos hóspedes da fazenda do bispo.
Pense comigo: e se por descuido um cabeção do Pentágono apertar o botãozinho de fazer explodir as bombinhas atômicas dos EUA, hein?
Na verdade, nem é bom pensar.

JORGE MELLO
O multitudo Jorge Mello (foto), piauiense morador das cercanias da Grande São Paulo, fez sábado 13 de lua cheia um espetáculo inesquecível para quem esteve no ponto de cultura do Butantã. Ele cantou, tocou, dançou e improvisou versos aos moldes dos trovadores nordestinos, ao som de viola. Foram muitos os aplausos. Esse Jorge, parceiro freqüente da obra do cearense invocado Belchior, é o mesmo que há alguns anos deixou embatucado o gordo Jô e sua platéia, ao responder perguntas na forma de versos encaixados em estrofes de seis e de sete bem definidas. A apresentação no Butantã fez parte da programação do 1º Festival de Cordel, idealizado por mim e Andrea Lago e levado avante pelo Centro de Tradições Nordestinas, CTN.

PATRIMÔNIOS CULTURAIS
Há uns anos, provoquei a conterrânea deputada Erundina a apresentar no Congresso proposta de lei para criação do Dia Nacional do Forró. A proposta foi apresentada e aprovada e Lula a chancelou como lei a ser lembrada todo dia 13 de dezembro. Ano passado um deputado paraibano quis que o forró fosse considerado patrimônio cultural imaterial da Paraíba. Conseguiu. Este ano validou-se também como patrimônio cultural o chamado “maior forró do mundo”, criado no ano de 86 em Campina Grande. O repente e o poeta repentista foram no rastro. Arriba, PB!


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CÁTIA DE FRANÇA E SOCORRO LIRA, NO SESC

Catarina Maria de França Carneiro, na arte musical Cátia de França, com C, num dia 13de fevereiro na capital paraibana, João Pessoa.
Cátia toca piano, sanfona, violão, flauta e todos ou quase todos os instrumentos de percussão.
Foi professora de música.
Em 40 anos de carreira profissional, essa paraibana de força e raça gravou três LPs e um CD, Avatar (reprodução da capa, acima).
Também já escreveu e publicou livros.
A sua obra musical tem por referência a brasilidade nordestina e os escritos de Guimarães Rosa, Zé Lins, João Cabral de Melo Neto, Manuel de Barros.
Num período dos anos de 1980, foi parceira de palco do rei do ritmo, Jackson do Pandeiro.
Bagagem artística é o que não lhe falta.
Cátia de França e Socorro Lira são as grandes atrações musicais hoje no choperia do Sesc Pompéia, a partir das 21 horas, e minhas convidadas especiais para o programa que apresento todos os dias: O BRASIL TÁ NA MODA, a partir das 14 horas, ao vivo também pela Internet.

FESTIVAL DE CORDEL
Na posição de curador, inauguro hoje com uma palestra o 1º Festival de Cordel. A minha fala, começará às 19 horas. Depois, será servido um coquetel. Endereço: rua Jacofer, 615, bairro do Limão, na capital paulista. O regulamento se acha no site do Centro de Tradições Nordestinas, CTN: http://www.ctn.org.br/

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ROBERTO MENDES E A CHULA

O romântico Gonçalves Dias, maranhense de Caxias, é um dos mais importantes poetas brasileiros, de todos os tempos.
E também teatrólogo, mas esquecido nesse campo de atuação artística.
Nasceu no dia 10 de agosto do longínquo ano de 1823.
O seu poema mais famoso é Canção do Exílio, que compôs cinco anos depois de deixar sua terra para estudar Direito em Coimbra, Portugal.
Foi vítima de naufrágio, no regresso ao Brasil em 1864.
Transitava pelo lirismo poético e por temas nacionalistas e medievais.
Teve e tem muitos seguidores.
Poetas de escolas diversas, como o modernista Oswald de Andrade, encontraram no famoso poema inspiração para suas obras, como Casimiro de Abreu e Guilherme de Almeida (Canção do Expedicionário) e letristas da música popular, como o uruguaio naturalizado Taiguara Chalar da Silva (Terra das Palmeiras) e os cariocas Chico Buarque e Tom Jobim (Sabiá).
Canção do Exílio, constantemente recriado e parodiado, foi escrito em julho de 1843.
Dois de seus versos estão no Hino Nacional Brasileiro, estes:

“Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida, mais amores”.

E o poema inteiro é este, formado por três quadras e dois sextetos ou sextilhas:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.

ROBERTO MENDES
O cantor e compositor Roberto Mendes, baiano de Santo Amaro da Purificação, nascido no dia 22 de novembro de 1952, é o meu convidado especial, hoje, no programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento todos os dias, ao vivo, na rádio Trianon AM 740. O programa pode ser acessado também pela Internet e repetido diariamente às 4h30.
Roberto, junto com o jornalista Waldomiro Júnior, está lançando um livro sobre a chula (reprodução da capa, acima), que é dança e música do baú de heranças portuguesas.

SOCORRO LIRA
Amanhã 11, a paraibana Socorro Lira recebe a conterrânea pra uma contoria na choperia do Sesc Pompéia. O pagode, dos bons, começará às 21h30. Agendem-se, pois a coisa é boa. E Socorro está lançando mais um belíssimo CD, dessa vez trazendo à tona obras de outro paraibano: Zé do Norte. Recomendadíssimo, tanto a cantoria quanto o CD.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

CTN LANÇA 1º FESTIVAL DE CORDEL, EM SAMPA

No próximo dia 11, às 19 horas, será lançado o 1º Festival de Cordel em São Paulo, com o objetivo de reunir, premiar e divulgar as melhores obras dos autores concorrentes.
A promoção é do Centro de Tradições Nordestinas, CTN, localizado à rua Jacofé, 625, bairro do Limão, na capital paulista.
Poetas cordelistas, profissionais ou amadores, estão, desde já, convidados a participar desse evento e, naturalmente, concorrer ao festival, cujas inscrições se estenderão por um mês (até 11 de setembro).
O regulamento pode ser lido no site www.festivaldecordel.com.br
Farei uma palestra de abertura, antes de ser servido um coquetel aos presentes.
A última vez que idealizamos e realizamos um concurso do gênero, com apoio da Companhia do Metropolitano de S. Paulo (Metrô) e da CPTM, foi em 2003.
Na ocasião, foram escolhidos por uma banca de especialistas e premiados os 20 melhores textos inscritos.
Posteriormente, esses textos foram impressos na forma de folhetos e distribuídos gratuitamente na rede pública de ensino do Estado, no total de 210 mil unidades acopladas em 10 mil caixinhas especiais.
Desse 1º Festival de Cordel, também deverão ser escolhidas as 20 melhores obras.
Dessa vez, os textos escolhidos também serão distribuídos de graça nos pontos de cultura e bibliotecas públicas.
Além do concurso em si, a iniciativa levada à pratica pelo CTN será enriquecida por uma oficina de cordel e xilogravura, saraus e sessões de cinema em vários pontos da cidade.
Um dos filmes exibidos no correr do festival, Saudade do Futuro, dirigido por Cesar Paes e Marie Clémence, inédito no Brasil, teve por base um dos meus livros (A Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo).
Cópia desse filme em DVD pode ser adquirido na França, através de pedido à Livraria Cultura de São Paulo.
A produção executiva do 1º Festival de Cordel é da produtora cultura Andrea Lago.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ACABOU A RÁDIO RECORD. PENSEM NISSO!

Acho que neste mesmo espaço, já falei a respeito de Oswaldinho do Acordeon.
Mas se não disse, digo agora: Oswaldinho é um mestre do instrumento que o consagrou e que o escolheu para carregar ao peito, como um piano, uma criança, ou a mulher amada.
E ele gosta tanto desse instrumento, que o adotou como sobrenome.
Simplicidade absoluta, genialidade também: é Oswaldinho do Acordeon.
Há pessoas que vêm ao mundo para aprender determinada coisa ou profissão, e aprendem.
E são ótimas.
E há pessoas que vêm para ensinar, e ensinam.
Essas pessoas são excepcionais, caso de Oswaldinho, filho de seu Pedro e de dona Noêmia.
À profissão escolhida, Oswaldinho se amoldou de tal forma que acho que se não existisse sanfona como instrumento musical, ele a inventaria.
Aos 57 anos, pois é da safra de 54, ele mantém a memória viva de tal forma que chega a espantar.
Lembra da primeira, da segunda, da terceira música que gravou.
E de dezenas e dezenas de outras.
E se não estiver com a sanfona no peito ou no colo, não tem problema: ele solfeja, e logo traz a lembrança requerida na forma de música.
Oswaldinho foi o meu entrevistado hoje mais uma vez, no programa que apresento todos os dias na rádio Trianon AM 74, a partir das 14 horas.
Mas ele chegou atrasado, no finzinho, por causa do trânsito louco desta cidade louca chamada São Paulo, e que adoro como um louco que nunca dirigiu carro nenhum.
Firulas à parte, Oswaldinho estará novamente no programa amanhã, lançando seu novo disco: Forró Chorado.
Quem não nos ouvir, não saberá nunca o que poderá perder.
Viva Oswaldinho!

ESCULHAMBAÇÃO/Record
Quem acreditou na rádio Record, dançou.
A prova definitiva acaba de vir: todos os comunicadores, incluindo os do departamento de jornalismo, foram demitidos. E sem justa causa. Quer dizer: acabou. Mas acabou o quê? Tudo: programas de entretenimentos etc. Os horários serão ocupados por lengalengas evangélicos ou outro nome que se dê. A direção, à guisa de justificativa, distribuiu uma notinha mixuruca aos insatisfeitos falando de “reposicionamento estratégico” e “razões estratégicas” para atender o mercado. Pqp!
Quero ver o que vai dizer o Ministério das Comunicações.
Pois enfim, rádio, como televisão, é uma concessão pública.
O que a Record acaba de fazer é um desrespeito injustificável ao público e aos profissionais do meio.

FEIO
Um horror.
Não gostei da atitude do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, de sair pelas portas do fundo sem participar da transmisão protocolar de cargo, para seu sucessor Amorim. Esse sim, um diplomata em todos os sentidos.

FIM DO MUNDO
O mundo árabe está em fogo.
A Europa, também.
E você que tem menos de quarenta anos pensou um dia ouvir dizer que os EUA podiam se quebrar?
Eu, não.
E torço pra que isso não aconteça.
Mas vendo os cabelos branco se derramarem com tanta rapídez na cabeça besta do Obama, sei não...

OLIVINHO DO ACORDEON
Desse menino de grandeza excepcional Olivinho, ouvi agora há pouco, por telefone, que "hoje tudo no Brasil parece tosco".
E ele disse isso com uma tristeza danada.
E ele ainda disse mais:
"Noto que há um total desprezo pelo prazer da leitura, da cultura, do que há de melhor do Brasil".
Por fim, revelou:
"Eu adoro ler biografias".
Num sebo, ele contou, "achei um livro seu (O Brasileiro Carlos Gomes), que nem sabia que era seu".
Pois é, o Brasil precisa ser descoberto pelos brsileiros.
Um xero na lua Crescente, que no dia 13 vira Cheia.



ARTE PARA TODOS

O teatro é esquisito, com poleiros altíssimos.
O espetáculo deixa a desejar.
Refiro-me ao Alfa, no bairro de Santo Amaro; e a Sem Mim, nova montagem do grupo mineiro Corpo.
Dura uns 40 minutos.
Pelo menos a metade desse tempo, ou um pouco mais, é ocupado por dúzia e meia de bailarinos pulando em piruetas sincronizadas.
Os 15 minutos finais, porém, enchem os olhos e os ouvidos agradecem a partir do momento que entram em cena bailarinas em saltos leves, mágicos, se sobrepondo a diversos ritmos, como batuque, samba e lundu.
Comecemos.
A temática é medieval, canção de amigo ou de amor, e vale pelo que é mostrado.
Há uma recomposição ou reconstituição de instrumentos da época, o que é positivo.
O negativo fica por conta da ausência física do corpo instrumental do espetáculo.
A primeira parte do espetáculo ficaria irrepreensível se os músicos estivessem presentes no palco.
O restante do tempo está ótimo, com batuque, samba e lundu contrapondo-se à temática principal.
Certamente haverá quem diga: aí seria concerto.
Eu, não.
Acho que enriqueceria.
A iluminação é boa.
Os dançarinos sofrem, extraindo o máximo de seus corpos elásticos.
Descoberta: há um público enorme à espera de bons espetáculos de dança no País.
Isso é bom.
Mas os preços são salgados.
As artes têm de estar ao alcance de todos.
.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

QUEREM TROCAR O NOME DA CAPITAL PARAIBANA

Um acordo entre o comandante português Duarte Coelho e os caciques tabajaras Pirajibe, Tabira e Itajiba, resultou na fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves, no dia 5 de agosto de 1585. O acordo levou à guerra contra os potiguaras, que eram contra a presença dos invasores europeus na parte oriental do Nordeste.
Na briga de índio contra índio a favor dos invasores portugueses, perderam os índios.
A capital da Paraíba hoje aniversaria, portanto
Mas antes de ser chamada de João Pessoa, a cidade, controlada pelos espanhóis desde Portugal a partir do ano de 1580, foi batizada de Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em homenagem ao rei Filipe II de Espanha.
Depois, de Cidade de Frederico ou Frederica, em homenagem ao príncipe de Orange, Frederico-Henrique, entre 1634 e 1654.
E por curto tempo, de Imperial Cidade.
Isso ocorreu por ocasião de uma visita oficial do imperador Pedro II, em 1859.
No primeiro momento, a vitória foi dos portugueses.
No segundo, dos holandeses.
Com a reconquista dos portugueses, essas denominações caíram por terra.
Foi quando, então, um luminar da terra de Camões deu o grito de “eureca” e tascou:
- Cidade da Parahyba, com “y”.
Mas o pior, o pior mesmo, viria em 1930.
Nesse ano foi assassinado o presidente do Estado, João Pessoa Cavalcanti, numa confeitaria em Recife.
O assassino, jornalista e advogado João Dantas, era inimigo político de João Pessoa.
O País pegou fogo, inclusive porque a vítima integrava a chapa como vice do gaúcho Getúlio Vargas à presidência da República.
Hoje ganha corpo um movimento para nova troca de nome da cidade.
Uns querem que se chame simplesmente de Paraíba, sem “y”.
Outros querem que seja Filipeia ou Cabo Branco.
Querem também trocar a bandeira do Estado.
É muita onda.
E para eternizar o nome de João Pessoa, os compositores Eduardo Souto e Oswaldo Santiago fizeram para o rei da voz Chico Alves cantar, com acompanhamento da Orquestra Copacabana, a marcha denominada Hino a João Pessoa, lançada pela fábrica Odeon em novembro de 1930.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

AUDÁLIO DANTAS E CAROLINA MARIA DE JESUS

Negra, pobre, Carolina Maria de Jesus, mineira, passou a vida catando papéis e histórias nas ruas da vida, até que um dia, por acaso, a sorte lhe veio na forma de um repórter: Audálio Dantas.
Ao conhecê-lo, a sua rotina mudou.
Para melhor, embora sucesso lhe fosse palavra desconhecida.
O repórter cumpriu pauta e publicou sua historia em matéria de página inteira no jornal Folha de S.Paulo; e logo, a partir dessa pauta, fez publicar o livro Quarto de Despejo, traduzido em 13 línguas para uns 30 países, incluindo Inglaterra, França e Estados Unidos.
Carolina virou estrela, personalidade, de um dia pra outro.
A simplicidade como registrou nos seus diários os flagrantes do cotidiano, mereceram manchetes e críticas excepcionais nos jornais e revistas de muitos lugares e em idiomas diferentes.
Carolina escreveu, levando à reflexão uma realidade latente:
"A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago”.
Radiografia perfeita ela fez da alma humana.
Ao ler seus escritos em estado bruto, o repórter Audálio não teve dúvidas de que ali, a sua frente, estava uma pessoa com uma história de vida excepcional, pronta para ser mostrada ao mundo.
Carolina observava, analisava e dizia de si e dos outros em textos cheios de dor.
E esperança.
Ela era, sem dúvidas, uma mulher deveras excepcional.
Uma pessoa incrível, que sem Audálio Dantas não teria existido.
Depois de o livro publicado, houve quem duvidasse da autenticidade do texto.
Mas aí veio a favor do repórter o poeta Manuel Bandeira, no jornal O Globo:
“Se Audálio Dantas tivesse tido a capacidade de escrever daquela forma, com aquele linguajar, ele poderia ser considerado um gênio e não um reles jornalista aventureiro que se aproveita de uma circunstância”.
Carolina morava numa favela.
Eram poucas, algumas dezenas.
Estudo da prefeitura paulistana, em parceria com a organização internacional Alianças de Cidades, financiada pelo Banco Mundial, dava conta de que em 2007 havia na capital 1.538 favelas ocupadas por cerca de 400 famílias ou 1,6 a 2 milhões de pessoas, numa área de aproximadamente 30 km².
Em miúdos: a pobreza continua grassando na periferia do Brasil.
E como Carolina, muita gente continua vivendo dos papéis catados nas ruas da vida.
Que país é este?
Faz agora 51 anos que o livro Quarto de Despejo foi publicado.
Que tal refletirmos sobre isso?
Audálio Dantas foi hoje, de novo, meu convidado especial no programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento todos os dias, ao vivo, na Rádio Trianon AM 740.
Mais tarde, às 4h30, o programa será retransmitido.
Audálio é uma resistência da democracia do Brasil.
Merece carinho e respeito.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AUDÁLIO DANTAS É MADEIRA QUE CUMPIMNÃO RÓI

Audálio Dantas é jornalista dos grandes que o Brasil já deu.
Nasceu no dia 8 de julho de 1929, na pequena porém decente Tanque d´Arca, interior de Alagoas.
Nesse ano, a título de curiosidade, São Paulo oferecia para o País os primeiros discos da Série Caipira Cornélio Pires.
Dono de um estilo especial dentro do nosso jornalismo, os textos de Audálio são limpos, claros, de uma precisão invejável.
No correr da vida, ele assumiu cargos importantes na vida brasileira, como a de presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo.
Lutou contra a ditadura militar e no Congresso Nacional, como deputado federal, defendeu os interesses da categoria e do povo.
Audálio é da raça de gente que não desiste nunca.
Eu o conheci em 1976, quando troquei a minha cidade, João Pessoa, por esta São Paulo de todos nós, como diz o poeta Peter Alouche.
Tenho orgulho de ser amigo de Audálio Dantas (na foto comigo, fins dos anos de 1980), ao lado de quem já trabalhei.
Audálio é madeira que cupim não rói, como diria mestre Capiba, o pai do frevo pernambucano.
Ele é o meu convidado especial hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA, no ar daqui a pouco, às 14 horas.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

HOJE É DIA DE LUIZ GONZAGA

Após 42 dias de internação no Hospital Santa Joana, na capital de Recife, o Rei do Baião (na foto molhando a garganta, com este escrevinhador)dava adeus a este mundo, aboiando.
Médicos e enfermeiras que presenciaram seu desligamento da vida e das coisas terrenas se emocionaram e não contiveram as lágrimas.
O último suspiro foi no colo da companheira Edelzuíta Rabelo, que desapareceria em 2005, poucos meses antes de o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva assinar decreto instituindo o dia 13 de dezembro como Dia Nacional do Forró, idéia surgida no programa São Paulo Capital Nordeste que apresentei durante anos, na Rádio Capital AM 1040.
Após o anúncio do encantamento do Rei, o Brasil todo, desde a capital pernambucana e o Nordeste, entrou em alvoroço.
Uma tristeza só tomou conta do País, se estendendo para outros países, como Portugal e França, onde há muitos brasileiros.
Hoje, porém, o dia não é de choro. É de alegria.
Em todo canto há festa em lembrança do autor de clássicos populares, como Asa Branca e Xote das Meninas, que assinou com alguns dos seus principais parceiros, Humberto Teixeira e Zé Dantas.
O programa O BRASIL TÁ NA MODA, no ar, ao vivo, logo mais a partir das 14 horas pela Rádio Trianon AM 740, será todo dedicado ao artista. Para falar sobre ele, entrevistarei Oswaldinho do Acordeon e Wilson Seraine.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

VIVA O RODA VIVA, COM MARÍLIA GABRIELA!

Uma das melhores entrevistas do programa Roda Viva, da TV Cultura, ocorreu há pouco com o ministro da Defesa Nélson Jobim, que sabe tudo e um pouco mais sobre Defesa e Brasil.
Além do 86-9981 2214mais, Jobim mostrou ser um filósofo diletante.
Ele citou até Nietsche, que disse que o pior da verdade não é a mentira: é a dúvida.
Nietsche é terrível, como Augusto dos Anjos e Shopenhause.
Jobim falou com tranqüilidade um monte de coisas importantes, como a defesa precária das nossas fronteiras.
Os entrevistadores estiveram à altura do entrevistado, incluindo o chato Augusto Nunes e o emblemático Moreira Leite, que incluiu no seu repertório uma pergunta sobre direitos humanos no Exército.
A rainha do jornalismo Marília Gabriela está de parabéns.
Viva a Roda Vida!

SANFONAS
- Amanhã às 15 horas tem passeaata ou desfile de sanfonas e sanfoneiros pelas ruas de Terezina. O agitador cultural Wilson Seraine vai falar sosbre isso no meu programa amanhã na Rádio Trianon AM 740, ao vivo.

OU O BRASIL ACABA COM A SAÚVA OU SAÚVA...

Num ano qualquer do século 19, o naturalista francês Saint-Hilaire cunhou no livro Viagem à Província de São Paulo a frase que se tornaria famosa e causaria espécie no governo Vargas:
“Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.
Mário de Andrade fez variação dessa frase, no seu Macunaíma.
“Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são”.
Ao contrário de Saint-Hilaire e Mário de Andrade, o estudioso francês em viagem a diversas regiões do nosso País não usou a frase como metáfora para designar roubalheira e impunidade, mas à saúva em si, mesmo, que é uma formiguinha praga danada resistente e destruidora e que hoje anda um tanto esquecida nos campos deste Brasil-brasileiro de mulato inzoneiro cantado por Ary Barroso.
Anda esquecida, mas não extinta a praga capaz de acabar com um roçado inteiro em pouco tempo.
Lula se aquietava diante das saúvas.
Dilma se inquieta e dá sinais de que quer dar uma geral no formigueiro.
Líderes do Partido da República, PR, chiam na moita:
“Ela está brincando com fogo”.
Lembrei disso por provocação do escritor Roniwalter Jatobá e da leitura de cartas que Mário andou mandando pra seus amigos, entre os quais Alceu Amoroso Lima, Antônio Cândido, Carlos Drummond, Carlos Lacerda e Menotti Del Picchia.
Nesses dias, comentarei o teor das cartas.

PS - Na ilustração acima, parte de um exército de saúvas em ação.

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