Nó em pingo d’água é um tipo de flor daninha muito
especial, carregada no bolso por malandros da política tupiniquim. Essa flor,
de origem desconhecida, cresce fácil no terreno planaltino; e foi não foi,
calhordas deram de mão dela para nos asfixiar. Foi o que aconteceu no meio da
tarde da última quarta, no Senado Federal.
Que nem o Titanic, o Brasil embicou rumo às
profundezas do desconhecido. Nesse mergulho, cerca de 200 milhões de almas
penam, procurando solo firme para sobreviver. É uma luta danada, a luta pela
sobrevivência. Mas, firmes e fétidas, as mentes que alimentam nós em pingo d’água,
seguem indiferentes à gritaria das almas que afundam. Quem quer que seja,
aspas. Até quando?
O último dia de agosto foi um dia de esperança que
findou com gosto de jiló, ou seja, amargo; até porque, o doce guerreiro Chico
Buarque ficou aqui como quê atravessado na minha garganta - e na garganta do
Brasil. Dá pra explicar a presença do Chico na sessão de impeachment?
A presidenta inocenta caiu, como grande parte da
população brasileira esperava. Mas caiu de pé, pois deixa a Presidência sem perder
os direitos de continuar a vida de modo serelepe. Nesse ponto, a Carta de 88 saiu ligeiramente
chamuscada. Um perigo, diga-se.
Muitas coisas de suma importância para a vida
brasileira são relegadas, desde sempre, a último plano. Refiro-me, por exemplo,
à educação, à cultura e aos esportes que formam a mente e ilustram gentes.
Educação, cultura e esportes são itens básicos na
formação de qualquer cidadão.
A cultura popular está na boca de todo mundo. Antes
de fatiar o artigo 52 da Constituição, junto com o presidente do STF, o presidente
do Senado disse ser contra fazer o mal a quem quer que seja. Quem quer que
seja, aspas. Os sem-caráter estão em estado de êxtase. Aproveitando a deixa, o
presidente do Senado lembrou um dito popular corrente no Nordeste: além da
queda, um coice.
O coice pegou de cheio o traseiro do povo
brasileiro. Pena, não é?
XENOFOBIA
É oportuníssimo o lançamento do livro Xenofobia – Medo
e Rejeição ao Estrangeiro, do professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior, paraibano
titular da cadeira de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O
livro trata de assunto em dia e pauta, necessariamente de todas as mídias. A
xenofobia mais do que um mal dos tempos, é uma doença, e, como tal, merece ser
conhecida, destrinchada e curada. Essa doença atinge o mundo todo e todos nós,
de um modo ou de outro, somos vítimas dela. O livro traz a chancela da Cortez
Editora. O dono dessa editora há muito se preocupa com a cura das mazelas do
mundo. E não à toa, merecidamente, acaba de virar nome de uma escola da rede
pública do Estado de São Paulo, na zona Sul da capital. Xenofobia foi lançado
ontem na 24ª Bienal Internacional do Livro.
LOYOLA BRANDÃO – O araraquarense Ignácio de Loyola
Brandão, autor de Zero e outros romances, estava solitário, sentado à mesa de
um stand da Bienal. Loyola, também afamado jornalista, completou 80 anos de
idade há dois meses. Vê-lo sozinho à mesa, doeu. Mas esse é o Brasil dos políticos
espertos e essa é uma cena que se repete no mundo da cultura brasileira, cada
vez mais, de modo intenso. E pensar que o Brasil foi berço de Machado de
Assis...
CELIA E CELMA
As mineiras Celia e Celma são cantoras, isso todo
mundo sabe. As duas são cozinheiras de altíssimo padrão, isso também todo mundo
sabe. Em 2007, Celia e Celma foram à China receber o prêmio Gourmand World
Cookbook Awards, pela obra Do Jeitinho de Minas, (Editora Senac), isso pouca
gente sabe; mas os chineses até agora continuam se deliciando com as receitas
no livro contidas. O Temer tá lá... Domingo 28, as duas compareceram à Bienal
para autografar o livro Vozes Ítalo-Brasileiras que reúne contos de 30 autoras brasileiras,
descendentes de italianos. Esse livro, com textos bilíngue, será distribuído
nas universidades italianas.
HOMENAGEM
Dia 30, das 17 às 19 horas, desenvolvi palestra
sob o título A poesia popular como fonte temática de outras linguagens artísticas.
Foi bom e gostei, pois tive a oportunidade de reencontrar amigos como Geraldo
Amâncio, Marco Haurélio, Paulo Araújo, Paulo de Tarso, Jô Oliveira, entre
outros cordelistas e cantadores repentistas. Foi no stand da Câmara Cearense do
Livro. E agora, cuspindo pra cima: sábado, 3, às 20:00, estarei todo pimpão e
de braços abertos recebendo loas em vida.