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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

VIVA O MESTRE VITALINO!

Diz a Bíblia em Gênesis 1,1 que Deus criou o mundo em sete dias.
E lá para as tantas a Bíblia diz também que nesse curto espaço de tempo Deus criou o Éden, os bichos e gentes representados pelo primeiro casal, que, aliás, nem chegou a casar porque não havia cartório e nem sistema capitalista, criados, diga-se, pelo Demo.
E esse casal, que virou escravo de si próprio ao depender de seus esforços para sobreviver, ganhou o nome de Adão e Eva.
E Adão viveu por nove séculos...
A Bíblia, chamada de livro dos livros, vai além. Diz que Deus criou o homem do pó, do barro, à sua semelhança; e a mulher, de uma costela dele.
História estranha, esquisita, meio de Carochinha, tanto que – todos sabem – o inglês Charles Darwin, que era cientista, não acreditou e em 1858 publicou o que chamou de teoria da evolução. Isto é: que a origem do homem se acha na origem do macaco, e que ganhamos forma de moderno – e depredador - há apenas uns 150 mil anos.
O teórico jesuíta francês Teilhard de Chardin ficou assim, assim, em cima do muro, ao dizer de modo emblemático que Deus não criou nada: fez criar.
Pois bem, criado o homem, criados os problemas.
Porém, para amenizar os problemas, Deus criou outra forma de vida muito especial: o artista.
E o artista ganhou nome: Vitalino Pereira dos Santos, que virou mestre.
Mestre Vitalino, pernambucano de Caruaru, foi criado fazendo da arte brinquedo em 1909 e voltou ao pó famoso e respeitado em 1963, isto é, há 50 anos. Mas por natureza egoístas e depredadores que somos sequer lembramos hoje que pela terra passou um artista que, à semelhança de Deus, extraía do barro a vida representada por gentes (cantadores repentistas, cangaceiros) e bichos (cavalos, bois, bodes e cachorros) em cenas do cotidiano nordestino (abaixo), como a seca e as vaquejadas.
Mestre Vitalino também era tocador de pífano (acima).
Viva Vitalino!
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