Tião Carreiro e Pardinho formaram uma dupla de violeiros em 1956, em São Paulo. Marcaram época.
Tião, de batismo José Dias Nunes, era mineiro de Monte Azul, nascido em 13 de dezembro de 1934. Tempos duros, aqueles. O Vargas estava no poder preparando o novo golpe.
Pardinho, de batismo Antônio Henrique de Lima, nasceu no município paulista de São Carlos em 14 de agosto de 1932. São Paulo estava em guerra.
O primeiro disco da dupla Tião Carreiro e Pardinho foi lançado em 1956. De um lado trazia a moda de viola Boiadeiro Punho de Aço, de Teddy Vieira e Pereira; do outro, o cururu Cavaleiros de Bom Jesus, de Teddy Vieira e João Alves Mariano. Esse disco passou batido pela crítica, mas outros vieram, despertando a atenção de todo mundo.
Em 1960, Tião e Pardinho lançaram um novo ritmo musical: o pagode.
Pagode em Brasília, além de marcar a vida da dupla, fez grande sucesso no País. Essa música, feita em homenagem ao novo Distrito Federal, trazia a assinatura de Teddy Vieira (1922-65) e Lourival do Santos (1917-97).
Tião Carreiro conheceu Teddy Vieira um ano antes de gravar o primeiro disco. E logo os dois fizeram amizade.
Teddy era diretor da gravadora Continental.
A vida de José Dias Nunes e Antônio Henrique de Lima não foi fácil. Ambos tiveram uma infância puxada, mas muito cedo sabiam o que queriam: ser artistas. E assim foi.
É longa a discografia de Tião e Pardinho. Porém, a relação pessoal dos dois não era das melhores. Brigavam com muita frequência e se separaram algumas vezes.
Tião recebeu grande influência de Tonico e Tinoco.
Pardinho teve muita influência de Florêncio, da dupla com Torres. Em 1994, participei da série musical Som da Terra (Continental). Essa série foi lançada nas versões CD, LP e fita-K7, no total de 26 títulos. Assinei encarte e contracapa de todos. Nessa série foram incluídos três volumes com repertório e interpretação de Tião Carreiro e Pardinho e outros três de Tonico e Tinoco. O primeiro volume começa com Cornélio Pires e o último, com Rolando Boldrin.
Em 1934, Getúlio Vargas assinava a terceira Constituição brasileira. Três anos depois, ele decretava o Estado Novo.
A Revolução Constitucionalista, ou Guerra de São Paulo, durou 87 dias e deixou um saldo de mil a dois mil e poucos mortos.
Tião morreu em 15 de outubro de 1993.
Pardinho morreu em 2 de junho de 2001.
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem todos os discos da dupla Tião Carreiro e Pardinho.