Assis e Cortez (D) no Instituto Memória Brasil (IMB) |
Pois bem, como empresário do ramo editorial no País, Cortez é direto: "as pessoas estão cada vez mais lendo menos livros".
O tema vem à tona, por uma razão pura e simples: fica-se hoje mais tempo diante da telinha da TV e do computador , incluindo celular, segundo pesquisas divulgadas por aí afora.
Os sinais de ignorância são visíveis, não é mesmo?
O Enem 2017 registrou 4, 72 milhões de candidatos. Desse total 309.127 receberam zero daqueles enormes, grandões. Do total de inscritos, apenas 53 candidatos receberam a nota máxima de 1000 pontos.Vejam: apenas 53!
O tema da redação que resultou em tantos milhares de zero, foi oportuníssimo por se tratar de interesse geral e social. O tema foi: Desafio para a formação educacional de surdos no Brasil.
O total de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência no nosso país é, segundo dados da última pesquisa IBGE (2010), chega a casa de 40 milhões. Nessa mesma pesquisa, foram identificados aproximadamente 9 milhões de surdos moderados e total.
Eu digo que o tema Enem 2017 foi oportuno por uma razão:para chamar atenção do grave problema social que são as deficiências nas pessoas do Brasil e do mundo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), garante que há 42 milhões de surdos nos 4 cantos do nosso planetinha que tanto judiamos.
Vivemos uma tragédia, e não uma tragédia grega. A nossa tragédia é uma tragédia brasileira, brasileiríssima.
A tragédia que vivemos é total, vai desde o desemprego à falta de especialização profissional. E aqui nem me refiro aos deficientes auditivos, visuais, etc.. Convivemos também com mais de 12 mihões de analfabetos totais, ou seja, o cidadão que não é cidadão, e nem sabe o que é isso, tampouco distingue um "o" de roda de caminhão.E tem mais, temos o analfabeto funcional, cujo total chega a 30 milhões. Você sabe o que é um analfabeto funcional? é aquele que até consegue obter um diploma universitário, mas é incapaz de raciocinar sobre um texto.
O paulista de Taubaté, Monteiro Lobato (1882-1948) dizia que " quem lê mais, sabe mais" e que " um país se faz com homens e livros". E se lemos tão pouco e nos interessamos tão pouco pela cultura, pelos rumos do país que nascemos, que país podemos ter amanhã?
O poço da ignorância em que vivemos é profundíssimo ou não é?
O austríaco Stefan Zweg (1881-1946), que morreu em Petrópolis- RJ, escreveu um livro bastante interessante: Brasil, um país do futuro, mas essa é outra história.