Recebi hoje uma enxurrada de e-mails com mensagens desagradáveis, desabonadoras, humilhantes aos brasileiros nascidos no Nordeste; todas de pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições que chancelou Dilma Rousseff como a primeira presidenta do País.
Poxa vida, isso deveria ser motivo de grande orgulho para todos os brasileiros...
As mensagens que estão circulando livremente na Internet são lamentáveis, agressivas.
Deixam entender que nascer no Nordeste é algo dos infernos, um pecado, uma coisa ignóbil, condenável ou doença contagiosa e incurável.
Deus do céu, por que tudo isso?
Hitler deu exemplo do que não presta.
Por que seguir Hitler?
Por que tê-lo como exemplo?
Por que humilhar a vida?
É isso o que fazem crer as pessoas que depreciam tanto os brasileiros nascidos no Nordeste, região bonita formada por nove Estados e mais de 50 mil habitantes num território que ultrapassa 1,5 milhão de Km².
Não há gente de segunda classe no mundo, como pensam os xenófobos, os agressores da vida, que, aliás, covardes, não se identificam com a clareza necessária nas suas mensagens horrorosas e até mal escritas.
Essas pessoas vivem na escuridão da ignorância e por isso, acho, merecem uma chance: a de estudar.
Elas não sabem que além de se fortalecer cada vez mais ante os olhos do mundo, o Brasil está crescendo bonito, e a passos largos, para a alegria e o bem-estar da população de bem, trabalhadora.
Ser nordestino não é defeito.
Defeito é discriminação, preconceito; um mal que atrofia a mente.
O Brasil é habitado por pouco mais de 190 milhões de seres humanos, mais precisamente 191,5 milhões, segundo dados do IBGE divulgados no dia 13 de agosto do ano passado.
O “pouco mais” a que me refiro é a minoria que por uma razão qualquer preferiu se entortar na vida a viver em sociedade, com decência.
Não há decência na discriminação, independentemente do tipo de discriminação.
A essas pessoas que escolheram viver tortas no quintal da ignorância lhes rogo um futuro escolar.
A educação faz milagres.
Antes, porém, de irem à escola, deveriam ser identificadas na forma da lei e levadas a julgamento.
Não será difícil às autoridades identificá-las.
A pena poderia ser anos de estudo sobre o Brasil e brasileiros.
Um exemplar da Constituição de 1988 também cairia bem nas mãos dessas pessoas.
Quem sabe, assim, aprenderiam algo importante: que somos todos iguais perante Deus e a Constituição.
Poderiam também ouvir a canção Caminhando ou Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré, um nordestino reconhecido no campo das artes no mundo inteiro.
E não nos esqueçamos: o preconceituoso é capaz de tudo.
Detalhe: Dilma teve mais de 12 milhões de votos de diferença, a mais, com relação a seu concorrente, José Serra. O Nordeste lhe foi inteiramente favorável nas urnas, lhe dando 10.717.434 votos.
Façam as contas.
Pois é, ela ganharia de qualquer modo. E ainda assim a diferença seria superior a 1,5milhão de votos.
Uma boa noite a todos e até amanhã.
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
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