Definitivamente: música e futebol é um lance que combina muito.
É ginga,
ritmo, swing, baile… Essas palavras encaixam-se perfeitamente no repertório
musical e no futebolístico.
Futebol é dança, espécie de balé.
E
música, hein?
Ary Barroso
foi um dos mais prolíficos compositores da nossa música popular. Era um chato,
dizem. Mas o fato é que foi importante. Deixou uma obra extremamente
significativa. Foi um dos primeiros a ter música gravada em outras línguas.
Começou compondo no gênero, digamos, caipira. Alinhou-se ao samba e gerou um
gênero: exaltação, samba exaltação.
Dominguinhos, de batismo José Domingos de Morais, tinha tudo pra ser nada. Mas um dia,
aos oito anos de idade, teve a felicidade de ser visto por Luiz Gonzaga já
rei. Foi no interior de Pernambuco, a terra de ambos. O tempo passou e Gonzaga
findou por adotar, musicalmente, aquele menino.
Ary era desesperadamente
flamenguista e Dominguinhos, botafoguense.
O detalhe é que, fugindo à
regra, Ary nunca compôs uma música para seu time. Dominguinhos, idem.
Curiosidade: Dominguinhos chegou a bater bola com seu ídolo, Mané Garrincha
(1933-1983). "Os dois chegaram a virar amigos", lembra a sua ex-companheira
Anastácia.
O compositor e cantor Ari Lobo, de Belém do Pará, foi um
artista que deixou muitas músicas bonitas. É dele, por exemplo, a música
No Balanço do Garrincha. Ari deixou cerca de 400 músicas, entre as quais
Eu Vou pra Lua e
Menino Prodígio.
A cantora
Elza Soares
pra Garrincha gravou:
Alegria do Povo.
Luiz Gonzaga, o rei do baião, deixou uma infinidade de músicas
bonitas. Entre elas, Asa Branca.
Há coisas curiosas em torno de Asa
Branca, de matriz folclórica. Pois é, de matriz folclórica.
Uma vez
perguntei a Gonzaga qual a origem de Asa Branca. Isso porque eu sabia que o
povo mais simples de Pernambuco e Paraíba já cantarolava essa música. Leia sua
resposta, clicando:
ODE A LUA.
Em
outubro de 2013, levei à cena no Centro Cultural dos Correios, RJ, a história de Gonzaga.
Pra me ajudar na tarefa convidei Ricardo Cravo Albin, Oswaldinho do Acordeon,
entre outros.
Filho do baiano Pedro Sertanejo, o carioca
Oswaldinho
jogou pelada na adolescência. Era o xodó do pai, que queria porque queria
vê-lo sanfoneiro. A primeira música que ensinou ao filho foi Asa Branca. E era
só chegar uma visita em casa, que o pai o chamava para tocar a "bendita
música". O menino ficou traumatizado. Saiba o motivo:
Papete, Paulinho Nogueira e a cantora Inezita Barroso eram fãs de carteirinha do Corinthians, como fãs de carteirinha desse time são Osvaldinho da Cuíca, Tom Zé e mais mundo e meio.Tom Zé fez uma interessante canção para o ex-meio-campista Neto, de batismo José Ferreira Neto. Esse Neto, da safra de 66, é paulista de Santo Antônio de Posse. E tem uma língua enorme, ferina. Para tanto, basta ouví-lo no rádio e TV Bandeirantes.