A música, Rapaziada do Brás, na origem uma valsa choro instrumental gravada e lançada em 1927 em disco Brasilphone pelo Sexteto Bertorino Alma - anagrama do autor -, foi composta na noite de 20 de novembro de 1917, ano em que explodiu a primeira grande greve em São Paulo, iniciada na Mooca e imediatamente assumida pelos operários do Brás.
O
autor tinha, então, 15 anos de idade.
Depois
Alberto
Marino, pai de Alberto Marino Jr., que poria letra na melodia de
Rapaziada do Brás para o argentino naturalizado Carlos Galhardo gravar
em 1960,
comporia e gravaria ainda à frente do Sexteto as valsas Luar de São
Paulo, Senhoritas
do Brás, Nice e Noites Paulistas, lançadas em disco Columbia, em 1934; e
dois
anos depois, pela mesma gravadora, a valsa Amarga Serenata, composta em
parceria com o cantor Jorge Amaral, e Vai Depressa, a única rancheira
que Alberto Marino compôs.
Além
das músicas de sua autoria, o maestro gravaria com seu sexteto meia dúzia de músicas
de outros compositores, como Domingos Pecci (Não Chores Mais Meu Bem) e José
Rizzo (Em ti Pensando).
São
de março Adelino Moreira, Ademilde Fonseca, Antenógenes Silva, Antônio Maria,
Aracy Cortes, Benedito Lacerda, Bidu Sayao, Carmélia Alves, Ernesto Nazareth,
Guerra Peixe, Giuseppe Rieli, Inezita Barroso, Ismael Silva, Jorge Goulart, Josué
de Barros, Luiz Americano, Luiz Carlos Paraná, Morais Sarmento, Nora Ney, Robertinho
do Acordeon, Teixeirinha, Théo de Barros, Villa-Lobos, Waldemar Henrique, Zé
Dantas...
O
baiano Assis Valente, também autor de músicas que fazem referência a São
Paulo, como o batuque Não Quero Não lançado em 1938 pelo Bando da Lua,
nasceu no dia 19 de março de 1911 e morreu no dia 6 desse
mesmo mês, em 1958, de modo mais do que lamentável: suicidando-se ao
ingerir
formicida num banco de praça no Rio de Janeiro, depois de sair do
escritório da União Brasileira dos Compositores, UBC, sem receber nada
do que esperava
a título de direitos autorais.
Ele estava endividado, com credores lhe batendo à porta e desesperou-se.
Ary Barroso chegou a pagar o último aluguel da casa onde ele morava.
Valente
deixou obras-primas, como Brasil Pandeiro e Boas Festas, em que diz:
Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem
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concurso direcionado a seus leitores.
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