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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A CACHAÇA NA MÚSICA POPULAR


O amigo Vito Antico diz que a bebida mais consumida no Brasil não é a cachaça, é a cerveja. 
O Vito não bebe, mas sabe os segredos que rondam o álcool. 
Mas a cachaça, ainda segundo ele, "é consumida cinco vezes mais do que o Whisky". No Brasil.
Ufa! E eu, coitado de mim, que pensei ser a agua a bebida mais consumida.
Eu estava no século passado quando ouvi no rádio uma mulher cantando um verso que me chamou atenção: "Não confie em ninguém com mais de 30 anos/ Não confie em ninguém com mais de 30 cruzeiros". 
É o caso de dizer: não confio em ninguém que não tome uma, ou duas...
Tomei umas e boas com Nelson Cavaquinho, Nelson Gonçalves, Zé Keti, Chico Anísio, Teo Azevedo, Luiz Wilson, Cadu (Gato com Fome), Luiz Gonzaga (foto acima) Waldick Soriano, Antonio Carlos e Jocafi, Fagner, Inezita Barroso, Adoniram, João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Arthur Lil Reis, Vital Farias e outros mais. Eita!
Paulo Vanzolini, verdade seja dita: não tomava cachaça, mas o tanto que tomava de cerveja, nem uma esponja seria capaz de fazer o mesmo.
A cachaça, diz a história, surgiu no Brasil através do trabalho escravo. Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2017/02/historias-de-cachaca-e-cachaceiros.html
O tempo me deu vários amigos e colegas de profissão que nunca rejeitavam ou rejeitam uma boa branquinha ou amarelinha, da Paraíba, Pernambuco e de Minas. 
A cachaça é atendida por centena e meia de nomes, entre os quais malunga, jabiraca, xaropada, zombeteira, quebra-goela, mé, maçaranduba.
Muito cabra bom sucumbiu perante a força da cana. O compositor Ary barroso foi um deles. O escritor Lima Barreto, outro. 
Cachaça mal tomada não faz bem, como não faz bem tomar demais e apressadamente a agua nossa de todo dia.
Não é heresia dizer que até Jesus era chegado a um alcoolzinho na língua. Não foi a toa que ele um dia transformou um ou dois tonéis de água, em vinho. Não é mesmo?
O álcool em boas doses, em doses contidas, faz-nos relaxar. 


E MAIS: 

https://www.youtube.com/watch?v=XUOgpSlMH7w&list=RDXUOgpSlMH7w&start_radio=1&t=0
https://www.youtube.com/watch?v=DU6TwSbxFp4
https://www.youtube.com/watch?v=WmZn96PKfxQ
https://www.youtube.com/watch?v=jcHwEwjCn90
https://www.youtube.com/watch?v=ZxxM261ddhI
https://www.youtube.com/watch?v=BFOO-HFoMSg

ROBERTO PAIVA, 100 ANOS

 Pouca gente sabe, mas o violonista Laurindo de Almeida (1917-95) era sambista e bom letrista.
Em 1938, o cantor Roberto Paiva estreou na Odeon gravando um disco de 78RPM com Último Samba, de autoria de Almeida.
Paiva não alcançou sucesso imediatamente.
O primeiro sucesso dele foi o samba O Trem Atrasou, de Estanislau da Silva, Artur Vilarinho e Paquito, pseudônimo de Francisco da Silva Fárrea Júnior (1915-75).
O Trem Atrasou é um clássico do samba. Conta a história de um operário que perde o trem que o levaria ao trabalho (abaixo). Foi gravado em 1941.
A carreira artística do carioca Roberto Paiva foi coroada de sucessos. A sua discografia é ampla. Ele gravou vários discos de 78RPM, compactos, simples e duplos e LPs.
Eu conheci Paiva, um cara elegantíssimo, numa de suas vindas à Capital paulista. Quem me apresentou a ele foi o sambista paulistano Osvaldinho da Cuíca, que completará depois de amanhã 81 anos de idade.
Simples e desembaraçado, o intérprete de O Trem Atrasou apresentou-se em público até poucos meses antes de morrer no dia 1º de agosto de 2014, aos 93 anos.
Laurindo de Almeida deixou uma enorme discografia construída, basicamente, nos EUA. Curiosidade: num ano qualquer da década de 70, ele gravou Baião, de Luiz Gonzaga, que aparece no disco como parceiro de um cidadão que um dia chamou-se Bud Shank. A isso dá-se o nome de apropriação indébita. É crime previsto em lei.
O nome verdadeiro de Roberto Paiva era Herlim Silveira Neves.

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