Às 3 e pouco da tarde, liguei pro Geraldo Vandré. Ele no Rio, eu cá em
Sampa.
No dia 2 de setembro de 1822, Maria Leopoldina (1797-1826) assinou o
decreto de Independência do Brasil de Portugal.
Essa Maria, à época, a mulher de Pedro de Alcântara Francisco
António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal
Cipriano Serafim, vulgarmente conhecido como Dom Pedro I.
Pedro I foi o cara que passou à história como o proclamador da
Independência do Brasil. A imagem que guardamos sobre a independência, não
existe. Nunca existiu.
Não tinha
aquele público, aquele carro de boi, aquela casinha tipo tapera. Tinha o
riacho. Hoje poluidíssimo, expremendo-se entre blocos de cimento. Bairro
paulistano do Ipiranga. Essa imagem nos foi inculcada pelo pintor paraibano
Pedro Américo (1843-1905).
Esse quadro Américo pintou em Paris, França.
O cearense Antônio Conselheiro foi o cabeça da onda que levou o Exército
brasileiro a matar 20 mil miseráveis sertanejos, no interior da Bahia. Isso em
1897.
Conselheiro nasceu em 1830.
Mas o meu amigo, minha amiga, pode estar se perguntando: o que tem a ver
essa história com Vandré, Dom Pedro I e o Conselheiro?
Dom Pedro I leu o texto de sua mulher Maria Leopoldina e, desse modo,
proclamou a independência. Detalhe: ele estava com caganeira.
O Conselheiro, morreu sem levar um tiro: estava com caganeira, e assim
morreu.
Quando há pouco fali com Vandré, pra lhe informar que a TV Globo estava
exibindo o filme Menino da Porteira, e que nele havia uma música sua
(Disparada), ele falou depressa dizendo que estava com dor de barriga e saiu
correndo.
Tudo isso é muito importante para mostrar que, fisiologicamente, somos
iguais. Pelo menos nisso, né?