Com
o desaparecimento ontem à noite do engenheiro metalúrgico e empresário Antônio
Ermírio de Moraes, mais uma cadeira está vaga na Academia Paulista de Letras, a
de nº 23.
Por
muitos anos Ermirio foi colunista da Folha, mas ele gostava mesmo, além de ganhar
muito dinheiro, era de escrever peças para teatro sempre tendo como foco e tema
o Brasil.
Ele
era um homem simples, que gostava de se misturar à multidão.
Lembro,
por exemplo, que um dia eu almoçava no restaurante do extinto hotel paulistano
Ca´d´Oro, na Augusta, com o artista plástico Miguel dos Santos e o então
diretor do Museu de Arte de São Paulo, Pietro Maria Bardi (1900-1999). Ao nosso
lado Ermirio nos cumprimentou com simplicidade antes de se de sair sozinho, sem
guardas-costas.
Depois
fiquei sabendo que fazia parte da sua rotina almoçar ali, sem que nunca ninguém
o importunasse.
Em
1986, Ermírio arriscou governar São Paulo.
Um
de seus cabos eleitorais foi Roberto Carlos, que agora está processando
Tiririca.
Mas
essa é outra história.
Após
perder para Quércia (1938-20010), ele prometeu que jamais repetiria a
experiência de concorrer a cargo eletivo.
Promessa
que cumpriu à risca, antes de desabafar:
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A política é uma podridão.