Já faz tempo, muito tempo, que a sociedade vive consigo terrível conflito. Esse conflito, que podemos pluralizar data de tempos imemoriais. Deve ter começado quando o bicho macaco desceu das árvores e virou o tal "Homo Sapiens".
No começo de tudo, há coisa de 300 mil anos, o tal sapiens teve um relampejo de saber e passou a fazer troca-troca com seus pares. Não havia dinheiro. Trocava-se isso por aquilo, enchia-se do que comia e partia para o descanso. Pois, pois.
E aí inventaram-se problemas para uns afunhenharem outros. A isso deu-se o nome de capitalismo.
Marx tentou pôr as coisas nos trilhos, mas o que conseguiu foi piorar a situação. O mesmo fez Freud.
Pois é, a sociedade vive momentos periclitantes.
Construímos e vivemos uma sociedade sem futuro, pelo menos no tocante à alegria de viver espontaneamente para o bem de todos.
Tudo anda no caminho do descartável.
Os valores sociais estão completamente invertidos.
As artes cada vez mais perdem adeptos e admiradores reais.
A cultura popular, por exemplo, perde terreno para a banalidade.
Não à toa que o criminoso de guerra Goebbels dizia que quanto mais uma mentira fosse repetida, mais se tornaria verdadeira. E aí danou-se a perseguir escritores e artistas e a queimar em praça pública quadros e livros aos montes.
O passado se repete, com a ignorância ganhando contornos inimagináveis.
Celebridades se criam da noite para o dia.
Os ditos rítmos musicais se repetem à exaustão, emburrecendo quem nessa onda se mete.
Pergunto ao amigo leitor se ainda saberia distinguir uma bela voz de uma péssima voz. Mais: se ainda saberia distinguir um poema ou letra musical de boa qualidade ou de má qualidade.
Esse arrodeio todo faço para lembrar que grandes artistas se fazem com muito trabalho, muito estudo, perseverança e talento. Exemplo?
Enquanto eu dava ponto final ao texto sobre o sepultamento do cantor Carlos Gonzaga, no final da tarde de ontem 28 morria de uma parada cardíaca a cantora carioca Lana Bittencourt. Nos jornais de hoje 29, aqui e ali uma notinha dizia que ela havia morrido.
Dizer mais o quê, hein?