Sem dúvida nenhuma, Manuel Bandeira foi o peota mais musical que o Brasil teve até hoje. Seus poemas começaram a ser musicados nos anos de 1920. O primeiro parceiro foi Villa-Lobos (1887-1959), que melodiou 14 poemas seus. Dentre esses, um que faz parte das Bachianas.
No correr da sua vida, Bandeira flertou o tempo todo com eruditos e populares.
O mineiro Jayme Ovalle, de Bandeira melodiou Modinha e Azulão.
Azulão virou clássico.
Vinicius de Moraes dizia que quando Ovalle chegava num ambiente, a temperatura subia 2 graus. Motivo? Ela dominava tudo, pela presença.
No primeiro LP do extinto grupo Secos & Molhados (Continental, 1973), que tinha à frente o cantor Ney Matogrosso trouxe, na faixa seis do lado B, o poema-cantiga Rondó do Capitão (ouvir, acima) musicado pelo paulista João Ricardo. Para a criançada, foi uma festa.
A poesia de Manuel Bandeira está na boca do mundo, cantada e declamada por muita gente bonita e competente como a gaúcha Mirianês Zabot.
Em 2009, Mirianês estreou, no teatro do Centro Cultural São Paulo o espetáculo Mosaico Foto-Prosaico. Nesse espetáculo ela declamou entre Disparada (Théo de Barros/Geraldo Vandré) e Reza (Marcelo Onofri/Raul Boeira), o poema Desencanto, de Bandeira. Ouçam:
Manuel Bandeira era baixinho e triste, desconjuntado como se diz lá no nordeste. Tocava violão e piano, mas nunca teve coragem de se apresentar em público como tal. Achava-se feio fisicamente.
Há, pelo menos 130 poemas de Bandeira musicados por artistas os mais diversos, incluindo Francisco Mignone, registrados no ECAD.O poeta pernambucano também foi plagiado, até por Djavan. Mas essa é outra história...
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu no dia 19 de abril de 1886. Sua obra é m-o-n-u-m-e-n-t-a-l.
Em 1968, a cantora lírica mineira Maria Lúcia Godoy gravou um LP inteiro interpretando Bandeira. Ouçam-na interpretando o 5º movimento das Bachianas Brasileiras: