No Oriente Médio, a loucura continua, com mortos e feridos...
A terra em que o Cristo Nasceu, Belém, e onde ele cresceu, Nazaré, ali pros lados de Israel, continua em pé de guerra.
Ninguém se entende. É morte que não acaba mais.
Por estas bandas, em Campinas, SP, um corno inconformado saiu de casa trincando os dentes pronto para matar. Não demorou, deparou-se com a ex-mulher e pan pan pan pan pan! Uma dúzia de mortos no chão, incluindo filho, avô, avó. E depois simplesmente o inconformado voltou uma arma contra a própria cabeça e pan!
Mais uma tragédia a crônica policial registrou.
Pessoalmente não tenho nada contra corno, até porque conheço muitas histórias de pessoas que traíram seus pares. Sou contra, isso sim, pessoas que levam na sua morte inocentes.
"Ninguém é de ninguém", diz uma canção, mas é preciso respeito. A vida é uma graça, é uma maravilha, com todos os problemas, com todos os empecilhos naturais, a que não estamos imunes.
"A vida é uma loucura" é frase comum, do dia a dia.
"Sou alienada para não enlouquecer", ouvi de uma amiga um dia desses.
"Só agora passo eu a entender Geraldo Vandré e o seu comportamento", disse-me ontem o conterrâneo compositor e instrumentista, também cantor, Vital Farias.
"Eu estou de sacvo cheio com tudo isso", disse-me ontem o mais importante sambista cuiqueiro do Brasil em todos os tempos, Oswaldinho. "Eu não estou louco, e não sou mais corinthiano", acrescentou o mestre da Cuíca.
O que é loucura, pergunto.
No começo dos anos de 1980, escrevi reportagem sobre esse assunto.
Saiu na extinta Revista Homem, da Editora Três.
Somos todos de uma fragilidade absurda, completamente absurda.
Em Setembro de 1978, publiquei no extinto suplemento dominical Folhetim , do Jornal Folha de S.Paulo, entrevista que fiz com o autor da Guarania "Prá Não Dizer Que Não Falei De Flores", Vandré.
A repercussão foi enorme.
Meses depois da publicação, reencontrei o entrevistado no Aeroclube de João Pessoa, PB. E lhe disse que estava de saco cheio com tanta gente me perguntando... "O Vandré tá louco?". Ele caiu numa risada e disse: "Ãngelo, pode dizer para todo mundo que estou louco, com diploma e tudo".
O mundo está louco, o Brasil está louco. Louco por tudo, por sucesso e por dinheiro.
Quantas pessoas, meu amigo, minha amiga, você acha que o Renan Calheiros e seus asseclas já mataram por desviarem dinheiro público para os seus bolsos? Isso é ou não é loucura? E o Eduardo Cunha, hein? E centenas e centenas, milhares, de outros políticos com atuação em todas as esferas que fizeram e continuam, talvez, fazendo o mesmo. É duro dizer, mas o Juiz Moro, do Paraná, cada dia mais está se firmando no imaginário popular como o salvador da pátria.
"A operação Lava Jato é, para nós, uma luz no fim do túnel", desabafou como um bom brasileiro o paraibano Vital Farias.
Vital é desses cabras que não têm papas na língua. "Tem muito artista ai que de cidadão não tem nada, acrescentou o mestre da nossa música popular.
A decepção pela política hoje é tanta que faz Oswaldinho da Cuíca desabafar: "Sou a favor da volta dos militares ao poder! e ponha isso no seu blog, Assis".
Oswaldinho disse-me que passou a vida toda compondo, cantando, sambando, cuicando do modo mais bonito, como ele acredita deva ser a arte. "Mas cansei, fui um alienado a vida toda", acrescentou.
"O futebol também aliena". Oswaldinho da cuíca é autor, junto com Papete (1947-2016) do samba que virou grito: "Vai Corinthians!".