Passei na banca da esquina e vi exposta a revista Época. Capa: O Brasil Empreendedor, com “7 Lições para Quem quer Começar a Empreender”, li.
A ver com Paulo Benites, pois mais do que um empresário de sucesso ele é, de fato, um empreendedor extraordinário e prático, naturalmente, nas ações do dia-a-dia que desenvolve no mundo metroferroviário e tecnológico do qual vem se tornando cada vez mais uma pessoa necessária, imprescindível.
A expressão “empreendedor” não é nova, embora só agora esteja sendo melhor compreendida e ganhando asas na boca dos inteligentes e construtivamente buliçosos do País.
O termo surgiu entre os séculos 17 e 18, na França; “claro”, diria o meu amigo engenheiro Peter L. Alouche, francesista entusiasta de primeira hora, formado também em Letras pela prestigiosa Universidade de Nancy e destinatário de bela e invejável carta assinada pelo presidente da Resistência francesa, o general Charles de Gaulle (1890-1970), quando tinha ele, Peter, uns 12 anos.
Mas essa é outra história.
Na virada do século 19, o filólogo português Cândido de Figueiredo (1846-1925) registrava no seu Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa o seguinte, na grafia da época: “Emprenhendedor, ou empreendedor, adj. Que emprehende. Activo. Arrojado, M. Aquelle que emprehende ou toma a seu cargo uma empresa. De emprehender”.
Desse mesmo modo, a palavra ganhou definição no Aurélio e no Houaiss.
Pois bem, empreendedor é isso e mais.
É o sujeito de idéias próprias e otimista por experiência e natureza que inventa coisas e age com desembaraço e rapidez no mundo, contribuindo sobremaneira com a geração de riquezas e, portanto, com o desenvolvimento do país em que vive e trabalha. Tem tanta firmeza o empreendedor em tudo que faz que lucro financeiro chega a ser apenas um detalhe embutido nas entrelinhas, por entender ele ser isso uma obviedade tão natural quanto gritante decorrente de um processo de trabalho longo, profícuo e planejado, organizado.
O empreendedor nato, o verdadeiro, aposta, investe também, e muito, no crescimento profissional e na qualidade de vida das pessoas com as quais segue na lida diária.
Paulo Benites à frente do tempo e do Grupo Trends (vista parcial da sede, na foto) que fundou há década e meia, atirou para longe a preguiça, a sonolência, o marasmo, para se transformar numa espécie de dínamo gerador de dividendos para o Brasil.
Nos tempos de crise, trabalho.
Esta, aliás, uma das muitas lições apreendida e disseminada por ele a quantos queiram segui-lo nas suas ações contínuas em prol, sempre, do bem-estar da coletividade.
Sem dúvida, não à toa e exatamente pelo empreendedor dinâmico que é, Paulo Assis Benites foi escolhido por seus pares como o Homem do Ano no setor da Tecnologia que tanto inova. A escolha será chancelada por um troféu em solenidade marcada para o Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, às 19 horas, na sede do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, à Rua Genebra, 25, São Paulo, SP.
EXEMPLO DE VIDA
Emocionante a entrevista ontem à noite, ao vivo, no Canal Livre com João Carlos Martins. Ele foi entrevistado por Joelmir Beting e Fernando Mitre.
João perdeu as mãos para o piano em conseqüência de um acidente sofrido no Central Parque de Nova Iorque, ao jogar bola ao lado de amigos.
Eu o conheço há anos, como a seu irmão Ives Gandra.
João, aliás como Paulo Benites, freqüentou muito o programa São Paulo Capital Nordeste que apresentei por longo tempo na rádio Capital. Ao seu lado e ao lado do colega Chico Pinheiro, assisti na sua casa o copião do filme franco-alemão A Paixão Segundo Martins (Die Martins-Passion, da siberiana Irene Langemann), que recomendo. Trata da sua trajetória no mundo da música erudita.
Ao perder o movimento das mãos, João Carlos recusou-se a se aposentar e virou um dos mais aplaudidos maestros da atualidade. Tem descoberto talentos e com eles se apresentado na periferia de São Paulo e nas grandes salas de concerto do mundo todo. Está seguindo os passos de Eleazar de Carvalho, o mais importante maestro do Brasil em todos os tempos, com quem tive também o prazer de conviver de perto.
ANISTIA
Finalmente é revista uma injustiça histórica: anistia política para um dos mais importantes educadores brasileiros, o pernambucano Paulo Freire (1927-77), conhecido por seu método revolucionário de ensino, a chamada pedagogia do oprimido. Freire costumava dizer que ninguém ensina ninguém, mas ninguém aprende sozinho. Grande observação, não? “Estamos caracterizando o pedido de desculpas oficiais pelos erros cometidos pelo Estado contra Paulo Freire”, disse quinta 26 o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão Pires Júnior.
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
PAULO BENITES GANHA PRÊMIO DE TECNOLOGIA
Empreendedor.
Esse é um dos adjetivos correntes da nossa língua que melhor identificam o irrequieto paulistano Paulo Assis Benites, profissional gabaritado da turma de Engenharia Elétrica da Universidade de Mogi das Cruzes formada em 1990, com mestrado e doutorado chancelados pela Universidade de São Paulo, USP, em 1992 e 1995.
Aos 41 anos de idade, Paulo vem se destacando intensamente na vida brasileira como um dos mais ousados empreendedores do campo da engenharia elétrica e da tecnologia de ponta, isto é: a ver com o que há, hoje, de mais moderno e prático no mundo todo, especialmente no setor que tão bem domina ao lado de mais de 800 pessoas de sua confiança, absolutamente bem-preparadas para atender o que for necessário num raio de atuação que abrange alguns países, entre os quais Argélia, Venezuela e Colômbia.
A sua empresa, a Trends – que integra uma holding em que se alinham harmoniosamente outras empresas, como a Atlantis Sistemas de Gestão, a Atex do Brasil, a Principia Software e a Serviços Digitais – tem raízes fincadas na capital paulista há mais de dez anos, tempo que suficientemente a capacitou para atuar com categoria e zelo no concorrido e complexo meio da engenharia elétrica e da tecnologia avançada como uma das empresas mais respeitadas do País, e que, em contrapartida, têm sobremaneira contribuído decisivamente para o bem-estar de muita gente, mesmo que essa “muita gente”, a população, no caso, não saiba disso direito, pois o seu trabalho, o trabalho da Trends, é desenvolvido de maneira quase silenciosa nos bastidores sob túneis, estações de metrô etc., desde a sua sede na capital de São Paulo a cidades da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e o Distrito Federal.
A especialidade de Paulo, pois, e do Grupo Trends Tecnologia, pioneiro no campo da consultoria de projetos de transporte e infraestrutura, é resolver problemas relacionados à operacionalidade de veículos sobre trilhos e também na área ambiental, urbana e rodoviária, incluindo corredores de ônibus e terminais como o de Santo Amaro, localizado no bairro de mesmo nome e o mais populoso da capital paulista, na zona Sul.
Noutras palavras: onde há problemas, é fácil encontrar Paulo Assis Benites às voltas com processos de solução, a qualquer hora do dia ou da noite de qualquer dia, seja em qualquer de suas empresas, seja nos aviões que ora o levam com freqüência à China, à Coréia do Sul, Portugal ou Estados Unidos, países com os quais mantém compromissos de parceria profissionais de grande importância também para o Brasil.
À China, por exemplo, Paulo Benites viajou três vezes em menos de um ano. E também ao Japão, Alemanha etc. ele viajou.
Como resultado de suas últimas viagens à Coréia, se concretizará até março do ano que vem mais um de seus projetos: o que visa, exatamente, a implantação de um revolucionário sistema tecnológico d e fechamento de plataformas do Metrô de São Paulo, de forma que quando se abrirem as portas dos trens serão abertas também as portas das plataformas...
É aguardar para ver e desfrutar desse novo benefício que será oferecido aos 3,5 milhões de usuários/dia do metrô paulistano, um dos cinco mais seguros, asseados e pontuais do planeta.
Trabalhei nele...
Um dos principais compromissos pessoais de Paulo na vida brasileira é o de trazer know-how e aumentar a participação da engenharia nacional nos projetos que vem desenvolvendo. É dele, Paulo, a urgência de operacionalizar a nossa infraestrutura para que possamos nos tornar, como ele diz, no big player que todos esperamos. Tarefa árdua, sem dúvida, pois é de se considerar que ainda nesse ponto estamos um pouquinho atrasados...
Os projetos da Trends são muitos.
O trem de alta velocidade, por exemplo, popularmente chamado de trem-bala, que deverá deslizar sobre trilhos entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, contará com a contribuição do Grupo, que no momento participa da modernização da rede da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, CPTM, e da implantação de um moderno sistema de energia e ventilação das linhas 2-Verde, 4-Amarela e 5-Lilás.
Por isso, e não à toa, Paulo Assis Benites, que faz parte do Conselho-diretor da Associação Nacional de Transportes Públicos, ANTP, e integra o quadro de associados União Internacional de Transportes Públicos, UITP, acaba de ser escolhido por uma comissão de alto nível para receber no Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, o Prêmio Personalidade da Tecnologia 2009, oferecido anualmente pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, desde
1987, aos profissionais que se destacam no setor.
E tenho dito!
Detalhe 1: dentre todTos os agraciados até agora, Paulo é o mais jovem.
Detalhe 2: a inteligência e a sensibilidade de Paulo na geração e concretização de grandes idéias não se limitam ao campo da engenharia e tecnologia. Estendem-se também ao campo das artes, pois além de ser um exímio pianista apaixonado pela obra de Zequinha de Abreu – a sua interpretação para o chorinho Tico-Tico no Fubá é excepcional –, ele desencalha projetos culturais que têm a ver com a preservação da cultura brasileira. Por isso, e não à toa, fez suas empresas patrocinarem este ano a edição do livro Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa, que trata da história do mais antigo conjunto musical do mundo, em atividade ininterrupta. Aliás, o livro servirá de base para um filme. A 13 Produções já está identificando possíveis patrocinadores...
Voltarei ao assunto.
AEAMESP
Anteontem estive na festa de confraternização dos engenheiros que integram o corpo de associados da Aeamesp. Foi uma noite e tanto, ali nas proximidades da Avenida Paulista. O pau tá cantando, me dirão depois. Mas o importante é que revi grandes amigos, como Nestor Tupinambá,Peter e Belda.
Esse é um dos adjetivos correntes da nossa língua que melhor identificam o irrequieto paulistano Paulo Assis Benites, profissional gabaritado da turma de Engenharia Elétrica da Universidade de Mogi das Cruzes formada em 1990, com mestrado e doutorado chancelados pela Universidade de São Paulo, USP, em 1992 e 1995.
Aos 41 anos de idade, Paulo vem se destacando intensamente na vida brasileira como um dos mais ousados empreendedores do campo da engenharia elétrica e da tecnologia de ponta, isto é: a ver com o que há, hoje, de mais moderno e prático no mundo todo, especialmente no setor que tão bem domina ao lado de mais de 800 pessoas de sua confiança, absolutamente bem-preparadas para atender o que for necessário num raio de atuação que abrange alguns países, entre os quais Argélia, Venezuela e Colômbia.
A sua empresa, a Trends – que integra uma holding em que se alinham harmoniosamente outras empresas, como a Atlantis Sistemas de Gestão, a Atex do Brasil, a Principia Software e a Serviços Digitais – tem raízes fincadas na capital paulista há mais de dez anos, tempo que suficientemente a capacitou para atuar com categoria e zelo no concorrido e complexo meio da engenharia elétrica e da tecnologia avançada como uma das empresas mais respeitadas do País, e que, em contrapartida, têm sobremaneira contribuído decisivamente para o bem-estar de muita gente, mesmo que essa “muita gente”, a população, no caso, não saiba disso direito, pois o seu trabalho, o trabalho da Trends, é desenvolvido de maneira quase silenciosa nos bastidores sob túneis, estações de metrô etc., desde a sua sede na capital de São Paulo a cidades da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e o Distrito Federal.
A especialidade de Paulo, pois, e do Grupo Trends Tecnologia, pioneiro no campo da consultoria de projetos de transporte e infraestrutura, é resolver problemas relacionados à operacionalidade de veículos sobre trilhos e também na área ambiental, urbana e rodoviária, incluindo corredores de ônibus e terminais como o de Santo Amaro, localizado no bairro de mesmo nome e o mais populoso da capital paulista, na zona Sul.
Noutras palavras: onde há problemas, é fácil encontrar Paulo Assis Benites às voltas com processos de solução, a qualquer hora do dia ou da noite de qualquer dia, seja em qualquer de suas empresas, seja nos aviões que ora o levam com freqüência à China, à Coréia do Sul, Portugal ou Estados Unidos, países com os quais mantém compromissos de parceria profissionais de grande importância também para o Brasil.
À China, por exemplo, Paulo Benites viajou três vezes em menos de um ano. E também ao Japão, Alemanha etc. ele viajou.
Como resultado de suas últimas viagens à Coréia, se concretizará até março do ano que vem mais um de seus projetos: o que visa, exatamente, a implantação de um revolucionário sistema tecnológico d e fechamento de plataformas do Metrô de São Paulo, de forma que quando se abrirem as portas dos trens serão abertas também as portas das plataformas...
É aguardar para ver e desfrutar desse novo benefício que será oferecido aos 3,5 milhões de usuários/dia do metrô paulistano, um dos cinco mais seguros, asseados e pontuais do planeta.
Trabalhei nele...
Um dos principais compromissos pessoais de Paulo na vida brasileira é o de trazer know-how e aumentar a participação da engenharia nacional nos projetos que vem desenvolvendo. É dele, Paulo, a urgência de operacionalizar a nossa infraestrutura para que possamos nos tornar, como ele diz, no big player que todos esperamos. Tarefa árdua, sem dúvida, pois é de se considerar que ainda nesse ponto estamos um pouquinho atrasados...
Os projetos da Trends são muitos.
O trem de alta velocidade, por exemplo, popularmente chamado de trem-bala, que deverá deslizar sobre trilhos entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, contará com a contribuição do Grupo, que no momento participa da modernização da rede da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, CPTM, e da implantação de um moderno sistema de energia e ventilação das linhas 2-Verde, 4-Amarela e 5-Lilás.
Por isso, e não à toa, Paulo Assis Benites, que faz parte do Conselho-diretor da Associação Nacional de Transportes Públicos, ANTP, e integra o quadro de associados União Internacional de Transportes Públicos, UITP, acaba de ser escolhido por uma comissão de alto nível para receber no Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, o Prêmio Personalidade da Tecnologia 2009, oferecido anualmente pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, desde
1987, aos profissionais que se destacam no setor.
E tenho dito!
Detalhe 1: dentre todTos os agraciados até agora, Paulo é o mais jovem.
Detalhe 2: a inteligência e a sensibilidade de Paulo na geração e concretização de grandes idéias não se limitam ao campo da engenharia e tecnologia. Estendem-se também ao campo das artes, pois além de ser um exímio pianista apaixonado pela obra de Zequinha de Abreu – a sua interpretação para o chorinho Tico-Tico no Fubá é excepcional –, ele desencalha projetos culturais que têm a ver com a preservação da cultura brasileira. Por isso, e não à toa, fez suas empresas patrocinarem este ano a edição do livro Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa, que trata da história do mais antigo conjunto musical do mundo, em atividade ininterrupta. Aliás, o livro servirá de base para um filme. A 13 Produções já está identificando possíveis patrocinadores...
Voltarei ao assunto.
AEAMESP
Anteontem estive na festa de confraternização dos engenheiros que integram o corpo de associados da Aeamesp. Foi uma noite e tanto, ali nas proximidades da Avenida Paulista. O pau tá cantando, me dirão depois. Mas o importante é que revi grandes amigos, como Nestor Tupinambá,Peter e Belda.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
O MUNDO EM SECA VAI VIRAR MAR?
Seca na China já atinge 20 milhões de pessoas, leio no jornal. É a maior em 50 anos.
Na Venezuela, a solução para a estiagem prolongada pode vir através do bombardeamento de nuvens, já autorizado por Chávez.
No Irã, milenarmente terra árida, poeirenta, o povo parece estar se acostumando com os problemas advindos dela.
Bom?
Em Portugal, não.
Na Austrália, idem.
Tampouco nos Estados Unidos, no sudeste asiático, no Brasil...
Bem, no Brasil há seca no Nordeste, no Norte, no Sul...
Intempéries, contradições climáticas históricas em parte explicam essa danação.
O aquecimento global explica mais ainda, pois é provocado pela sede de ganhos de capital do bicho chamado gente.
No sul do País as chuvas continuam castigando a população como nunca, incrédulo vejo e escuto o repórter dizer na telinha de TV.
Pelas terras do chimarrão e de Paixão Cortes, nem bem acaba uma enchente, vem outra e mais e outra mais arrasadora ainda.
Hoje mesmo aqui em São Paulo, capital, já fez frio, choveu. O sol está abrindo...
Vivemos sertões chuvosos, sertões secos de canto a canto do mundo todo.
A coisa tá feia, como diz a letra do pagode de Tião Carreiro e Lourival dos Santos.
Vocês já assistiram 2012?
Falo depois.
Nesse fim de semana reli Vidas Secas, de Graciliano, e li também o belíssimo Sertões Bravios, do jornalista e sertanista santista desaparecido em 1968 Willy Aureli, 2ª edição revisada, ilustrada, ano 62, que também fala de chuva e seca do homem e da natureza.
Mas ao contrário de Vidas Secas, livro no qual se movimentam o vaqueiro Fabiano, a mulher Sinhá Vitória, os meninos “o mais novo e o mais velho” e a humaníssima cadela Baleia, na obra de Willy o interessante é o conjunto de histórias curtas em que se sobressaem personagens que o autor resgata de suas memórias.
Sertão, para Willy, “é a mesma coisa que deserto para o beduíno”. Ele:
- Sertão está na maioria das canções, das baladas, das rapsódias tão nossas! Sertão está na alma de todo caboclo que forma o enorme continente amassado e disperso aquém litoral (...) Sertão é o jaguar, é o hidrossáurio, o sáurio, o selvagem, o cervo, o ofídio, o corvo, a queixada. Sertão é tudo quanto rasteja, corre, negaceia. Sertão é sol e sombras atiradas por sobre a terra em grandes pinceladas. É o tormento sem igual, é a sede, a fome, a loucura. Sertão é o dia escaldante, pavoroso, a noite fria...
E como dizia Guimarães, em resumo:
- O sertão está em todo canto.
Visita polêmica essa, hoje, a do presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil. Ele é odiado por mundo e meio, inclusive por boa parte dos próprios árabes.
Considerado uma espécie de Hitler destes tempos modernosos em que o petróleo e coisas que tais são moedas muito fortes, Ahmadinejad, eleito há poucos meses por pleito fraudulento, segundo seus inimigos, quer discutir com Lula acordos no campo nuclear.
Isso dá arrepios.
Sempre que pode, o cara do Irã prega o fim de Israel e nega a existência do holocausto que dizimou seis milhões de judeus no correr da Segunda Grande Guerra.
Sei não, mas acho que isso não é bom para o Brasil...
Aliás, internacionalmente, acho que estamos num rumo torto.
Como fica o caso Battisti?
O Supremo entende que o ex-militante político italiano deva ser entregue ao país de origem para o acerto de contas devido, mas essa decisão caberá a Lula.
Eu, hein?
E o caso de Honduras?
Já passa de dois meses que Zelaya está morando na Embaixada brasileira de lá e nada se resolve.
O que fazer?
E o caso da Venezuela?
Embora cheio de petróleo, os venezuelanos andam em fila lenta para comprar alimentos nos supermercados. E isso com a falta de luz, água, seca...
Em noite de Balada Literária idealizada por Marcelino Freire, na Vila Madalena, perguntei ao poeta venezuelano Léo Felipe Campos, em mesa de bate-papo com o diretor do Museu da Língua Portuguesa Frederico Barbosa, Cláudio Willer e Rodrigo Garcia, na Livraria da Vila, o que se quer no seu país: democracia, foi a resposta.
O Chávez está enrolado.
.......................
O amigo cearense José Xavier Cortez, da Cortez Editora, manda convite para lançamento hoje às 18 dos livros Educação Infantil e Registro de Práticas, de Amanda Cristina Teagno Lopes; Indisciplina e Disciplina Escolar Fundamentos para o Trabalho Docente, de Celso dos Santos Vasconcellos; e Formação de Professores na Educação Infantil, de Marineide de Oliveira Gomes. O lançamento será na livraria Cortez, à Rua Monte Alegre, 1074, Perdizes. Informações pelo telefone 3873.7111.
Na Venezuela, a solução para a estiagem prolongada pode vir através do bombardeamento de nuvens, já autorizado por Chávez.
No Irã, milenarmente terra árida, poeirenta, o povo parece estar se acostumando com os problemas advindos dela.
Bom?
Em Portugal, não.
Na Austrália, idem.
Tampouco nos Estados Unidos, no sudeste asiático, no Brasil...
Bem, no Brasil há seca no Nordeste, no Norte, no Sul...
Intempéries, contradições climáticas históricas em parte explicam essa danação.
O aquecimento global explica mais ainda, pois é provocado pela sede de ganhos de capital do bicho chamado gente.
No sul do País as chuvas continuam castigando a população como nunca, incrédulo vejo e escuto o repórter dizer na telinha de TV.
Pelas terras do chimarrão e de Paixão Cortes, nem bem acaba uma enchente, vem outra e mais e outra mais arrasadora ainda.
Hoje mesmo aqui em São Paulo, capital, já fez frio, choveu. O sol está abrindo...
Vivemos sertões chuvosos, sertões secos de canto a canto do mundo todo.
A coisa tá feia, como diz a letra do pagode de Tião Carreiro e Lourival dos Santos.
Vocês já assistiram 2012?
Falo depois.
Nesse fim de semana reli Vidas Secas, de Graciliano, e li também o belíssimo Sertões Bravios, do jornalista e sertanista santista desaparecido em 1968 Willy Aureli, 2ª edição revisada, ilustrada, ano 62, que também fala de chuva e seca do homem e da natureza.
Mas ao contrário de Vidas Secas, livro no qual se movimentam o vaqueiro Fabiano, a mulher Sinhá Vitória, os meninos “o mais novo e o mais velho” e a humaníssima cadela Baleia, na obra de Willy o interessante é o conjunto de histórias curtas em que se sobressaem personagens que o autor resgata de suas memórias.
Sertão, para Willy, “é a mesma coisa que deserto para o beduíno”. Ele:
- Sertão está na maioria das canções, das baladas, das rapsódias tão nossas! Sertão está na alma de todo caboclo que forma o enorme continente amassado e disperso aquém litoral (...) Sertão é o jaguar, é o hidrossáurio, o sáurio, o selvagem, o cervo, o ofídio, o corvo, a queixada. Sertão é tudo quanto rasteja, corre, negaceia. Sertão é sol e sombras atiradas por sobre a terra em grandes pinceladas. É o tormento sem igual, é a sede, a fome, a loucura. Sertão é o dia escaldante, pavoroso, a noite fria...
E como dizia Guimarães, em resumo:
- O sertão está em todo canto.
Visita polêmica essa, hoje, a do presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil. Ele é odiado por mundo e meio, inclusive por boa parte dos próprios árabes.
Considerado uma espécie de Hitler destes tempos modernosos em que o petróleo e coisas que tais são moedas muito fortes, Ahmadinejad, eleito há poucos meses por pleito fraudulento, segundo seus inimigos, quer discutir com Lula acordos no campo nuclear.
Isso dá arrepios.
Sempre que pode, o cara do Irã prega o fim de Israel e nega a existência do holocausto que dizimou seis milhões de judeus no correr da Segunda Grande Guerra.
Sei não, mas acho que isso não é bom para o Brasil...
Aliás, internacionalmente, acho que estamos num rumo torto.
Como fica o caso Battisti?
O Supremo entende que o ex-militante político italiano deva ser entregue ao país de origem para o acerto de contas devido, mas essa decisão caberá a Lula.
Eu, hein?
E o caso de Honduras?
Já passa de dois meses que Zelaya está morando na Embaixada brasileira de lá e nada se resolve.
O que fazer?
E o caso da Venezuela?
Embora cheio de petróleo, os venezuelanos andam em fila lenta para comprar alimentos nos supermercados. E isso com a falta de luz, água, seca...
Em noite de Balada Literária idealizada por Marcelino Freire, na Vila Madalena, perguntei ao poeta venezuelano Léo Felipe Campos, em mesa de bate-papo com o diretor do Museu da Língua Portuguesa Frederico Barbosa, Cláudio Willer e Rodrigo Garcia, na Livraria da Vila, o que se quer no seu país: democracia, foi a resposta.
O Chávez está enrolado.
.......................
O amigo cearense José Xavier Cortez, da Cortez Editora, manda convite para lançamento hoje às 18 dos livros Educação Infantil e Registro de Práticas, de Amanda Cristina Teagno Lopes; Indisciplina e Disciplina Escolar Fundamentos para o Trabalho Docente, de Celso dos Santos Vasconcellos; e Formação de Professores na Educação Infantil, de Marineide de Oliveira Gomes. O lançamento será na livraria Cortez, à Rua Monte Alegre, 1074, Perdizes. Informações pelo telefone 3873.7111.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
OS MIL GOLS DE PELÉ; BUDA RAM E O PADRE CÍCERO
Há quase um ano, o adolescente nepalês Ram Bohadur Bomjan está arrastando multidões a Nijgadh, lugarejo distante cerca de 160 quilômetros da capital do Nepal, Katmandu, onde, na posição de lótus e debaixo de uma árvore centenária que não se balança ao vento, tomou gosto pelo vício de não comer, beber e imitar Dorival Caymmi no sadio e sagrado exercício de não fazer nada.
Pois bem, assisti o documentário do Discovery Channel e logo me lembrei de fenômenos parecidos, seja: de pessoas que provocam a curiosidade de outras e, por isso, fazem um rebuliço danado na região em que vivem ou andam.
O padre Cícero era craque no assunto.
O rei da voz Chico Alves, também
Idem Orlando Silva, não à toa chamado de Rei das Multidões.
Quando morreu, Getúlio levou o Brasil todo às ruas e à loucura.
Um chororô danado.
Tancredo parou São Paulo, também quando partiu.
Padre Cícero arrastou na vida e na morte gente de todo canto para vê-lo em Juazeiro do Norte, CE.
Depois de excomungado pela Igreja Católica, está ele, o padre, em vias de virar santo.
No tocante à religião, Juazeiro é a maior cidade do País; espécie de Meca, cidade saudita para onde acorre uma vez por ano o mundo todo árabe, para se arrepender dos pecados cometidos e a serem cometidos.
Lembrar do Padrim é lembrar também de Maria de Araújo, aquela do milagre da hóstia ensangüentada ocorrido no dia 1º de março de 1889, e que a boca do dos peregrinos nordestinos sacramentou santa.
Lembram disso?
Cícero ficou de calças curtas, isto é, de batina curta e obrigado a se justificar em Roma perante o Papa Leão XIII, no ano de 89 do século 19. Mas nem isso impediu que fosse excomungado pela mão-de-ferro que sempre caracterizou a madre-mãe Igreja Católica que inda faz o medievo baiano Elomar Figueira de Mello, meu amigo, se arrepiar todo; pois embora católico, me disse ele um dia, não é “apostólico romano”.
Mas, atenção, não confundir a beata Maria de Araújo com a beata Mocinha, de batismo Joana Tertuliana de Jesus, tesoureira e secretária especial do Padrim.
Vejam lá, hein?
Inda hoje reina uma confusão dos infernos em torno desses dois nomes e o fato em si, sangrento, que gerou lenda.
Confusão, diga-se, que levou o rei da embolada Manezinho Araújo a se enrolar todo na hora de fazer a valsa Beata Mocinha, que o rei do baião Luiz Gonzaga gravou no dia 29 de agosto de 1952 e lançou em novembro do mesmo ano, pela extinta RCA Victor.
À guisa de informação, acrescento: o disco com essa gravação, primorosa, de nº 80.1015, traz no lado A o Baião de Vassouras, com Os Cariocas.
Isso quer dizer o seguinte: foi um disco historicamente dividido entre um cantor/compositor/sanfoneiro, Gonzaga, e um grupo musical chamado Os Cariocas, de grande prestígio enquanto existiu.
No mínimo curioso, não?
Mas eu estava falando mesmo era do rapazote Ram Bomjan.
Bomjan é de um mundo muito especial, cheio de esquisitices, segredos, mistérios.
O Nepal, país localizado no mundo asiático, na encosta do Himalaia, perto da China e da Índia, lugar de passagem de Cristo, é pobre e cheio de contradições.
Uma espécie de Juazeiro do Norte, digamos, ou a Canindé das bandas do Ceará.
O moço nepalense que está sendo chamado de novo Buda tem obrado milagres pra familiares, digas-se, com seu jeitão simples de chamar atenção para coisas sem explicações nesta vida.
O seu caso me lembra também o caso de Tambaú, no interior de São Paulo, onde o padre Donizete fez e desfez e por pouco não levou ao linchamento físico do meu querido amigo Otávio, chargista dos grandes de atuação inesquecível no extinto jornal Folha da Tarde, do Grupo Folhas, onde trabalhei.
E tudo isso para dizer, ao fim, que parei de beber leite; vez que Ram não come, não bebe...
Osvaldinho da Cuíca também não é chegado a líquidos. Melhor: não bebe água, leite, suco...
Acho que vou virar santo.
Ah!
Hoje faz 40 anos que Pelé, o rei do futebol, marcou seu 1000º gol. Foi no Maracanã, de pernas bambas, contra o Vasco. De pênalti. Na ocasião, não entendido por muitos, ele chamou a atenção para o descaso que já à época se dava à criança brasileira, abandonada.
Vocês já assistiram Pelé Eterno? É um belo filme. Dele sou consultor musical.
Fica o registro.
Viva Pelé!
Pois bem, assisti o documentário do Discovery Channel e logo me lembrei de fenômenos parecidos, seja: de pessoas que provocam a curiosidade de outras e, por isso, fazem um rebuliço danado na região em que vivem ou andam.
O padre Cícero era craque no assunto.
O rei da voz Chico Alves, também
Idem Orlando Silva, não à toa chamado de Rei das Multidões.
Quando morreu, Getúlio levou o Brasil todo às ruas e à loucura.
Um chororô danado.
Tancredo parou São Paulo, também quando partiu.
Padre Cícero arrastou na vida e na morte gente de todo canto para vê-lo em Juazeiro do Norte, CE.
Depois de excomungado pela Igreja Católica, está ele, o padre, em vias de virar santo.
No tocante à religião, Juazeiro é a maior cidade do País; espécie de Meca, cidade saudita para onde acorre uma vez por ano o mundo todo árabe, para se arrepender dos pecados cometidos e a serem cometidos.
Lembrar do Padrim é lembrar também de Maria de Araújo, aquela do milagre da hóstia ensangüentada ocorrido no dia 1º de março de 1889, e que a boca do dos peregrinos nordestinos sacramentou santa.
Lembram disso?
Cícero ficou de calças curtas, isto é, de batina curta e obrigado a se justificar em Roma perante o Papa Leão XIII, no ano de 89 do século 19. Mas nem isso impediu que fosse excomungado pela mão-de-ferro que sempre caracterizou a madre-mãe Igreja Católica que inda faz o medievo baiano Elomar Figueira de Mello, meu amigo, se arrepiar todo; pois embora católico, me disse ele um dia, não é “apostólico romano”.
Mas, atenção, não confundir a beata Maria de Araújo com a beata Mocinha, de batismo Joana Tertuliana de Jesus, tesoureira e secretária especial do Padrim.
Vejam lá, hein?
Inda hoje reina uma confusão dos infernos em torno desses dois nomes e o fato em si, sangrento, que gerou lenda.
Confusão, diga-se, que levou o rei da embolada Manezinho Araújo a se enrolar todo na hora de fazer a valsa Beata Mocinha, que o rei do baião Luiz Gonzaga gravou no dia 29 de agosto de 1952 e lançou em novembro do mesmo ano, pela extinta RCA Victor.
À guisa de informação, acrescento: o disco com essa gravação, primorosa, de nº 80.1015, traz no lado A o Baião de Vassouras, com Os Cariocas.
Isso quer dizer o seguinte: foi um disco historicamente dividido entre um cantor/compositor/sanfoneiro, Gonzaga, e um grupo musical chamado Os Cariocas, de grande prestígio enquanto existiu.
No mínimo curioso, não?
Mas eu estava falando mesmo era do rapazote Ram Bomjan.
Bomjan é de um mundo muito especial, cheio de esquisitices, segredos, mistérios.
O Nepal, país localizado no mundo asiático, na encosta do Himalaia, perto da China e da Índia, lugar de passagem de Cristo, é pobre e cheio de contradições.
Uma espécie de Juazeiro do Norte, digamos, ou a Canindé das bandas do Ceará.
O moço nepalense que está sendo chamado de novo Buda tem obrado milagres pra familiares, digas-se, com seu jeitão simples de chamar atenção para coisas sem explicações nesta vida.
O seu caso me lembra também o caso de Tambaú, no interior de São Paulo, onde o padre Donizete fez e desfez e por pouco não levou ao linchamento físico do meu querido amigo Otávio, chargista dos grandes de atuação inesquecível no extinto jornal Folha da Tarde, do Grupo Folhas, onde trabalhei.
E tudo isso para dizer, ao fim, que parei de beber leite; vez que Ram não come, não bebe...
Osvaldinho da Cuíca também não é chegado a líquidos. Melhor: não bebe água, leite, suco...
Acho que vou virar santo.
Ah!
Hoje faz 40 anos que Pelé, o rei do futebol, marcou seu 1000º gol. Foi no Maracanã, de pernas bambas, contra o Vasco. De pênalti. Na ocasião, não entendido por muitos, ele chamou a atenção para o descaso que já à época se dava à criança brasileira, abandonada.
Vocês já assistiram Pelé Eterno? É um belo filme. Dele sou consultor musical.
Fica o registro.
Viva Pelé!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
TIMES, CORDEL E BURCA PARA GEISY
Li:
Repórter do The New York Times vira fã de autor de cordel gay.
Opa!
Li de novo e entendi que o repórter Larry Rother tem paixão por folhetos que tratam do tema gay. ele tem um monte em casa: 2 mil.
Pois bem, Rohter é da terra detonada por Bin Laden.
Morou aqui, no Brasil, durante uns trinta e tantos anos sem que ninguém o incomodasse.
Não o questiono como profissional, inclusive porque não o conheço pessoalmente; mas ele nos conhece de sobra e sobre nós escreveu – e deve continuar a escrever – o que bem quis e quer, em centenas de reportagens publicadas no seu jornal, The New York Times.
Até sobre a nossa cachaçinha gostosinha querida etc. e tal, quente que só, do dia-a-dia santo-santificado ele escreveu.
Rohter uma vez desceu a lenha no Lula só porque, coitado, como eu e milhões e milhões, gosta, Lula, de uma branquinha um dia sim, outro também.
Ora, e que mal há nisso?
Lula parece estar fazendo bem ao País...
E o Rohter?
Paulo Vanzolini, mestre, gênio, amigo querido, também gosta da branquinha popularmente chamada de cana, caninha, água benta, metida e tal, como tantos. E olha que o Paulo, moço estudado e doutor até em Harvard, está quase acima do bem e do mal... Outro amigo, o Bill Hinchberger, jornalista norte-americano como Rohter, morador destas paragens por 22 anos – hoje na França –, correspondente de jornais e revistas como a velha Variety, de 1905, também gosta.
De quê? De uma gostosinha, não é mesmo Marco Haurélio?
Marco é dos cordelistas brasileiros hoje um dos melhores, como os irmãos Ari e Klévisson Viana.
Ari também é chegado.
A quê?
Ora, ora...
Uma vez nos sentamos à mesa eu, Paulo e Bill.
Foi ali pelas bandas do Museu de Zoologia.
Paulo era seu diretor.
A conversa fluiu muito bem, como sempre. E olha que nada falamos de cobras e lagartos, a especialidade profissional do autor de Ronda e Volta por Cima. Aliás, a biblioteca do Museu foi toda constituída por grana advinda dos autorais de Ronda, doada por Paulo.
Repito: que mal há beber o que é bebível, hein?
O mal é a desinformação.
Larry Rohter, que lhe pese o fato de morar tanto tempo no País, ainda não conhece direito a cultura popular de cá. De certo modo, essa questão beira o campo da gravidade porque ele, Rohter, tem espalhado mundo afora que a literatura de cordel no Brasil é feita basicamente por J. Borges.
Não é.
São mais de três mil cordelistas, pelos meus cálculos.
Borges é um xilogravurista de grandes qualidades, mas não é um cordelista nos moldes tradicionais de um Leandro Gomes de Barros ou João Martins de Athayde, José Bernardo da Silva, José Camelo de Melo Resende, Firmino Teixeira do Amaral, José Pacheco e Francisco das Chagas Batista, entre tantos e tantos da galeria dos antigos; e dos mais novos os já citados Ari, Klévisson e Marco, além de Audifax Rios, Moreira de Acopiara, Antônio Alves da Silva, Valdir Soares, Pedro Costa, Sinzenando Cerqueira Lima, Horácio Custódio de Sousa, William Brito, Mateus José dos Santos, Aparecido Balbino, Roberto Coutinho da Motta, Gilmar S. Ferreira, Francisco Salviano da Cruz, Varneci Nascimento, Pedro Monteiro e João Gomes de Sá.
Sem falar no grande Patativa do Assaré e também no Chico Pedrosa, Jessier Quirino...
Rohter não sabe o que está dizendo.
Pena.
Sugiro que ele se inteire um pouco mais antes de voltar a ocupar páginas do seu jornal com meias informações a respeito de cana e literatura de cordel. Pode começar lendo os 40 folhetos resultantes do 1º e do 2º concursos paulista de literatura de cordel que promovemos em 2001 e 2003, em São Paulo através do Metrô e da CPTM. Os folhetos selecionados em ambos concursos tiveram uma tiragem de 410 mil e foram distribuídos nas escolas da rede pública do Estado.
E por falar em cordel, replico aqui o folheto de ocasião escrito por Miguezim de Princesa a mim enviado por Peter Alouche. Claro, é sobre a cliente da Uniban que continua provocando um tumulto danado. Título: Uma Burca para Geisy.
I
Quando Geisy apareceu
Balançando o mucumbu
Na Faculdade Uniban,
Foi o maior sururu:
Teve reza e ladainha;
Não sabia que uma calcinha
Causava tanto rebu.
II
Trajava um mini-vestido,
Arrochado e cor de rosa;
Perfumada de extrato,
Toda ancha e toda prosa,
Pensou que estava abafando
E ia ter rapaz gritando:
"Arrocha a tampa, gostosa!"
III
Mas Geisy se enganou,
O paulista é acanhado:
Quando vê lance de perna,
Fica logo indignado.
Os motivos eu não sei,
Mas pra passeata gay
Vai todo mundo animado!
IV
Ainda na escadaria,
Só se ouvia a estudantada
Dando urros, dando gritos,
Colérica e indignada
Como quem vai para a luta,
Chamando-a de prostituta
E de mulherzinha safada.
V
Geisy ficou acuada,
Num canto, triste a chorar,
Procurou um agasalho
Para cobrir o lugar,
Quando um rapaz inocente
Disse: "Oh troço mais indecente,
Acho que vou desmaiar!".
VI
A Faculdade Uniban,
Que está em último lugar
Nas provas que o MEC faz,
Quis logo se destacar:
Decidiu no mesmo instante
Expulsar a estudante
Do seu quadro regular.
VII
Totalmente escorraçada,
Sem ter mais onde estudar,
Geisy precisa de ajuda
Para a vida retomar,
Mas na novela das oito
É um tal de molhar biscoito
E ninguém pra reclamar.
VIII
O fato repercutiu
De Paris até Omã.
Soube que Ahmadinejad
Festejou lá no Irã,
Foi uma festa de arromba
Com direito a carro-bomba
Da milícia Talibã.
IX
E o rico Osama Bin Laden,
Agradecendo a Alá,
Nas montanhas cazaquistãs
Onde foi se homiziar
Com uma cigana turca,
Mandou fazer uma burca
Para a brasileira usar.
X
Fica pra Geisy a lição
Desse poeta matuto:
Proteja seu bom guardado
Da cólera dos impolutos,
Guarde bem o tacacá
E só resolva mostrar
A quem gosta do produto.
Quem é Miguezim de Princesa? Em versos, o próprio responde:
Meu nome é Miguel Lucena,
O Miguezim de Princesa,
Saio espalhando alegria
Para espantar a tristeza;
No entulho da feiúra
Boto um rio de beleza.
Meu pai é Migué Fotogra,
Minha mãe é dona Emília,
Minha casa é de oito irmãos,
Meu filho é uma maravilha,
Minha mulher é meu amparo,
Meu coração é família.
Concursado delegado,
Há duas décadas jornalista,
Vivo a escrever versos tortos,
Inspirado em repentista,
A quem me chama doutor:
Em sou mesmo é cordelista.
Repórter do The New York Times vira fã de autor de cordel gay.
Opa!
Li de novo e entendi que o repórter Larry Rother tem paixão por folhetos que tratam do tema gay. ele tem um monte em casa: 2 mil.
Pois bem, Rohter é da terra detonada por Bin Laden.
Morou aqui, no Brasil, durante uns trinta e tantos anos sem que ninguém o incomodasse.
Não o questiono como profissional, inclusive porque não o conheço pessoalmente; mas ele nos conhece de sobra e sobre nós escreveu – e deve continuar a escrever – o que bem quis e quer, em centenas de reportagens publicadas no seu jornal, The New York Times.
Até sobre a nossa cachaçinha gostosinha querida etc. e tal, quente que só, do dia-a-dia santo-santificado ele escreveu.
Rohter uma vez desceu a lenha no Lula só porque, coitado, como eu e milhões e milhões, gosta, Lula, de uma branquinha um dia sim, outro também.
Ora, e que mal há nisso?
Lula parece estar fazendo bem ao País...
E o Rohter?
Paulo Vanzolini, mestre, gênio, amigo querido, também gosta da branquinha popularmente chamada de cana, caninha, água benta, metida e tal, como tantos. E olha que o Paulo, moço estudado e doutor até em Harvard, está quase acima do bem e do mal... Outro amigo, o Bill Hinchberger, jornalista norte-americano como Rohter, morador destas paragens por 22 anos – hoje na França –, correspondente de jornais e revistas como a velha Variety, de 1905, também gosta.
De quê? De uma gostosinha, não é mesmo Marco Haurélio?
Marco é dos cordelistas brasileiros hoje um dos melhores, como os irmãos Ari e Klévisson Viana.
Ari também é chegado.
A quê?
Ora, ora...
Uma vez nos sentamos à mesa eu, Paulo e Bill.
Foi ali pelas bandas do Museu de Zoologia.
Paulo era seu diretor.
A conversa fluiu muito bem, como sempre. E olha que nada falamos de cobras e lagartos, a especialidade profissional do autor de Ronda e Volta por Cima. Aliás, a biblioteca do Museu foi toda constituída por grana advinda dos autorais de Ronda, doada por Paulo.
Repito: que mal há beber o que é bebível, hein?
O mal é a desinformação.
Larry Rohter, que lhe pese o fato de morar tanto tempo no País, ainda não conhece direito a cultura popular de cá. De certo modo, essa questão beira o campo da gravidade porque ele, Rohter, tem espalhado mundo afora que a literatura de cordel no Brasil é feita basicamente por J. Borges.
Não é.
São mais de três mil cordelistas, pelos meus cálculos.
Borges é um xilogravurista de grandes qualidades, mas não é um cordelista nos moldes tradicionais de um Leandro Gomes de Barros ou João Martins de Athayde, José Bernardo da Silva, José Camelo de Melo Resende, Firmino Teixeira do Amaral, José Pacheco e Francisco das Chagas Batista, entre tantos e tantos da galeria dos antigos; e dos mais novos os já citados Ari, Klévisson e Marco, além de Audifax Rios, Moreira de Acopiara, Antônio Alves da Silva, Valdir Soares, Pedro Costa, Sinzenando Cerqueira Lima, Horácio Custódio de Sousa, William Brito, Mateus José dos Santos, Aparecido Balbino, Roberto Coutinho da Motta, Gilmar S. Ferreira, Francisco Salviano da Cruz, Varneci Nascimento, Pedro Monteiro e João Gomes de Sá.
Sem falar no grande Patativa do Assaré e também no Chico Pedrosa, Jessier Quirino...
Rohter não sabe o que está dizendo.
Pena.
Sugiro que ele se inteire um pouco mais antes de voltar a ocupar páginas do seu jornal com meias informações a respeito de cana e literatura de cordel. Pode começar lendo os 40 folhetos resultantes do 1º e do 2º concursos paulista de literatura de cordel que promovemos em 2001 e 2003, em São Paulo através do Metrô e da CPTM. Os folhetos selecionados em ambos concursos tiveram uma tiragem de 410 mil e foram distribuídos nas escolas da rede pública do Estado.
E por falar em cordel, replico aqui o folheto de ocasião escrito por Miguezim de Princesa a mim enviado por Peter Alouche. Claro, é sobre a cliente da Uniban que continua provocando um tumulto danado. Título: Uma Burca para Geisy.
I
Quando Geisy apareceu
Balançando o mucumbu
Na Faculdade Uniban,
Foi o maior sururu:
Teve reza e ladainha;
Não sabia que uma calcinha
Causava tanto rebu.
II
Trajava um mini-vestido,
Arrochado e cor de rosa;
Perfumada de extrato,
Toda ancha e toda prosa,
Pensou que estava abafando
E ia ter rapaz gritando:
"Arrocha a tampa, gostosa!"
III
Mas Geisy se enganou,
O paulista é acanhado:
Quando vê lance de perna,
Fica logo indignado.
Os motivos eu não sei,
Mas pra passeata gay
Vai todo mundo animado!
IV
Ainda na escadaria,
Só se ouvia a estudantada
Dando urros, dando gritos,
Colérica e indignada
Como quem vai para a luta,
Chamando-a de prostituta
E de mulherzinha safada.
V
Geisy ficou acuada,
Num canto, triste a chorar,
Procurou um agasalho
Para cobrir o lugar,
Quando um rapaz inocente
Disse: "Oh troço mais indecente,
Acho que vou desmaiar!".
VI
A Faculdade Uniban,
Que está em último lugar
Nas provas que o MEC faz,
Quis logo se destacar:
Decidiu no mesmo instante
Expulsar a estudante
Do seu quadro regular.
VII
Totalmente escorraçada,
Sem ter mais onde estudar,
Geisy precisa de ajuda
Para a vida retomar,
Mas na novela das oito
É um tal de molhar biscoito
E ninguém pra reclamar.
VIII
O fato repercutiu
De Paris até Omã.
Soube que Ahmadinejad
Festejou lá no Irã,
Foi uma festa de arromba
Com direito a carro-bomba
Da milícia Talibã.
IX
E o rico Osama Bin Laden,
Agradecendo a Alá,
Nas montanhas cazaquistãs
Onde foi se homiziar
Com uma cigana turca,
Mandou fazer uma burca
Para a brasileira usar.
X
Fica pra Geisy a lição
Desse poeta matuto:
Proteja seu bom guardado
Da cólera dos impolutos,
Guarde bem o tacacá
E só resolva mostrar
A quem gosta do produto.
Quem é Miguezim de Princesa? Em versos, o próprio responde:
Meu nome é Miguel Lucena,
O Miguezim de Princesa,
Saio espalhando alegria
Para espantar a tristeza;
No entulho da feiúra
Boto um rio de beleza.
Meu pai é Migué Fotogra,
Minha mãe é dona Emília,
Minha casa é de oito irmãos,
Meu filho é uma maravilha,
Minha mulher é meu amparo,
Meu coração é família.
Concursado delegado,
Há duas décadas jornalista,
Vivo a escrever versos tortos,
Inspirado em repentista,
A quem me chama doutor:
Em sou mesmo é cordelista.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
ANA BERNARDO, INTÉRPRETE DE PAULO VANZOLINI
Como previsto, o espetáculo poético-musical com o especialíssimo dublê de cientista e compositor aclamado Paulo Emilio Vanzolini ontem à noite no palco do teatro Fecap, no bairro da Liberdade, cá em Sampa, foi simplesmente primoroso.
O autor de Ronda e Volta por Cima e de mais cinco dezenas de títulos que formam uma obra musical singular iniciada nos 40, e que nos enobrece e enobrece também o País hoje musicalmente tão judiado, espoliado, esteve totalmente à vontade numa mesinha à esquerda do palco, cervejinha à mão e à goela, por cerca de hora e meia perante umas 400 pessoas de idades diversas, desde o adolescente curioso à avó saudosa e o tiozinho íntimo de suas belas (e bem-feitas) canções.
“Esse é o meu público”, frisou feliz uma hora Paulo, retribuindo com humildade os aplausos que recebia de maneira quase intermitente a cada intervenção que fazia, ora para declamar um trecho do livro Tempos de Cabo, ora para cantarolar e contar causos e a história de algumas de suas músicas famosas como Cravo Branco, que nasceu a partir de uma observação colhida de uma empregada doméstica.
Aliás, também de uma simples observação do ato de bater carteiras dos incautos que transitavam na Praça Clóvis Bevilácqua e redondezas nos anos 60 de chumbo, na capital paulista, surgiu Praça Clóvis, samba de valor reconhecido até pelo turrão Adoniran de Saudosa Maloca e Trem das Onze, que chegaria a ganhar uma música em sua homenagem (Seu Barbosa), feita pelo próprio Paulo a pedido do cantor, compositor e instrumentista Luiz Carlos Paraná (1932-70), seu amigo e autor de Cafezal em Flor (gravada pela dupla Cascatinha & Inhana e tantos) e Maria, Carnaval e Cinzas (defendida por Roberto Carlos no III Festival de Música Popular Brasileira, em 1966), entre outras.
A parte musical propriamente dita do espetáculo de ontem, a cargo do impecável grupo formado por Ítalo Perón (violão e arranjos), Jayme Saraiva, Pratinha (flauta e bandolim) e Adriano Busko (percussão), foi, digamos, algo inesquecível.
Sim, um show à parte foi a apresentação de Ana Bernardo.
Ela estava iluminada. Correta na voz e postura.
Os músicos, completamente afinados uns com os outros, pareciam brincar em cena.
O entrosamento deles com a experiente cantora em palco foi mais do que perfeito.
Ana é filha de Arthur Bernardo (1930-90), lendário violonista integrante de primeira hora do longevo grupo paulistano Demônios da Garoa.
Ela iniciou a noite cantando os sambas Chorava no Meio da Rua, Longe de Casa e Samba Erudito.
Após a primeira intervenção de Paulo, ela prosseguiu cantando Cara Limpa, Cravo Branco, Boca da Noite e Cuitelinho.
Nesse ponto, uma nova pausa para o autor de Capoeira do Arnaldo revelar à platéia que essa toada deve ser creditada também a outro autor, Antônio Xandó.
E por aí seguiu a noite feito criança, como dizem os poetas e boêmios em geral.
Quem não foi perdeu inclusive a apresentação de Pedacinhos do Céu.
Nesse ponto, uma informação adicional:
Num dos nossos encontros há anos, Paulo perguntou se eu conhecia o chorinho de Waldir Azevedo e se eu poderia lhe fazer uma cópia do original. Fiz e o resultado foi o que Ana nos brindou.
Detalhe: Paulo contou que durou uns 25 anos a sua luta para terminar a letra de Pedacinhos do Céu.
Eu passei uns 25, para concluir Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa.
Após o espetáculo, Paulo passou a atender o público no hall do teatro, autografando Tempos de Cabo, que trata de seus tempos... de cabo do Exército. É desse período, em ronda a cavalo pela região central da cidade, o famoso samba-canção que Inezita Barroso gravou em agosto de 1953, no seu segundo disco de 78 RPM, sete anos depois de composto.
A fila parecia não acabar nunca.
Deparei-me com vários amigos nela, como Vicente Dianezzi, da velha Folha de S.Paulo, e amigas como Geisa, companheira eterna de mestre Lourenço Diaféria (“inventor da crônica paulistana”), meu amigo querido e a quem dedico o livro Pascalingundum!
Pascalingundum também é dedicado a Paulo, , diga-se, o “intelectual do samba e da vida, co-autor da Teoria dos Refúgios, segundo a qual as mudanças climáticas em florestas contínuas, como a Amazônia, fragmentam formações vegetais que causam especiação e, consequentemente, enriquecem a biodiversidade da nossa América”.
Grande noite a de ontem, no teatro da Fecap.
Quero mais!
O autor de Ronda e Volta por Cima e de mais cinco dezenas de títulos que formam uma obra musical singular iniciada nos 40, e que nos enobrece e enobrece também o País hoje musicalmente tão judiado, espoliado, esteve totalmente à vontade numa mesinha à esquerda do palco, cervejinha à mão e à goela, por cerca de hora e meia perante umas 400 pessoas de idades diversas, desde o adolescente curioso à avó saudosa e o tiozinho íntimo de suas belas (e bem-feitas) canções.
“Esse é o meu público”, frisou feliz uma hora Paulo, retribuindo com humildade os aplausos que recebia de maneira quase intermitente a cada intervenção que fazia, ora para declamar um trecho do livro Tempos de Cabo, ora para cantarolar e contar causos e a história de algumas de suas músicas famosas como Cravo Branco, que nasceu a partir de uma observação colhida de uma empregada doméstica.
Aliás, também de uma simples observação do ato de bater carteiras dos incautos que transitavam na Praça Clóvis Bevilácqua e redondezas nos anos 60 de chumbo, na capital paulista, surgiu Praça Clóvis, samba de valor reconhecido até pelo turrão Adoniran de Saudosa Maloca e Trem das Onze, que chegaria a ganhar uma música em sua homenagem (Seu Barbosa), feita pelo próprio Paulo a pedido do cantor, compositor e instrumentista Luiz Carlos Paraná (1932-70), seu amigo e autor de Cafezal em Flor (gravada pela dupla Cascatinha & Inhana e tantos) e Maria, Carnaval e Cinzas (defendida por Roberto Carlos no III Festival de Música Popular Brasileira, em 1966), entre outras.
A parte musical propriamente dita do espetáculo de ontem, a cargo do impecável grupo formado por Ítalo Perón (violão e arranjos), Jayme Saraiva, Pratinha (flauta e bandolim) e Adriano Busko (percussão), foi, digamos, algo inesquecível.
Sim, um show à parte foi a apresentação de Ana Bernardo.
Ela estava iluminada. Correta na voz e postura.
Os músicos, completamente afinados uns com os outros, pareciam brincar em cena.
O entrosamento deles com a experiente cantora em palco foi mais do que perfeito.
Ana é filha de Arthur Bernardo (1930-90), lendário violonista integrante de primeira hora do longevo grupo paulistano Demônios da Garoa.
Ela iniciou a noite cantando os sambas Chorava no Meio da Rua, Longe de Casa e Samba Erudito.
Após a primeira intervenção de Paulo, ela prosseguiu cantando Cara Limpa, Cravo Branco, Boca da Noite e Cuitelinho.
Nesse ponto, uma nova pausa para o autor de Capoeira do Arnaldo revelar à platéia que essa toada deve ser creditada também a outro autor, Antônio Xandó.
E por aí seguiu a noite feito criança, como dizem os poetas e boêmios em geral.
Quem não foi perdeu inclusive a apresentação de Pedacinhos do Céu.
Nesse ponto, uma informação adicional:
Num dos nossos encontros há anos, Paulo perguntou se eu conhecia o chorinho de Waldir Azevedo e se eu poderia lhe fazer uma cópia do original. Fiz e o resultado foi o que Ana nos brindou.
Detalhe: Paulo contou que durou uns 25 anos a sua luta para terminar a letra de Pedacinhos do Céu.
Eu passei uns 25, para concluir Pascalingundum! Os Eternos Demônios da Garoa.
Após o espetáculo, Paulo passou a atender o público no hall do teatro, autografando Tempos de Cabo, que trata de seus tempos... de cabo do Exército. É desse período, em ronda a cavalo pela região central da cidade, o famoso samba-canção que Inezita Barroso gravou em agosto de 1953, no seu segundo disco de 78 RPM, sete anos depois de composto.
A fila parecia não acabar nunca.
Deparei-me com vários amigos nela, como Vicente Dianezzi, da velha Folha de S.Paulo, e amigas como Geisa, companheira eterna de mestre Lourenço Diaféria (“inventor da crônica paulistana”), meu amigo querido e a quem dedico o livro Pascalingundum!
Pascalingundum também é dedicado a Paulo, , diga-se, o “intelectual do samba e da vida, co-autor da Teoria dos Refúgios, segundo a qual as mudanças climáticas em florestas contínuas, como a Amazônia, fragmentam formações vegetais que causam especiação e, consequentemente, enriquecem a biodiversidade da nossa América”.
Grande noite a de ontem, no teatro da Fecap.
Quero mais!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
PAULO VANZOLINI E TEMPOS DE CABO
O renomado biólogo paulistano especializado em herpetologia, ex-cabo e compositor bissexto Paulo Emílio Vanzolini dará o ar da sua graça amanhã e depois, 14 e 15, às 21 e 19 horas, respectivamente, no teatro da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Fecap, à Avenida Liberdade, 532.
O pretexto de tão boa notícia é a edição fac-similar do livro Tempos de Cabo, viabilizada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. O livro é recheado de belíssimas ilustrações assinadas pelo craque cearense Aldemir Martins, ao contrário da edição original, que, aliás, é bem anterior a essa composta em março de 1981 pela Palavra e Imagem Editora Ltda., que tinha endereço ali na Rua Augusta, de tantas histórias.
Paulo é um dos mais importantes e práticos seres humanos nascidos em solo brasileiro que já conheci, e com quem tenho tido, ao longo dos anos desde os 80, o prazer de molhar o bico com cerva da boa, geladinha, seja na sua casa, seja no boteco da esquina mais próxima.
A trajetória do cientista Paulo Emílio Vanzolini é orgulho para todos que sabem o que é cidadania e ser cidadão, e que gostam deste País acima dos outros países.
Como compositor Paulo é um clássico, o contraponto poético perfeito do seu amigo Adoniran Barbosa, com quem também muitas vezes molhei a palavra no velho Mutamba de guerra, que existia no térreo de um prédio ao lado da sede do extinto Diário Popular, na Major Quedinho.
Adoniran é o popular clássico.
O primeiro, autor do samba-canção Ronda.
O segundo, do samba Trem das Onze.
Tanto um quanto o outro, ótimo motivo para boas discussões em torno da música paulista.
Paulo é o clássico popular como Bach e Beethoven, se me entendem.
Fantástico!
Há uns dois ou três anos, eu o convidei a subir comigo no palco de uma das unidades do Centro Educacional Unificado (CEU), na periferia de São Paulo.
Ele foi e nos proporcionou uma noite memorável, pois difícil esquecê-lo contando histórias suas e nos desafiando a encontrar na sua obra a palavra “malandro”.
Na obra de Paulo não há espaço para dúbio sentido e nem vez para personagens “espertos”, que passam a perna nos outros.
Sua obra é seu espelho, espelho cristalino.
A sua obra, formada por 52 músicas distribuídas em quatro CDs de 13 faixas cada um, acondicionados numa caixa (Acerto de Contas), é seu legado para o porvir. Além, claro, dos estudos que fez no campo da pesquisa científica.
Paulo Emílio Vanzolini é um homem de moral, como acertadamente foi escolhido o título do filme que trata um pouco da sua vida e obra, dirigido com sensibilidade e talento pelo paulistano, e também biólogo, Ricardo Dias.
Uma amostra do conteúdo poético de Tempos de Cabo a ser relançado amanhã e depois, na Fecap:
Quem me viu e quem me vê
Há de dizer certamente
Que hoje me vê deferente
Se essa vida é mesmo um circo,
Paiaço dela sô eu.
Destino se riu de mim,
Me deu muler que eu não quero,
Muler que eu quero num deu.
Uma, coitada, me adora.
Seu eu passo e num ligo, chora.
Sempre eu passo, nunca ligo.
A otra, veja você,
Destino brinco comigo,
Nem finge que não me vê,
Si ri pra mim tudo dia,
Não sorriso de bondade,
Nem de amor nem de amizade,
De mardade e de ironia.
Quem me viu e quem me vê
Hoje me vê deferente.
Onde eu to tem tempo quente,
Tem tiro, tem punhalada,
Tem sangue, tem entrevero.
Diz que eu não sô bom de gênio,
Dissesse que é desespero.
Quem conhece um pouco a vida
Vê meu destino traçado:
Vô acabá de madruga
Espichado numa carçada,
Morrendo de morte matada.
E nesse dia de sangue
Essa muler que eu não gosto,
Me vendo morto se mata.
E essa que gosto, essa ingrata,
Não há de chorar por mim,
Só há de dizer assim,
Com seu jeito de princesa:
– Era nego muito salafra,
Morrendo até foi limpeza.
Paulo Vanzolini não estará só amanhã e depois – e nem nunca – no teatro da Fecap. Acompanhando-o estarão Ana Bernardo, cantora e companheira; Ítalo Peron (violão), Jayme Saraiva, o Pratinha (flauta) e Adriano Busko (percussão). Ana interpretará clássicos vanzolianos, como Chorava no Meio da Rua, Falta de Mim, Bandeira de Guerra, Cara Limpa e Praça Clóvis. Antes, Paulo contará histórias curiosas sobre a sua vida e obra, o que fez magnificamente noutra ocasião quando estivemos juntos com seu parceiro Eduardo Gudin, seu ex-aluno de medicina Dráuzio Varela e o produtor musical Fernando Faro, no palco do SESC Vila Mariana.
..........................
DOMINGUINHOS
O sanfoneiro Dominguinhos se apresenta hoje 13 de sorte no Remelexo Brasil, ali na Rua Paes Leme, 208. Mais detalhes com Fabíola Lima, pelo telefone 11.9579-8222 ou através do e-mail fabíola@duolfcomunic.com.br
RAPAZIADA DO BRAZ
De Braz Baccarin, responsável pelo lançamento à praça do clássico Trem das Onze na primeira metade dos anos de 1960, recebo por e-mail:
Prezado amigo Assis Ângelo, boa tarde
Gostei da história da música Rapaziada do Braz, porém, faltou um detalhe sobre essa famosa obra. Antes da letra de Alberto Marino Júnior, ela teve letra de Álvaro Rodrigues e foi editada em 1923 por Vicente Giordano Editor e somente em 1954 foi transferida para Irmãos Vitale. Não é história de pescador: tenho a partitura.
Um abraço.
BLOG
De Álvaro Alves de Queiroz, recebo também por e-mail:
Prezado conterrâneo Assis Ângelo
Não sei se você se lembra de mim, eu lhe conheci no SESC de São José dos Campos/SP, quando você fez palestra sobre O Nordestino em São Paulo. Fiquei com o seu e-mail e até já mandei alguns artigos que escrevo para os amigos internautas sobre a Olimpíada no Brasil - o Rio de Ontem e de Hoje, e outro sobre as invasões do MST. Agora, venho lhe cumprimentar pelo seu blog, que é excelente e onde você expõe um repertório de contactos muito bom, e faz considerações muito boas e procedentes sobre diferentes assuntos, como as da minissaia da aluna da Uniban, Geisy Arruda. Como sou um velho muito enrolado no computador e na Internet, não estou conseguindo me manifestar em seu blog, para lhe cumprimentar sobre a excelência de seu espaço; por isso, aqui vão os meus cumprimentos.
Saudações nordestinas.
CORDEL
A respeito do episódio envolvendo a cliente da Uniban, Geyse Arruda, recebo de Peter Alouche um cordel assinado por Miguezim de Princesa. Posto depois, para deleite dos leitores.
O pretexto de tão boa notícia é a edição fac-similar do livro Tempos de Cabo, viabilizada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. O livro é recheado de belíssimas ilustrações assinadas pelo craque cearense Aldemir Martins, ao contrário da edição original, que, aliás, é bem anterior a essa composta em março de 1981 pela Palavra e Imagem Editora Ltda., que tinha endereço ali na Rua Augusta, de tantas histórias.
Paulo é um dos mais importantes e práticos seres humanos nascidos em solo brasileiro que já conheci, e com quem tenho tido, ao longo dos anos desde os 80, o prazer de molhar o bico com cerva da boa, geladinha, seja na sua casa, seja no boteco da esquina mais próxima.
A trajetória do cientista Paulo Emílio Vanzolini é orgulho para todos que sabem o que é cidadania e ser cidadão, e que gostam deste País acima dos outros países.
Como compositor Paulo é um clássico, o contraponto poético perfeito do seu amigo Adoniran Barbosa, com quem também muitas vezes molhei a palavra no velho Mutamba de guerra, que existia no térreo de um prédio ao lado da sede do extinto Diário Popular, na Major Quedinho.
Adoniran é o popular clássico.
O primeiro, autor do samba-canção Ronda.
O segundo, do samba Trem das Onze.
Tanto um quanto o outro, ótimo motivo para boas discussões em torno da música paulista.
Paulo é o clássico popular como Bach e Beethoven, se me entendem.
Fantástico!
Há uns dois ou três anos, eu o convidei a subir comigo no palco de uma das unidades do Centro Educacional Unificado (CEU), na periferia de São Paulo.
Ele foi e nos proporcionou uma noite memorável, pois difícil esquecê-lo contando histórias suas e nos desafiando a encontrar na sua obra a palavra “malandro”.
Na obra de Paulo não há espaço para dúbio sentido e nem vez para personagens “espertos”, que passam a perna nos outros.
Sua obra é seu espelho, espelho cristalino.
A sua obra, formada por 52 músicas distribuídas em quatro CDs de 13 faixas cada um, acondicionados numa caixa (Acerto de Contas), é seu legado para o porvir. Além, claro, dos estudos que fez no campo da pesquisa científica.
Paulo Emílio Vanzolini é um homem de moral, como acertadamente foi escolhido o título do filme que trata um pouco da sua vida e obra, dirigido com sensibilidade e talento pelo paulistano, e também biólogo, Ricardo Dias.
Uma amostra do conteúdo poético de Tempos de Cabo a ser relançado amanhã e depois, na Fecap:
Quem me viu e quem me vê
Há de dizer certamente
Que hoje me vê deferente
Se essa vida é mesmo um circo,
Paiaço dela sô eu.
Destino se riu de mim,
Me deu muler que eu não quero,
Muler que eu quero num deu.
Uma, coitada, me adora.
Seu eu passo e num ligo, chora.
Sempre eu passo, nunca ligo.
A otra, veja você,
Destino brinco comigo,
Nem finge que não me vê,
Si ri pra mim tudo dia,
Não sorriso de bondade,
Nem de amor nem de amizade,
De mardade e de ironia.
Quem me viu e quem me vê
Hoje me vê deferente.
Onde eu to tem tempo quente,
Tem tiro, tem punhalada,
Tem sangue, tem entrevero.
Diz que eu não sô bom de gênio,
Dissesse que é desespero.
Quem conhece um pouco a vida
Vê meu destino traçado:
Vô acabá de madruga
Espichado numa carçada,
Morrendo de morte matada.
E nesse dia de sangue
Essa muler que eu não gosto,
Me vendo morto se mata.
E essa que gosto, essa ingrata,
Não há de chorar por mim,
Só há de dizer assim,
Com seu jeito de princesa:
– Era nego muito salafra,
Morrendo até foi limpeza.
Paulo Vanzolini não estará só amanhã e depois – e nem nunca – no teatro da Fecap. Acompanhando-o estarão Ana Bernardo, cantora e companheira; Ítalo Peron (violão), Jayme Saraiva, o Pratinha (flauta) e Adriano Busko (percussão). Ana interpretará clássicos vanzolianos, como Chorava no Meio da Rua, Falta de Mim, Bandeira de Guerra, Cara Limpa e Praça Clóvis. Antes, Paulo contará histórias curiosas sobre a sua vida e obra, o que fez magnificamente noutra ocasião quando estivemos juntos com seu parceiro Eduardo Gudin, seu ex-aluno de medicina Dráuzio Varela e o produtor musical Fernando Faro, no palco do SESC Vila Mariana.
..........................
DOMINGUINHOS
O sanfoneiro Dominguinhos se apresenta hoje 13 de sorte no Remelexo Brasil, ali na Rua Paes Leme, 208. Mais detalhes com Fabíola Lima, pelo telefone 11.9579-8222 ou através do e-mail fabíola@duolfcomunic.com.br
RAPAZIADA DO BRAZ
De Braz Baccarin, responsável pelo lançamento à praça do clássico Trem das Onze na primeira metade dos anos de 1960, recebo por e-mail:
Prezado amigo Assis Ângelo, boa tarde
Gostei da história da música Rapaziada do Braz, porém, faltou um detalhe sobre essa famosa obra. Antes da letra de Alberto Marino Júnior, ela teve letra de Álvaro Rodrigues e foi editada em 1923 por Vicente Giordano Editor e somente em 1954 foi transferida para Irmãos Vitale. Não é história de pescador: tenho a partitura.
Um abraço.
BLOG
De Álvaro Alves de Queiroz, recebo também por e-mail:
Prezado conterrâneo Assis Ângelo
Não sei se você se lembra de mim, eu lhe conheci no SESC de São José dos Campos/SP, quando você fez palestra sobre O Nordestino em São Paulo. Fiquei com o seu e-mail e até já mandei alguns artigos que escrevo para os amigos internautas sobre a Olimpíada no Brasil - o Rio de Ontem e de Hoje, e outro sobre as invasões do MST. Agora, venho lhe cumprimentar pelo seu blog, que é excelente e onde você expõe um repertório de contactos muito bom, e faz considerações muito boas e procedentes sobre diferentes assuntos, como as da minissaia da aluna da Uniban, Geisy Arruda. Como sou um velho muito enrolado no computador e na Internet, não estou conseguindo me manifestar em seu blog, para lhe cumprimentar sobre a excelência de seu espaço; por isso, aqui vão os meus cumprimentos.
Saudações nordestinas.
CORDEL
A respeito do episódio envolvendo a cliente da Uniban, Geyse Arruda, recebo de Peter Alouche um cordel assinado por Miguezim de Princesa. Posto depois, para deleite dos leitores.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
O RAPAZ DA RAPAZIADA DO BRÁS FAZ 85. VIVA!
O ex-procurador de Justiça do Estado de São Paulo, o paulistano do Brás Alberto Marino Júnior completa amanhã 85 anos de idade. Ele é o autor da letra para a primeira música dedicada a um bairro da capital paulista, Rapaziada do Brás, composta por seu pai Alberto Marino na noite de 20 de novembro de 1917 e lançada no ano de 27 pelo Sexteto Bertorino Alma, através do selo fonográfico Brasilphone.
A musa inspiradora da melodia foi Ângela Bentivegna, com quem o autor se casaria em 1924. Desde então, quase uma vintena de músicas foi lançada à praça com títulos parecidos: Rapaziada do Bom Retiro, Rapaziada da Liberdade, Rapaziada do Ipiranga, Rapaziada do Centro, Rapaziada do Pari, Rapaziada das Perdizes, Rapaziada de Santana etc., mas a que ficou para a eternidade foi Rapaziada do Brás.
Mas são muitas as músicas que tratam da cidade de São Paulo. No total, até agora, contabilizei mais de 2,7 mil títulos.
São Paulo é Paulo
Lá eu chego já
Quem não gosta de São Paulo
De que é que vai gostar?
Eu ouvi esses versos, nunca gravados, cantados por seu autor Manezinho Araújo, o rei da embolada, numa de minhas idas a sua casa, ali na Rua Augusta.
O engenheiro e poeta Peter Alouche, bacharelado em Letras pela Universidade de Nancy, França, ex-professor do Mackenzie e da FAAP, hoje consultor gabaritado da área de transportes do GTT Grupo Trends Tecnologia, de São Paulo, também escreveu:
Vim de terras bem longínquas
Abrigar-me no teu calor;
Fugi da fome de solos áridos
Fugi de guerras de almas secas;
Vim da Sicilia, vim do Japão
Sou português, sou catalão,
Sou libanês, perdi meu chão...
Chão esse que encontrou em São Paulo, caopital.
Os versos integram o poema São Paulo de Todos Nós, musicado e gravado por Téo Azevedo, em 2003.
São Paulo também aparece num texto poético que nem o autor, Paulo Vanzolini, lembrava mais e que encontrei entre livros e discos do meu acervo. Um trecho:
Nesta cidade de São Paulo,
Neste meu berço, nesta minha arena,
Eu sou na noite uma espécie de poeta
Das menores e mais fáceis
Que sai sem rumo e volta sem destino
Traçando o chão por força do costume
E não faltando no braço ao dia a dia...
São Paulo guarda verdadeiros tesouros na boca do povo.
Clássicos, além de Rapaziada do Brás?
Alguns:
- Trem das Onze, de Adoniran Barbosa.
- Ronda, do citado Vanzolini.
- Lampião de Gás, de Zica Bérgami.
- Eh São Paulo, de Alvarenga e Ranchinho.
- Silêncio no Bixiga, de Geraldo Filme
- São Paulo Meu Amor, de Tom Zé.
- O Tempo e a Hora, de Billy Blanco.
A letra da valsa Rapaziada do Brás, considerada irretocável pelo autor, foi feita num fim de semana a pedido do cantor argentino naturalizado Carlos Galhardo, que a gravou no dia 19 de agosto de 1960, nos estúdios da RCA Victor, e a lançou em outubro do mesmo ano.
Parabéns a Alberto Marino Júnior.
São Paulo tem motivos para estar em festa, por ter filho tão ilustre.
Outro dia, eu disse que cheguei a entrevistar o Bandido da Luz Vermelha para a Folha de S.Paulo, jornal em que trabalhei como repórter. A propósito, um dos filhos de Alberto Marino Jr., Roberto, mandou o seguinte e-mail:
“Sobre o bandido da Luz Vermelha, quem assinou a sentença de libertação dele foi meu irmão, Alberto Marino Neto, quando era juiz das Execuções Penais.
Uma coincidência, pois quem funcionou como promotor, no Tribunal do Júri, quando o Luz Vermelha foi condenado, foi meu pai, Alberto Marino Júnior, que estará completando 85 anos nesta quarta-feira, 12 de novembro.
A letra da valsa famosa é esta:
Lembrar,
Deixe-me lembrar,
Meus tempos de rapaz,
No Brás.
As noites de serestas,
Casais de namorados,
E as cordas de um violão,
Cantando em tom plangente,
Aqueles ternos madrigais.
Sonhar,
Deixe-me sonhar,
Lembrando aquele amor,
Fugaz,
Uma sombra envolta na penumbra,
Detrás da vidraça,
Faz um gesto lânguido,
E cheio de graça,
Imagem de um passado,
Que não volta mais.
Tão somente
Uma recordação,
Restou daquele grande amor,
Daquelas noites de luar,
Daquela juventude em flor,
Hoje os anos correm muito mais,
E as noites já não tem calor,
E uma saudade imensa,
É tudo quanto resta
Ao velho trovador.
PS - Alberto Marino Júnior aparece acima num clic de Andrea Lago, ao lado de Paulo Vanzolini (de chapéu), na memorável noite de 2 de abril do ano passado, quando foi lançado o livro São Paulo Minha Cidade, na Sala São Paulo. Através do site www.saopaulominhacidade.com.br podem ser acessados o texto poético de Vanzolini, interpretado por ele mesmo, e todo o conteúdo do livro e do CD que produzi e que o acompanha como encarte.
.......................
ARTISTA DE MOMENTO 1
E o caso da menina cliente da Uniban, hein? Daqui a pouco vai ser chamada pra Playboy. E pra gravar disco e pra apresentar programa de rádio, TV, essas coisas. Os tempos corridos de hoje são assim. A Uniban pisou na bola. Que coisa!
ARTISTA 2
Recebo e-mail informando da vida de Frank Aguiar no cinema. Eita! Terezina parou hoje pra assistir a movimentação cinematográfica. É o sucesso.
ARTISTA 3
Bons tempos em que arte era produto verdadeiro, e de artista.
APAGÃO
O Brasil escureceu ontem todinho. A americana rede de televisão CBS disse domingo em ampla reportagem que isso poderia acontecer. Coisa de hackers. Se eu fosse o governo, contrataria os hackers Os cabras são bons e poderia ajudar no sentido de detetar as fragilidades do sistema. Aliás, dos sistemas político, elétrico...
A musa inspiradora da melodia foi Ângela Bentivegna, com quem o autor se casaria em 1924. Desde então, quase uma vintena de músicas foi lançada à praça com títulos parecidos: Rapaziada do Bom Retiro, Rapaziada da Liberdade, Rapaziada do Ipiranga, Rapaziada do Centro, Rapaziada do Pari, Rapaziada das Perdizes, Rapaziada de Santana etc., mas a que ficou para a eternidade foi Rapaziada do Brás.
Mas são muitas as músicas que tratam da cidade de São Paulo. No total, até agora, contabilizei mais de 2,7 mil títulos.
São Paulo é Paulo
Lá eu chego já
Quem não gosta de São Paulo
De que é que vai gostar?
Eu ouvi esses versos, nunca gravados, cantados por seu autor Manezinho Araújo, o rei da embolada, numa de minhas idas a sua casa, ali na Rua Augusta.
O engenheiro e poeta Peter Alouche, bacharelado em Letras pela Universidade de Nancy, França, ex-professor do Mackenzie e da FAAP, hoje consultor gabaritado da área de transportes do GTT Grupo Trends Tecnologia, de São Paulo, também escreveu:
Vim de terras bem longínquas
Abrigar-me no teu calor;
Fugi da fome de solos áridos
Fugi de guerras de almas secas;
Vim da Sicilia, vim do Japão
Sou português, sou catalão,
Sou libanês, perdi meu chão...
Chão esse que encontrou em São Paulo, caopital.
Os versos integram o poema São Paulo de Todos Nós, musicado e gravado por Téo Azevedo, em 2003.
São Paulo também aparece num texto poético que nem o autor, Paulo Vanzolini, lembrava mais e que encontrei entre livros e discos do meu acervo. Um trecho:
Nesta cidade de São Paulo,
Neste meu berço, nesta minha arena,
Eu sou na noite uma espécie de poeta
Das menores e mais fáceis
Que sai sem rumo e volta sem destino
Traçando o chão por força do costume
E não faltando no braço ao dia a dia...
São Paulo guarda verdadeiros tesouros na boca do povo.
Clássicos, além de Rapaziada do Brás?
Alguns:
- Trem das Onze, de Adoniran Barbosa.
- Ronda, do citado Vanzolini.
- Lampião de Gás, de Zica Bérgami.
- Eh São Paulo, de Alvarenga e Ranchinho.
- Silêncio no Bixiga, de Geraldo Filme
- São Paulo Meu Amor, de Tom Zé.
- O Tempo e a Hora, de Billy Blanco.
A letra da valsa Rapaziada do Brás, considerada irretocável pelo autor, foi feita num fim de semana a pedido do cantor argentino naturalizado Carlos Galhardo, que a gravou no dia 19 de agosto de 1960, nos estúdios da RCA Victor, e a lançou em outubro do mesmo ano.
Parabéns a Alberto Marino Júnior.
São Paulo tem motivos para estar em festa, por ter filho tão ilustre.
Outro dia, eu disse que cheguei a entrevistar o Bandido da Luz Vermelha para a Folha de S.Paulo, jornal em que trabalhei como repórter. A propósito, um dos filhos de Alberto Marino Jr., Roberto, mandou o seguinte e-mail:
“Sobre o bandido da Luz Vermelha, quem assinou a sentença de libertação dele foi meu irmão, Alberto Marino Neto, quando era juiz das Execuções Penais.
Uma coincidência, pois quem funcionou como promotor, no Tribunal do Júri, quando o Luz Vermelha foi condenado, foi meu pai, Alberto Marino Júnior, que estará completando 85 anos nesta quarta-feira, 12 de novembro.
A letra da valsa famosa é esta:
Lembrar,
Deixe-me lembrar,
Meus tempos de rapaz,
No Brás.
As noites de serestas,
Casais de namorados,
E as cordas de um violão,
Cantando em tom plangente,
Aqueles ternos madrigais.
Sonhar,
Deixe-me sonhar,
Lembrando aquele amor,
Fugaz,
Uma sombra envolta na penumbra,
Detrás da vidraça,
Faz um gesto lânguido,
E cheio de graça,
Imagem de um passado,
Que não volta mais.
Tão somente
Uma recordação,
Restou daquele grande amor,
Daquelas noites de luar,
Daquela juventude em flor,
Hoje os anos correm muito mais,
E as noites já não tem calor,
E uma saudade imensa,
É tudo quanto resta
Ao velho trovador.
PS - Alberto Marino Júnior aparece acima num clic de Andrea Lago, ao lado de Paulo Vanzolini (de chapéu), na memorável noite de 2 de abril do ano passado, quando foi lançado o livro São Paulo Minha Cidade, na Sala São Paulo. Através do site www.saopaulominhacidade.com.br podem ser acessados o texto poético de Vanzolini, interpretado por ele mesmo, e todo o conteúdo do livro e do CD que produzi e que o acompanha como encarte.
.......................
ARTISTA DE MOMENTO 1
E o caso da menina cliente da Uniban, hein? Daqui a pouco vai ser chamada pra Playboy. E pra gravar disco e pra apresentar programa de rádio, TV, essas coisas. Os tempos corridos de hoje são assim. A Uniban pisou na bola. Que coisa!
ARTISTA 2
Recebo e-mail informando da vida de Frank Aguiar no cinema. Eita! Terezina parou hoje pra assistir a movimentação cinematográfica. É o sucesso.
ARTISTA 3
Bons tempos em que arte era produto verdadeiro, e de artista.
APAGÃO
O Brasil escureceu ontem todinho. A americana rede de televisão CBS disse domingo em ampla reportagem que isso poderia acontecer. Coisa de hackers. Se eu fosse o governo, contrataria os hackers Os cabras são bons e poderia ajudar no sentido de detetar as fragilidades do sistema. Aliás, dos sistemas político, elétrico...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
PROGRAMA DO FAUSTÃO 0, CLÃ BRASIL 10.
Mais uma vez a feiúra ganhou da beleza, descarada e desonestamente.
Foi domingo 8 à boca da noite no Rio de Janeiro, mais precisamente na Plim, plim. Inda mais precisamente no Faustão, um programa de baixarias intermináveis da nossa televisão que, diga-se, continua, inexplicavelmente, com uma programação situada entre a faixa do ruim e a faixa do pior.
Lamentável.
Eu não quis crê no que vi.
Liguei a TV menos por impulso e mais por recomendação.
O e-mail pedia para que eu desse uma espiadela na telinha de fazer doido - como dizia o velho Ponte Preta -, pois o grupo de forró Clã Brasil, que acaba de chegar de um giro pela Europa e é formado por meninas e seus pais, iria se apresentar.
Caí na besteira e liguei.
Fiquei ouvindo e vendo de um apresentador medíocre e cheio de razões um blá, blá, blá nojento, sem fim, recheado por um palavreado chulo e sem graça.
Deus do céu!
Chacrinha faz falta. E como!
Às 18:27 foi anunciado um embate entre o Clã e uma porcaria vinda não sei de onde denominada Tchê Barbaridade.
Não era embate o que eu esperava.
Pensei numa apresentação bonita, pois o Clã Brasil não sabe fazer outra coisa senão isso. Seus integrantes estudam música e procuram entender este País. Pois é, e se não fosse assim mestre Sivuca, o Mago da Sanfona aplaudido no mundo todo, e a rainha do xaxado Marinês não o teriam escolhido para se deixar gravar juntos em ação pela última vez.
Duvidam?
Vejam o DVD do Clã.
Aliás, nem foi embate o que vi.
O que vimos foi um clip de um lado e um clip de outro, ambos pré-gravados e enviados ao programa pela WEB.
Num, o Clã.
Noutro, o Tchê.
A letra do grupo viondo não sei de onde repetia este refrão besta, à exaustão:
Canalha eu sou
Canalha eu sou
Canalha eu sou
É assim que elas me chamam
Depois de fazer amor.
O começo da esculhambação gaúcha é assim:
Todo mundo lá na zona tá me tirando
Quando passo lá na rua todos ficam comentando
Lá vai o canalha que a fulana falou...
Alguns minutos depois, e depois de ver cenas de horrores no quadro Te Vira nos 30, no qual um cara puxou dois carros a dentes, literalmente, e um certo Homem Borracha vindo não sei de onde andou bizarramente numa magrela e entrou num cano ou algo parecido, o apresentador anunciou com jeito idiota: galera não sei quê, não sei que lá, o Tchê Barbaridade está classificado para o próximo domingo, com 66% etc.
E pronto!
Mas até gostaria de saber como esses 66% foram apurados.
Quem votou?
Quantos votaram no grupo “x” e no grupo “y”?
Empulhação pura.
O povo brasileiro parece que gosta mesmo de ser enrolado...
Melhor o mote do Sílvio: Quem quer dinheiro?
Esse, pelo menos, parece menos canalha.
.................................
RASGUEMOS A CONSTITUIÇÃO?
E o caso da garota da Uniban, hein?
A Uniban perdeu uma grande oportunidade: a de discutir com seriedade os valores e rumos da sociedade em que vivemos, a partir do episódio envolvendo uma de suas clientes, a estudante Geisy Arruda, hoje na boca de meio mundo por ter usado um vestido acima da canela.
Era para usar aqueles vestidões das mulehres de burca, do Oriente?
Ora, ora, pois, pois, e já estamos no fim da primeira década do terceiro milênio, será que dá pra notar?
A menina foi alvo de uma alcatéia esfomeada que se prepara para saltos profissionais chancelados pela universidade.
O caso lembra um pouco os tempos da Inquisição.
E o direito de todos, o de ir e vir, onde fica?
Rasguemos a Constituição?
Foi isso o que a Uniban fez, ao optar pela expulsão da aluna.
Quero ver agora como vai se manifestar o Ministério da Educação a respeito desse caso, que está ganhando repercussão internacional.
Por que a expulsão?
CELIA E CELMA
As meninas Célia e Celma, cantoras de gogós invejáveis, escrevem:
“Oi moço, tudo bom? Pelo seu blog é que ficamos sabendo da partida do grande e querido Anselmo Duarte. Estávamos em Cuba e chegamos hoje. Estivemos com Anselmo em várias ocasiões e era sempre muito prazeroso e divertido ouvir suas histórias...
Não conseguimos postar no blog e assim passamos aqui pra você as palavras que ele nos dedicou no dia em que nos conhecemos. Vai também a cópia do certificado da Universidade de Matanzas, em Cuba, onde fizemos a conferência para professores e alunos. Foi muito boa a receptividade. O interesse deles por nossa cultura é total, nem piscam!
bjs duplos”.
O bilhete do Anselmo, que ilustra esta página, traz uma frase enigmática. Esta: "O fã admirado e assustado”.
O que ele quis dizer com isso, hein, Célia e Celma?
Foi domingo 8 à boca da noite no Rio de Janeiro, mais precisamente na Plim, plim. Inda mais precisamente no Faustão, um programa de baixarias intermináveis da nossa televisão que, diga-se, continua, inexplicavelmente, com uma programação situada entre a faixa do ruim e a faixa do pior.
Lamentável.
Eu não quis crê no que vi.
Liguei a TV menos por impulso e mais por recomendação.
O e-mail pedia para que eu desse uma espiadela na telinha de fazer doido - como dizia o velho Ponte Preta -, pois o grupo de forró Clã Brasil, que acaba de chegar de um giro pela Europa e é formado por meninas e seus pais, iria se apresentar.
Caí na besteira e liguei.
Fiquei ouvindo e vendo de um apresentador medíocre e cheio de razões um blá, blá, blá nojento, sem fim, recheado por um palavreado chulo e sem graça.
Deus do céu!
Chacrinha faz falta. E como!
Às 18:27 foi anunciado um embate entre o Clã e uma porcaria vinda não sei de onde denominada Tchê Barbaridade.
Não era embate o que eu esperava.
Pensei numa apresentação bonita, pois o Clã Brasil não sabe fazer outra coisa senão isso. Seus integrantes estudam música e procuram entender este País. Pois é, e se não fosse assim mestre Sivuca, o Mago da Sanfona aplaudido no mundo todo, e a rainha do xaxado Marinês não o teriam escolhido para se deixar gravar juntos em ação pela última vez.
Duvidam?
Vejam o DVD do Clã.
Aliás, nem foi embate o que vi.
O que vimos foi um clip de um lado e um clip de outro, ambos pré-gravados e enviados ao programa pela WEB.
Num, o Clã.
Noutro, o Tchê.
A letra do grupo viondo não sei de onde repetia este refrão besta, à exaustão:
Canalha eu sou
Canalha eu sou
Canalha eu sou
É assim que elas me chamam
Depois de fazer amor.
O começo da esculhambação gaúcha é assim:
Todo mundo lá na zona tá me tirando
Quando passo lá na rua todos ficam comentando
Lá vai o canalha que a fulana falou...
Alguns minutos depois, e depois de ver cenas de horrores no quadro Te Vira nos 30, no qual um cara puxou dois carros a dentes, literalmente, e um certo Homem Borracha vindo não sei de onde andou bizarramente numa magrela e entrou num cano ou algo parecido, o apresentador anunciou com jeito idiota: galera não sei quê, não sei que lá, o Tchê Barbaridade está classificado para o próximo domingo, com 66% etc.
E pronto!
Mas até gostaria de saber como esses 66% foram apurados.
Quem votou?
Quantos votaram no grupo “x” e no grupo “y”?
Empulhação pura.
O povo brasileiro parece que gosta mesmo de ser enrolado...
Melhor o mote do Sílvio: Quem quer dinheiro?
Esse, pelo menos, parece menos canalha.
.................................
RASGUEMOS A CONSTITUIÇÃO?
E o caso da garota da Uniban, hein?
A Uniban perdeu uma grande oportunidade: a de discutir com seriedade os valores e rumos da sociedade em que vivemos, a partir do episódio envolvendo uma de suas clientes, a estudante Geisy Arruda, hoje na boca de meio mundo por ter usado um vestido acima da canela.
Era para usar aqueles vestidões das mulehres de burca, do Oriente?
Ora, ora, pois, pois, e já estamos no fim da primeira década do terceiro milênio, será que dá pra notar?
A menina foi alvo de uma alcatéia esfomeada que se prepara para saltos profissionais chancelados pela universidade.
O caso lembra um pouco os tempos da Inquisição.
E o direito de todos, o de ir e vir, onde fica?
Rasguemos a Constituição?
Foi isso o que a Uniban fez, ao optar pela expulsão da aluna.
Quero ver agora como vai se manifestar o Ministério da Educação a respeito desse caso, que está ganhando repercussão internacional.
Por que a expulsão?
CELIA E CELMA
As meninas Célia e Celma, cantoras de gogós invejáveis, escrevem:
“Oi moço, tudo bom? Pelo seu blog é que ficamos sabendo da partida do grande e querido Anselmo Duarte. Estávamos em Cuba e chegamos hoje. Estivemos com Anselmo em várias ocasiões e era sempre muito prazeroso e divertido ouvir suas histórias...
Não conseguimos postar no blog e assim passamos aqui pra você as palavras que ele nos dedicou no dia em que nos conhecemos. Vai também a cópia do certificado da Universidade de Matanzas, em Cuba, onde fizemos a conferência para professores e alunos. Foi muito boa a receptividade. O interesse deles por nossa cultura é total, nem piscam!
bjs duplos”.
O bilhete do Anselmo, que ilustra esta página, traz uma frase enigmática. Esta: "O fã admirado e assustado”.
O que ele quis dizer com isso, hein, Célia e Celma?
sábado, 7 de novembro de 2009
ANSELMO, GONZAGA E LEMBRANÇAS
O premiadíssimo ator, roteirista e diretor de cinema Anselmo Duarte, paulista de Salto, fez hoje, aos 89 anos, a sua derradeira viagem.
Partiu dormindo o sono dos anjos, no começo da madrugada.
Ele era um sujeito encantador, bom de prosa.
Gostava de falar de si e mais ainda dos amigos; e de forma bonita, pois não era de pabulagem.
Encontramo-nos algumas vezes no meu escritório, ainda nos tempos em que eu trabalhava para a Cia. do Metropolitano de São Paulo –Metrô, como assessor de imprensa.
Ao escritório ele ia espontaneamente, quase sempre sem nem avisar. Como, aliás, também o fazia João Pacífico, parceiro de Raul Torres nas toadas Pingo d´Água, Cabocla Tereza, Chico Mulato e No Mourão da Porteira, entre outras obras-primas.
Conversávamos sobre tudo, principalmente sobre cinema e música.
Eu como aprendiz, sempre.
Há 20 anos quando nos conhecemos, lhe pedi uma fala para o livro que eu estava findando sobre o Rei do Baião, que, na ocasião, acabara de partir.
Anselmo:
“Com a morte de Luiz Gonzaga, a nossa música popular fica mais pobre, sem dúvida”.
Em seguida, a informação:
“Conheci o Lua na década de 40, no Rio de Janeiro. Encontrávamos nos bares da região do Mangue. Eu, Jorge Dória, Francisco Carlos e outros amigos. Foi através do Lua que também conheci Humberto Teixeira, outra figura maravilhosa”.
Isso está no livro Eu Vou Contar pra Vocês.
Anselmo tocava violão e bandolim. Também era “pianeiro”, isto é: pianista autodidata, nas horas vagas.
Sobre ele, que dirigiu e roteirizou O Pagador de Promessas, drama baseado em texto de Dias Gomes que ganhou em 1962 a primeira e única Palma de Ouro em Cannes para o nosso cinema, parodio sua fala a respeito de Gonzaga:
“Com a morte de Anselmo Duarte, o nosso cinema fica mais pobre, sem dúvida”.
PS - A foto que ilustra o blog registra uma cena do filme que teve Leonardo Villar no papel titulo. Curiosidade: antes de ganhar a Palma de Cannes, O Pagador foi dirigido por Flávio Rangel, com quem tive o prazer de trabalhar no jornal Folha de S.Paulo. Flávio, em reuniões lá em casa, tentou trazer de volta aos palcos o cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré. O autor de Caminhando participou uma ou duas vezes dessas reuniões, que, como se sabe, não deu em nada. Infelizmente, para todos nós.
..................................
CONVITE/FAU
O amigo Nestor Tupinambá manda convite para o concerto Sobre o Grande Amor, hoje 7 às 20h00, com Viviane Rocha, Bruno Brasil e Thelma Nascimento interpretando canções de Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, Claudio Santoro, Ricardo Miranda e Carlos Gomes. Será no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, FAU-USP, à Rua Maranhão, 88, Higienópolis. Na faixa 0800, isto: de graça, incluindo estacionamento. Mais informações pelos telefones 30914891 e 32567341.
DIVERSIDADE CULTURAL
Recebo e passo pra frente a informação de que gestores públicos e privados da área cultural da região Centro-Oeste participam hoje em Campo Grande do 4º Seminário Diversidade Cultural. O evento, chancelado pelo Ministério da Cultura por meio da Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural (SID/MinC), em parceria com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), tem por objetivo desenvolver atividades que propiciem conhecimento e integração dos gestores com a Convenção adotada na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2005 e promulgada no Brasil em 2007 através do Decreto-Lei 6.177.
EDUCAÇÃO MUSICAL
Na próxima semana, no SESC Consolação, será realizado o Seminário Ibero-Americano de Educação Musical e Inclusão Social com representantes do Brasil, Argentina, Espanha, Paraguai, Chile, Uruguai e Colômbia. O evento pretende discutir a criação de uma rede de apoio mútuo e de intercâmbio entre programas socioculturais que tenham a música como eixo de suas ações, iniciativa que tem obtido significativo crescimento em todo o mundo nos últimos anos, e que ganham ainda mais apelo no Brasil com a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas a partir do ano que vem. A programação inclui palestras com grandes nomes do setor nesses países, mostras de programas e apresentações musicais. Mais informações com Cristiane Batista, através do e-mail cristiane.batista@conteudonet.com ou pelos telefones 11. 5056.9826 e 11.9664.0754
TOQUINHO EM ITAJAÍ
O mais profícuo parceiro do poetinha Vinicius de Moraes se apresenta hoje, às 21 horas, no Teatro Municipal de Itajaí. Acompanhado da pianista Silvia Góes, do baixista Ivâni Sabino, da baterista Lilian Carmona e da cantora Vanda Breder, Toquinho encerra o Festival de Música de Itajaí. Informações pelo telefone 47.3349.6447.
Partiu dormindo o sono dos anjos, no começo da madrugada.
Ele era um sujeito encantador, bom de prosa.
Gostava de falar de si e mais ainda dos amigos; e de forma bonita, pois não era de pabulagem.
Encontramo-nos algumas vezes no meu escritório, ainda nos tempos em que eu trabalhava para a Cia. do Metropolitano de São Paulo –Metrô, como assessor de imprensa.
Ao escritório ele ia espontaneamente, quase sempre sem nem avisar. Como, aliás, também o fazia João Pacífico, parceiro de Raul Torres nas toadas Pingo d´Água, Cabocla Tereza, Chico Mulato e No Mourão da Porteira, entre outras obras-primas.
Conversávamos sobre tudo, principalmente sobre cinema e música.
Eu como aprendiz, sempre.
Há 20 anos quando nos conhecemos, lhe pedi uma fala para o livro que eu estava findando sobre o Rei do Baião, que, na ocasião, acabara de partir.
Anselmo:
“Com a morte de Luiz Gonzaga, a nossa música popular fica mais pobre, sem dúvida”.
Em seguida, a informação:
“Conheci o Lua na década de 40, no Rio de Janeiro. Encontrávamos nos bares da região do Mangue. Eu, Jorge Dória, Francisco Carlos e outros amigos. Foi através do Lua que também conheci Humberto Teixeira, outra figura maravilhosa”.
Isso está no livro Eu Vou Contar pra Vocês.
Anselmo tocava violão e bandolim. Também era “pianeiro”, isto é: pianista autodidata, nas horas vagas.
Sobre ele, que dirigiu e roteirizou O Pagador de Promessas, drama baseado em texto de Dias Gomes que ganhou em 1962 a primeira e única Palma de Ouro em Cannes para o nosso cinema, parodio sua fala a respeito de Gonzaga:
“Com a morte de Anselmo Duarte, o nosso cinema fica mais pobre, sem dúvida”.
PS - A foto que ilustra o blog registra uma cena do filme que teve Leonardo Villar no papel titulo. Curiosidade: antes de ganhar a Palma de Cannes, O Pagador foi dirigido por Flávio Rangel, com quem tive o prazer de trabalhar no jornal Folha de S.Paulo. Flávio, em reuniões lá em casa, tentou trazer de volta aos palcos o cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré. O autor de Caminhando participou uma ou duas vezes dessas reuniões, que, como se sabe, não deu em nada. Infelizmente, para todos nós.
..................................
CONVITE/FAU
O amigo Nestor Tupinambá manda convite para o concerto Sobre o Grande Amor, hoje 7 às 20h00, com Viviane Rocha, Bruno Brasil e Thelma Nascimento interpretando canções de Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, Claudio Santoro, Ricardo Miranda e Carlos Gomes. Será no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, FAU-USP, à Rua Maranhão, 88, Higienópolis. Na faixa 0800, isto: de graça, incluindo estacionamento. Mais informações pelos telefones 30914891 e 32567341.
DIVERSIDADE CULTURAL
Recebo e passo pra frente a informação de que gestores públicos e privados da área cultural da região Centro-Oeste participam hoje em Campo Grande do 4º Seminário Diversidade Cultural. O evento, chancelado pelo Ministério da Cultura por meio da Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural (SID/MinC), em parceria com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), tem por objetivo desenvolver atividades que propiciem conhecimento e integração dos gestores com a Convenção adotada na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2005 e promulgada no Brasil em 2007 através do Decreto-Lei 6.177.
EDUCAÇÃO MUSICAL
Na próxima semana, no SESC Consolação, será realizado o Seminário Ibero-Americano de Educação Musical e Inclusão Social com representantes do Brasil, Argentina, Espanha, Paraguai, Chile, Uruguai e Colômbia. O evento pretende discutir a criação de uma rede de apoio mútuo e de intercâmbio entre programas socioculturais que tenham a música como eixo de suas ações, iniciativa que tem obtido significativo crescimento em todo o mundo nos últimos anos, e que ganham ainda mais apelo no Brasil com a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas a partir do ano que vem. A programação inclui palestras com grandes nomes do setor nesses países, mostras de programas e apresentações musicais. Mais informações com Cristiane Batista, através do e-mail cristiane.batista@conteudonet.com ou pelos telefones 11. 5056.9826 e 11.9664.0754
TOQUINHO EM ITAJAÍ
O mais profícuo parceiro do poetinha Vinicius de Moraes se apresenta hoje, às 21 horas, no Teatro Municipal de Itajaí. Acompanhado da pianista Silvia Góes, do baixista Ivâni Sabino, da baterista Lilian Carmona e da cantora Vanda Breder, Toquinho encerra o Festival de Música de Itajaí. Informações pelo telefone 47.3349.6447.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
ACHADO SAMBA INÉDITO DO REI DO BAIÃO
O pernambucano de Exu Luiz Lua Gonzaga do Nascimento, o eterno rei de todos os baiões, continua despertando atenção de muitos, pois não são poucos os intérpretes Nordeste a fora que foi não foi entram em estúdio e regravam seus forrós, xotes, cocos, toadas e maracatus aos montes.
Agora, samba.
Isso mesmo: samba!
A prova está num dos três discos que acabo de receber.
Três não, quatro.
O 4º, vol. 7 da série Seu Canto, Sua Música e Seus Amigos, da Revivendo, traz pelo menos uma novidade: a inédita Quem É?, resultante de parceria bissexta do Rei do Baião com o alagoano José Luiz Rodrigues Calazans (1896-1977), o Jararaca, da inesquecível dupla com Ratinho (Severino Rangel de Carvalho, paraibano; 1896-1972).
Quando digo “inédita”, digo por uma razão: Gonzaga nunca gravou nenhum samba, tampouco de sua autoria.
Entre as 18 faixas do repertório do CD da Revivendo, acha-se o raro Sivuca no Baião, com o próprio Sivuca à sanfona que o imortalizou, tocando já de maneira fantástica e sensível ainda na fase dos 78 RPM.
Depois, no disco, vêm Cajueiro Velho (Cecéu), Forró Gostoso (João Silva/LG) e Terra, Vida, Esperança (Jurandy da Feira), essas com Gonzaga cantando e tocando nos tempos dos 33 RPM, ou seja, dos LPs.
Os outros discos recebidos são:
- Forró Sinhá Guilé vol. 1: Luiz Gonzaga não Morreu, com repertório inteiro do Rei do Baião e parceiros. Mas, infelizmente, sem valor ou nenhuma importância musical pra quem prima pelo bom, no sentido arte. E primar por isso é preciso.
- Ed Carlos Canta Luiz Gonzaga. Esse dá pro gasto, mas o seu intérprete precisa melhorar.
- Com a Sanfona Agarrada no Peito Forroxote 8, Xico Bizerra, é dez! É o melhor dos três, merecedor de prolongados e sinceros aplausos.
Com a Sanfona Agarrada no Peito é o 8º disco do cearense Xico Bizerra (xicobizerra@br.inter.net). Esse disco também serve de pretexto para homenagens a Dominguinhos, Gennaro, Flávio José e outros sanfoneiros; uns mais, outros menos conhecidos mais igualamente bons como Chico de Odete e Severino de Zé do Ubaldo, citados no texto de encarte.
O resultado não poderia ser diferente: ótimo.
Tomam parte de Com a Sanfona Agarrada no Peito, além de Dominguinhos etc., a cantora Irah Caldeira, João Cláudio, misto de intérprete e humorista do Piauí; Maciel Melo, Petrúcio Amorim e Santana o Cantador, todos em momentos muito inspirados.
Dono de voz bonita, aprumada, moldada pelo calor do sol, Xico há muito anda na boca do povo.
É conhecido.
Suas letras mostram o quanto ama a terra em que vive.
Xico Bizerra é dos bons e por isso faz jus à semente plantada pelo Rei do Baião no árido solo nordestino.
....................
PALESTRA GONZAGA
- O amigo Wilson Seraine manda dizer que está tocando pra frente palestra sobre Luiz Gonzaga, no Piauí. Ele é de lá. O título é Curiosidades Gonzagueanas. Bom, muito bom.
LANÇAMENTO DE DISCO
- Logo mais às 21 horas, no Teatro da Vila, o lançamento do CD Manuella Cavalaro Canta Cristina Saraiva, com a presença do excepcional violeiro Renato Braz e da cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira, de elegante timbre sertanejo.
SHOW DE VIRGÍNIA AROSA
- Amanhã e depois de amanhã a cantora Virgínia Rosa canta no SESC Santana, a partir das 19h30. Ela está lançando mais um CD, Baita Negão. Mais informações com Fernanda Teixeira, da Arteplural: 11.3885. 3671 e 11.9948.5355.
PRÊMIO JABUTI
- A tradução para O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, feita por André Telles e Rodrigo Lacerda, para a editora Jorge Zahar, ganhou a 51ª edição do Prêmio Jabuti de literatura realizada na noite de anteontem na Sala São Paulo, aqui na capital paulista. O segundo prêmio ficou com Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada, de Rachid Boudjedra, tradução de Flávia Nascimento. Em terceiro lugar ficou A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, na tradução de Rosa Freire d'Aguiar.
CASTRAÇÃO QUÍMICA
- Portugal está discutindo. O Brasil está mudo. A Dinamarca, Suécia, Alemanha e Reino Unido já adotaram o que chamam de “castração química” contra estupradores e pedófilos. Sabe como funciona? É simples: o cabra é pego na marra e nele aplicado uma injeçãozinha pra baixar a safadeza. Ah! Se o capitão Virgolino inda estivesse por cá, hein? Por certo iria ter trabalhinhos que faria com gosto, de cabo com sua faquinha de picar fumo.
BLOG
- Recebo muitos e-mails de amigos e conhecidos. Pediria a todos que mandassem suas opiniões por este próprio blog. Assim todos poderão compartilhar melhor dos escritos que cometo, hein? Aproveito para mandar um beijo para a minha querida amiga Márcia Accioly, guerreira das Alagoas.
LEON BARG
-Cliquem:
http://www.youtube.com/leonbarg
Agora, samba.
Isso mesmo: samba!
A prova está num dos três discos que acabo de receber.
Três não, quatro.
O 4º, vol. 7 da série Seu Canto, Sua Música e Seus Amigos, da Revivendo, traz pelo menos uma novidade: a inédita Quem É?, resultante de parceria bissexta do Rei do Baião com o alagoano José Luiz Rodrigues Calazans (1896-1977), o Jararaca, da inesquecível dupla com Ratinho (Severino Rangel de Carvalho, paraibano; 1896-1972).
Quando digo “inédita”, digo por uma razão: Gonzaga nunca gravou nenhum samba, tampouco de sua autoria.
Entre as 18 faixas do repertório do CD da Revivendo, acha-se o raro Sivuca no Baião, com o próprio Sivuca à sanfona que o imortalizou, tocando já de maneira fantástica e sensível ainda na fase dos 78 RPM.
Depois, no disco, vêm Cajueiro Velho (Cecéu), Forró Gostoso (João Silva/LG) e Terra, Vida, Esperança (Jurandy da Feira), essas com Gonzaga cantando e tocando nos tempos dos 33 RPM, ou seja, dos LPs.
Os outros discos recebidos são:
- Forró Sinhá Guilé vol. 1: Luiz Gonzaga não Morreu, com repertório inteiro do Rei do Baião e parceiros. Mas, infelizmente, sem valor ou nenhuma importância musical pra quem prima pelo bom, no sentido arte. E primar por isso é preciso.
- Ed Carlos Canta Luiz Gonzaga. Esse dá pro gasto, mas o seu intérprete precisa melhorar.
- Com a Sanfona Agarrada no Peito Forroxote 8, Xico Bizerra, é dez! É o melhor dos três, merecedor de prolongados e sinceros aplausos.
Com a Sanfona Agarrada no Peito é o 8º disco do cearense Xico Bizerra (xicobizerra@br.inter.net). Esse disco também serve de pretexto para homenagens a Dominguinhos, Gennaro, Flávio José e outros sanfoneiros; uns mais, outros menos conhecidos mais igualamente bons como Chico de Odete e Severino de Zé do Ubaldo, citados no texto de encarte.
O resultado não poderia ser diferente: ótimo.
Tomam parte de Com a Sanfona Agarrada no Peito, além de Dominguinhos etc., a cantora Irah Caldeira, João Cláudio, misto de intérprete e humorista do Piauí; Maciel Melo, Petrúcio Amorim e Santana o Cantador, todos em momentos muito inspirados.
Dono de voz bonita, aprumada, moldada pelo calor do sol, Xico há muito anda na boca do povo.
É conhecido.
Suas letras mostram o quanto ama a terra em que vive.
Xico Bizerra é dos bons e por isso faz jus à semente plantada pelo Rei do Baião no árido solo nordestino.
....................
PALESTRA GONZAGA
- O amigo Wilson Seraine manda dizer que está tocando pra frente palestra sobre Luiz Gonzaga, no Piauí. Ele é de lá. O título é Curiosidades Gonzagueanas. Bom, muito bom.
LANÇAMENTO DE DISCO
- Logo mais às 21 horas, no Teatro da Vila, o lançamento do CD Manuella Cavalaro Canta Cristina Saraiva, com a presença do excepcional violeiro Renato Braz e da cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira, de elegante timbre sertanejo.
SHOW DE VIRGÍNIA AROSA
- Amanhã e depois de amanhã a cantora Virgínia Rosa canta no SESC Santana, a partir das 19h30. Ela está lançando mais um CD, Baita Negão. Mais informações com Fernanda Teixeira, da Arteplural: 11.3885. 3671 e 11.9948.5355.
PRÊMIO JABUTI
- A tradução para O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, feita por André Telles e Rodrigo Lacerda, para a editora Jorge Zahar, ganhou a 51ª edição do Prêmio Jabuti de literatura realizada na noite de anteontem na Sala São Paulo, aqui na capital paulista. O segundo prêmio ficou com Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada, de Rachid Boudjedra, tradução de Flávia Nascimento. Em terceiro lugar ficou A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, na tradução de Rosa Freire d'Aguiar.
CASTRAÇÃO QUÍMICA
- Portugal está discutindo. O Brasil está mudo. A Dinamarca, Suécia, Alemanha e Reino Unido já adotaram o que chamam de “castração química” contra estupradores e pedófilos. Sabe como funciona? É simples: o cabra é pego na marra e nele aplicado uma injeçãozinha pra baixar a safadeza. Ah! Se o capitão Virgolino inda estivesse por cá, hein? Por certo iria ter trabalhinhos que faria com gosto, de cabo com sua faquinha de picar fumo.
BLOG
- Recebo muitos e-mails de amigos e conhecidos. Pediria a todos que mandassem suas opiniões por este próprio blog. Assim todos poderão compartilhar melhor dos escritos que cometo, hein? Aproveito para mandar um beijo para a minha querida amiga Márcia Accioly, guerreira das Alagoas.
LEON BARG
-Cliquem:
http://www.youtube.com/leonbarg
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
NO GOGÓ DE MARCELO: SS, PELÉ, LULA E MALUF
O amigo jornalista Marcelo Cunha é personagem real da vida brasileira com ligeira atuação no campo da ficção, pois por um breve tempo atendeu pelo aumentativo de seu sobrenome, o que provocava riso e festa por parte dos amigos ursos.
Com seu sobrenome o paulistano Marcelo fez sucesso nas páginas do livro O Coronel e a Borboleta e Outras Histórias Nordestinas, de minha autoria, com capa – bela capa a conferir ao lado – assinada por mestre Fortuna e ilustrações especiais de Aldemir Martins, Nássara, Ionaldo Cavalcanti e Carlos Jacchieri; Fausto, Luiz Gê, Alcy e Jaguar.
Esses continuam conosco, em convivência e prosa.
Os outros, incluindo Fortuna, infelizmente não; fato que nos empobrece e empobrece também este mundinho besta de meu Deus do céu.
Ele também fez marcante presença como imitador do animador SS, do jogador Pelé e dos políticos Maluf e Lula no São Paulo Capital Nordeste, programa de rádio de duas horas e tanto, que por anos seguidos apresentei, ao vivo, nas infindáveis noites de sábado, através do dial AM 1.040.
Nessas noites, naquelas noites bonitas do SPCN, lado a lado se achavam grupos musicais como Demônios da Garoa, Mestre Ambrosio e Banda de Pífanos de Caruaru, trios Sabiá, Virgulino e Juazeiro; duplas João Mulato e Cassiano e Célia e Celma, sanfoneiros Dominguinhos, Flávio José, Waldonys, Mário Zan, Negrinho dos 8 Baixos, Cezar e Oswaldinho do Acordeon; atores, cantores, compositores e instrumentistas diversos como Izaias do Bandolim, João do Pífano, Bily Blanco, Rolando Boldrin, Antônio Nóbrega, Tom Zé, Jarbas Mariz, Téo Azevedo, Roberto Luna, Carlos Poyares, Belchior, Renato Teixeira, Paulinho Nogueira, Geraldo Azevedo, Genival Lacerda, Jackson Antunes, Osvaldinho da Cuíca, Germano Mathias, Pery Ribeiro, Fagner, João Carlos Martins, Inezita Barroso, Carmélia Alves, Anastácia, Cláudia, Maria da Paz, Cris Aflalo e tantos e tantas, sem falar nos desenhistas e cartunistas Jô Oliveira, Fortuna, Paulo Caruso, Fausto, Quino, argentino criador da Mafalda; poetas, romancistas, estudiosos e jornalistas Audálio Dantas, Roniwalter Jatobá, José Nêumanne, Mário Chamie, Tinhorão e Gilles Lapouge, francês correspondente do Estadão há meio século.
Boas noites aquelas de festa em que bons ventos traziam também ao nosso programa o canto cordelista e repentista dos grandes Klévisson Viana, Maxado Nordestino, Pedro Costa, Zé Francisco, Bule-Bule, Oliveira de Panelas, Fenelon Dantas, Antônio Maracajá, Valdir Teles, Andorinha, Sebastião Marinho, Sebastião da Silva, Ivanildo Vila Nova, Ismael Pereira, Diniz Vitorino, Minervina Pereira e Mocinha de Passira, além de tiradores de coco Caju e Castanha.
Epa! Estou fugindo do tema.
Marcelo como imitador dos personagens linhas acima citado é irrepreensível.
Certa vez eu quis fazer um BBBqualquer imaginário no rádio e convoquei o seu talento e ele veio com a garganta afinada, trazendo SS, Lula, Maluf e Pelé.
Tranquei os quatro imaginariamente num quarto e o pau cantou, durante sábados.
Foi hilariante.
Lembrei de falar de Marcelo Cunha após assistir numa estação de metrô de São Paulo o filme-documento Alô, Alô, Terezinha, de Nelson Hoineff.
Por que a lembrança?
Primeiro porque cheguei a entrevistar o personagem do filme. Depois porque, antes disso, o folclorista Luís da Câmara Cascudo uma vez me falou muito bem dele: que era o melhor e mais autêntico animador da televisão brasileira etc. Depois de novo porque Marcelo Cunha foi dar uns dós de peito no programa que o velho guerreiro apresentava na TV Bandeirantes, isso em novembro de 1981. Ou seja: há 28 anos! Detalhe: Marcelo não foi buzinado, embora tivesse algo para ser, a música escolhida: Agonia, de Oswaldo Montenegro.
Pessoalmente, porém, prefiro ver Marcelo imitando figurinhas carimbadas.
E tibiritiba Brasil!
Com seu sobrenome o paulistano Marcelo fez sucesso nas páginas do livro O Coronel e a Borboleta e Outras Histórias Nordestinas, de minha autoria, com capa – bela capa a conferir ao lado – assinada por mestre Fortuna e ilustrações especiais de Aldemir Martins, Nássara, Ionaldo Cavalcanti e Carlos Jacchieri; Fausto, Luiz Gê, Alcy e Jaguar.
Esses continuam conosco, em convivência e prosa.
Os outros, incluindo Fortuna, infelizmente não; fato que nos empobrece e empobrece também este mundinho besta de meu Deus do céu.
Ele também fez marcante presença como imitador do animador SS, do jogador Pelé e dos políticos Maluf e Lula no São Paulo Capital Nordeste, programa de rádio de duas horas e tanto, que por anos seguidos apresentei, ao vivo, nas infindáveis noites de sábado, através do dial AM 1.040.
Nessas noites, naquelas noites bonitas do SPCN, lado a lado se achavam grupos musicais como Demônios da Garoa, Mestre Ambrosio e Banda de Pífanos de Caruaru, trios Sabiá, Virgulino e Juazeiro; duplas João Mulato e Cassiano e Célia e Celma, sanfoneiros Dominguinhos, Flávio José, Waldonys, Mário Zan, Negrinho dos 8 Baixos, Cezar e Oswaldinho do Acordeon; atores, cantores, compositores e instrumentistas diversos como Izaias do Bandolim, João do Pífano, Bily Blanco, Rolando Boldrin, Antônio Nóbrega, Tom Zé, Jarbas Mariz, Téo Azevedo, Roberto Luna, Carlos Poyares, Belchior, Renato Teixeira, Paulinho Nogueira, Geraldo Azevedo, Genival Lacerda, Jackson Antunes, Osvaldinho da Cuíca, Germano Mathias, Pery Ribeiro, Fagner, João Carlos Martins, Inezita Barroso, Carmélia Alves, Anastácia, Cláudia, Maria da Paz, Cris Aflalo e tantos e tantas, sem falar nos desenhistas e cartunistas Jô Oliveira, Fortuna, Paulo Caruso, Fausto, Quino, argentino criador da Mafalda; poetas, romancistas, estudiosos e jornalistas Audálio Dantas, Roniwalter Jatobá, José Nêumanne, Mário Chamie, Tinhorão e Gilles Lapouge, francês correspondente do Estadão há meio século.
Boas noites aquelas de festa em que bons ventos traziam também ao nosso programa o canto cordelista e repentista dos grandes Klévisson Viana, Maxado Nordestino, Pedro Costa, Zé Francisco, Bule-Bule, Oliveira de Panelas, Fenelon Dantas, Antônio Maracajá, Valdir Teles, Andorinha, Sebastião Marinho, Sebastião da Silva, Ivanildo Vila Nova, Ismael Pereira, Diniz Vitorino, Minervina Pereira e Mocinha de Passira, além de tiradores de coco Caju e Castanha.
Epa! Estou fugindo do tema.
Marcelo como imitador dos personagens linhas acima citado é irrepreensível.
Certa vez eu quis fazer um BBBqualquer imaginário no rádio e convoquei o seu talento e ele veio com a garganta afinada, trazendo SS, Lula, Maluf e Pelé.
Tranquei os quatro imaginariamente num quarto e o pau cantou, durante sábados.
Foi hilariante.
Lembrei de falar de Marcelo Cunha após assistir numa estação de metrô de São Paulo o filme-documento Alô, Alô, Terezinha, de Nelson Hoineff.
Por que a lembrança?
Primeiro porque cheguei a entrevistar o personagem do filme. Depois porque, antes disso, o folclorista Luís da Câmara Cascudo uma vez me falou muito bem dele: que era o melhor e mais autêntico animador da televisão brasileira etc. Depois de novo porque Marcelo Cunha foi dar uns dós de peito no programa que o velho guerreiro apresentava na TV Bandeirantes, isso em novembro de 1981. Ou seja: há 28 anos! Detalhe: Marcelo não foi buzinado, embora tivesse algo para ser, a música escolhida: Agonia, de Oswaldo Montenegro.
Pessoalmente, porém, prefiro ver Marcelo imitando figurinhas carimbadas.
E tibiritiba Brasil!
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