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domingo, 28 de janeiro de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (70)

Rolla, de Henri Gervex

A história do mundo não seria a mesma que conhecemos, pelo menos em parte, sem a presença das chamadas "mulheres da vida" ou "damas da noite". E mais recentemente, com o advento da Internet, “mulheres de programa“.
Refiramo-nos às mulheres que praticam sexo com homens a troco de grana. Isto é: mulheres que "comercializam" o próprio corpo.
Não à toa convencionou-se dizer que a profissão mais antiga do mundo é a de prostituta. 
Existem pelo menos duas ou três, talvez mais de sinônimos que classificam “mulher-dama”. Alguns: prostituta, meretriz, rameira, perdida, puta, devassa, libertina, piranha, rapariga, tolerada, mulher pública, biscate, quenga, vadia, cortesã, cocote, marafona, messalina.
Há a prostituição espontânea, natural, feita "esportivamente" e/ou por safadeza, mesmo. Nesse caso talvez se encaixe Bruna Surfistinha, que encantou-se pela profissão quando tinha 17 anos de idade. Com o passar do tempo, profissionalizou-se e depois, numa rede social, tem contado sua história. 
É uma história um tanto comum, de alguém que foi abandonada na infância e a infância sofreu.
Surfistinha, cujo nome verdadeiro é Raquel Pacheco, foi fruto de um estupro sofrido pela mãe, que não chegou a conhecer. Foi adotada por um casal de classe média. Isso à marcou, dolorosamente.
À medida que a menina Bruna ia crescendo, crescia também a sua curiosidade pra saber quem eram seus pais biológicos. 
Enquanto a curiosidade aumentava na menina que chegava à adolescência, aumentava também uma espécie de revolta de cunho existencial. Natural.
E as brigas, as desavenças, começaram com os pais adotivos.
Um dia, Bruna chutou o pau da barraca e sumiu de onde morava.
Essa e outras histórias, são contadas nas suas redes sociais.
Entre um caso e outro por ela contado, aconselha as mulheres casadas a fecharem os olhos para eventuais ‘pulos de cerca” dos maridos, pois segundo ela “garotas de programa” não são ameaça pra mulher casada; homens casados não interessam as meninas de programa”.
Surfistinha já tem a sua história contada em vários livros. Um deles, O Doce Veneno do Escorpião, que virou filme. 
Nesse filme, de 2011, Surfistinha é interpretada por Débora Seco.
Há também a prostituição praticada por necessidade, como descreve o jornalista, poeta e romancista piauiense Assis Brasil (1929-2021), no livro Beira Rio Beira Vida, de 1965. Nessa obra o autor conta as dificuldades em que vivem as mulheres ao longo das margens do rio Parnaíba, PI.
Mulheres às margens da vida, da sociedade.
Além desses tipos de prostituição facilmente identificados, há a prostituição forçada em que as vítimas são obrigadas a entregar o próprio corpo a conhecidos e desconhecidos sob ameaça de morte. A referência aqui é o tráfico de "escravas sexuais".
Esse tipo de tráfico é muito mais antigo e comum do que aparentemente se possa pensar.
A prostituição no Brasil data dos tempos coloniais.
No princípio, a prostituição em si era ilegal. Crime.

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