Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
Escrevi um bilhete a ela Pedindo pra ela me ajudar
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar
O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas vingou
Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou
Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou
O baiano de Salvador Dorival Caymmi (1914-2008) foi o primeiro artista da nossa música popular a compor e a cantar a Orixá feminina Iemanjá, a rainha do mar. Ou dos mares.
Iemanjá é homenageada em dias diferentes no Brasil: 2 de fevereiro, 15 de agosto, 8 e 31 de dezembro.
A homenagem que mais junta gente é em Salvador, BA, no dia 2.
Na Capital cearense, Fortaleza, Iemanjá recebe louvores no dia 15 de agosto.
Na Paraíba, Pernambuco, São Paulo e em outros lugares, o dia dessa entidade é 8 de dezembro.
No Rio de Janeiro o dia escolhido é o último do ano.
A 1ª vez que Caymmi fala numa música sobre Iemanjá, tida como a mãe de todos os Orixás, data de 1939. Título: Caminhos do Mar.
Essa é uma história linda e comprida. IEMANJÁ, RAINHA DOS MARES
O samba Dois de Fevereiro, gravado originalmente em 1957, é um dos muitos clássicos da discografia de Caymmi.
O ilustre baiano deixou uma obra riquíssima, mas não custa lembrar que essa obra foi iniciada, e encerrada, no Rio de Janeiro.
Bom tocador de violão e dono de uma belíssima voz, Dorival Caymmi trocou Salvador pelo Rio com o propósito de ganhar a vida como desenhista e pintor.
(Do livro Cancioneiro da Bahia, Editora Record, 1978)
Como artista plástico, Caymmi teria um grande futuro. Desenhava e pintava
muito bem.
DORIVAL CAYMMI E CARLOS LACERDA: 100 ANOS
Até hoje não existe, a rigor, ninguém que interprete tão bem a obra de
Caymmi como o próprio Caymmi.
Foi um artista bom que só.
Quem quiser
saber detalhes da vida e obra do mestre da música de Salvador, recomendo que
leia a biografia Dorival Caymmi - O mar e o Tempo, de Stella Caymmi (Editora 34,
2001).
A letra em que o artista fala de Iemanjá pela primeira vez, é esta:
Rainha do mar
Yemanja Odoiá Odoiá
O canto vinha de longe
De lá do meio do mar
Não era canto de gente
Bonito de admirar
O corpo todo estremece
Muda cor do céu do luar
Um dia ela ainda aparece
É a rainha do mar
Yemanja Odoiá Odoiá
Rainha do mar Yemanja Odoiá Odoiá
Rainha do mar
Quem ouve desde menino
Aprende a acreditar
Que o vento sopra o destino
Pelos os caminhos do mar
O pescador que conhece
as historias do lugar
morre de medo e vontade
de encontrar
Yemanja Odoiá Odoiá
Rainha do mar
Yemanja Odoiá Odoiá