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segunda-feira, 29 de julho de 2019

AINDA O CASO SEVERINA




Salta aos olhos o talento inquestionável dos artistas que apresentam o triste fato real que ficou conhecido no Nordeste, especialmente em Pernambuco, como O Caso Severina (cartaz acima). É incrível o que os atores e atrizes mostram de forma tão original, real e contundente, o drama vivido pela nordestina do Agreste pernambucano, Severina Maria da Silva.
 Assisti o Caso Severina é um desafio que todos nós devemos fazer. Ao sair do teatro, a gente leva a impressão de que o mundo não presta. Severino, o estuprador da própria filha Severina, é o Capeta a forma de gente.
A história começa com um assassino de aluguel matando Severino ás tocadas de facão. A trilha sonora assinada por Luis Carlos Bahia e Luiã Borges tem pontos fortes em várias passagens da história. É trilha fortíssima que dói na alma e no coração, mas necessária para pensarmos e repensarmos na maldade humana.
O cenário em que transcorre a reconstituição e contação do Caso Severina simples, muito simples: quatro cadeiras, cinco atores e atrizes no palco e uma grade e um tapete ou lona representando o chão rachado do fundo o Nordeste brasileiro.
Repito, atenção: é desafio e necessidade cidadã assistir à peça O Caso Severina. Os atores e atrizes que nos passam essa terrível história não são pessoas comuns: são surreais, profundamente surreais. Deus existe. 
O diretor pernambucano Ednaldo Freire, com sensibilidade incomparável, continua fazendo história e valorizando cada vez mais o teatro brasileiro.
No elenco de O Caso Severina estão Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovena Arruda e Carlos Mira.
O roteirista  dessa história é Alex Moletta.

TEATRO DE LUTO

Nas dobras do tempo artista de todos os quilates vão pra não voltar. Bibi Ferreira deixou uma lacuna impreenchível até agora, na arte da representação. Agora é Ruth de Souza quem nos deixa, depois de participar de quase uma trintena de filmes nacionais. Ela foi a primeira atriz negra a subir ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1951, com a fama lhe alcançando os calcanhares, ela ocupou a telona interpretando a personagem Divina no filme Ângela, que tinha a cantora Inezita Barroso como destaque. O teatro e os amantes do teatro estão tristes, eu entre eles. Ruth nasceu no dia 12 de maio de 1921, no Rio, e nos deixou após completar 98 anos, 2 meses, 2 semanas, e um dia. Viva Ruth!

Você que não está fazendo nada, que tal assistir Ângela? Clic!



domingo, 28 de julho de 2019

MARIA BONITA É CRIAÇÃO DE JORNALISTAS


Lampião e Maria Bonita, mais nove outros cangaceiros, foram surpreendidos na região denominada Grota do Angico, SE, no começo da manhã do dia 28 de julho de 1938. O bando do Rei do Cangaço foi destroçado naquela ocasião. Só sobrou história pra contar. Eu mesmo entrevistei alguns cangaceiros, como Sila, no programa São Paulo Capital Nordeste, transmitido pela rádio Capital (AM 1.040). Também entrevistei Dona Mocinha, irmã de Lampião, que disse ser ele uma criatura maravilhosa, simples, natural, incapaz de fazer mal fosse a quem fosse. Um trecho, clic: https://www.youtube.com/watch?v=ioS3GpIa7Kc.
Uma coisa que poucos sabem: o apelido Maria Bonita dado a Maria Gomes de Oliveira (1910-1938) foi uma iniciativa de jornalistas da editoria de Polícia do jornal carioca Diário da Noite. A informação é do historiador Frederico Pernambucano de Mello.  A inspiração foi o romance do baiano Afrânio Peixoto (1876-1947). Esse livro (acima) teve a sua primeira edição publicada em 1914.
A Maria Bonita de Peixoto é uma personagem simplesmente fantástica. Ela é filha de Isabel e André. Tem um irmão, Lucas. Com seis anos de idade já despertava a atenção dos marmanjos. Com 11, 13 anos, apegou-se a Luís, um moleque da sua idade filho de uma fazendeira, Mariana, muito rigorosa. Luís tinha um irmão que tentou estuprar Maria. E a partir daí o romance cresce, ganha contornos inimagináveis. Encurtando: Lucas defende a irmã com unhas e dentes, e tiros. O que faz o pai, também. O pai é preso e a mãe morre de desgosto. A essa altura, Maria é posta pra fora da terra onde morava com o irmão e pais. Essa terra era de Mariana. Maria casa-se com o canoeiro João, que mata Luís por assédio à Maria. E Maria, que fica só com o filho de 4 anos.
Os jornalistas que deram o apelido a Maria de Lampião, antes por todos chamada de Maria de Déa encontraram nas fotos do sírio-libanês Benjamin Abrahão uma relação próxima à personagem de Afrânio Peixoto, que foi médico, legista, historiador e mais um monte de coisas. Que história! Mas é bom que fique claro: Maria Bonita morreu por excesso de beleza.
A personagem de Peixoto desencadeou uma tragédia por sua beleza espontânea, como Helena filha de Zeus que acabou por provocar a lendária Guerra de Tróia.
 No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acham várias obras de Afrânio Peixoto, como Maria Bonita revisado  pelo autor em 1944. No acervo também se acham músicas sobre o cangaço.

sábado, 27 de julho de 2019

VIVA PAIAIÁ!

Encerrou ontem 26 a II Festa Literária
Internacional de Paiaiá, realizado
no povoado de São José do Paiaiá,
em Nova Soure
Uma cidade (povoado), município de Nova Soure, BA (225 km de Salvador), distante do Brasil central, e uma biblioteca com 125 mil livros. Paiaiá, reuniu no correr da semana que termina hoje intelectuais de várias partes do Brasil.
Entre eles grandes intelectuais, pensadores, gente que pensa Brasil. Entre esses intelectuais estavam Darlan Zurc, Franklin Carvalho, Marcelo Torres, José Arestides, e o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
O Zurc eu conheço pela sua escrita justa. O Carlos Silva, grande pela beleza musical e poética que desenvolve há muitos anos. Coisa de Paiaiá é coisa do Brasil. Quem está em Paiaiá, o povoado que disponibiliza o maior número de livros para uma população do país, merece todos os nossos aplausos e crenças de que a partir daí o pais pode ser melhor. É isso que acho e viva Paiaiá.
De Paiaiá é Carlos Sílvio, meu amigo. Paiaiá tem 600 habitantes e conta sempre com ele e quem gosta de Brasil.
O evento foi organizado pela Biblioteca do Paiaiá e seu criador, o professor Geraldo Moreira Prado.

terça-feira, 23 de julho de 2019

TODO TEMPO É TEMPO PRA VIVER

Todo tempo é tempo pra pensar.
Todo tempo é tempo pra viver, pra pensar.
Todo tempo é tempo pra prensar e pra viver, porque a vida nos convida a brincar, a encontrar o tempo futuro; que é o tempo em que vivemos.
O tempo que vivemos é este tempo. Hoje.
Os lobos hibernam no inverno, para preservar gordura coisas outras da República.
Lodo do mar é navegador de grande tamanho. Homem que não tem medo do mar, nem dos perigos que o mar oferece.
Todo terra é terra, como a Terra é água. Mais água do que terra.
E o humano o que tem a ver com terra?
O chefe de uma Nação, seja qual for a Nação, é escolhido pelo povo para respeitar o povo.
Ouço no rádio: Bolsonaro presidente agride o Nordeste, através dos governadores. Deus do ceu!
O presidente do um país é escolhido pelo povo. E se o povo o escolhe é obrigação dele entender-se como o Chefe de toda a nação.
Eu sou nordestino da Paraíba e digo para  que quem quiser ler ou ouvir: "que quem nasce na Paraíba é paraibano, não paraíba". O resto é populismo: "eu amo o Nordeste", quem disse isso foi o cara que está aí no poder. E mais: "a minha filha tem na suas veias o sangue de cabra da peste", disse ele.
Deus do ceu, quanto populismo, quanta bobagem vinda de um presidente...Será que o Cristo nos salva?

O CASO SEVERINA.
Pois é, a ignorância exibida de forma tão ostensiva pelo atual presidente da República, nos leva a crer que a ignorância é pai e mãe de capitão do mato. A pobreza e o vermelho-sangue é símbolo da luta pela liberdade.

Os lobos hibernam no inverno. Políticos, também.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

O TRISTE CASO SEVERINA

Carlos Mira, Giovana Arruda, Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud e Maria Siqueira em ação no palco no Galpão de Folias, na capital paulista


Meia dúzia de grandes atores dá o lustre necessário à peça O Caso Severina. Esse caso ocorreu no agreste pernambucano, mais precisamente num distrito de Caruaru. Foi há poucos anos.
Severina Maria da Silva nasceu da união de um casal de agricultores, que teve vários filhos. O pai de Severina, Severino Pedro de Andrade, manteve relação incestuosa durante duas décadas, desde quando ela tinha apenas 9 anos de idade. Essa relação resultou em doze filhos com a filha dos quais sete morreram.
A história é terrível sob todos os aspectos e incrivelmente verdadeira. Severina foi presa e se não fosse a advogada Natália de Queiroz, certamente estaria ainda presa. Detalhe: Severina, após descobrir que o pai iria violentar uma filha-neta, contratou dois assassinos de aluguel para dar cabo ao tarado. O que foi feito.
O julgamento que livrou Severina da cadeia ocorreu em 2011, na capital pernambucana. Se ocorresse em Caruaru ela poderia ter sido condenada. Esse caso foi amplamente divulgado pelos jornais de Recife e chamou especialmente a atenção do diretor de teatro Ednaldo Freire que, com ajuda do roteirista Alex Moletta, levou o drama ao palco com os atores: Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda e Carlos Mira. Os atores, que integram a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes, interpretam quase todos mais de uma personagem. A belíssima trilha sonora trás a assinatura do craque Luiz Carlos Bahia. A direção musical é de Luiã Borges, também competentíssimo nessa tarefa. Emocionei-me com o que se passou no palco. O Caso Severina estreou no ultimo dia 5 e permanecerá no palco do Galpão de Folias (Espaço Reinaldo Maia) até o dia 18 de agosto, sempre ás sextas e sábados ás 21h e domingos, às 19h. 
O teatro fica ali na rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília. (fone: 3361-2223).


domingo, 21 de julho de 2019

JORGE RIBBAS, UMA HISTÓRIA CIDADÃ

Pois é, meus amigos, o pernambucano da paraíba Jorge Ribbas é dono de um talento e tanto. Vocês viram, vocês ouviram, e ainda vã ouvir muito sobre este cidadão nascido no agraste meridional pernambucano. Sem trocadilhos, Ribbas é uma cachoeira que esborrota sons e ideias. É um homem de sonhos. Não sei se vocês sabem, mas esse Jorge foi o cara que fez arranjos ou rearranjos orquestrais para as músicas: Pra Não dizer que não falei de Flores (Caminhando), Fabiana e Mensageira, uma canção inédita que Geraldo fez em homenagem à bandeira da Paraíba (NEGO). Isso aconteceu na "volta" de Vandré à terra em que nasceu, em março de 2018. Insisti e ele prontificou-se a falar mais de si para nós. leiam:


1964 – “MAS QUE NADA, SAI DA MINHA FRENTE QUE EU QUERO PASSAR[1]”...
Dando “tudo de mim” entoei meu canto primal na Casa de Saúde Santa Terezinha sita à Avenida Simôa Gomes nº 342 no mesmo dia que nasceu David Gilmour (1946), um dos guitarristas que na adolescência fariam minha cabeça para a música e para a guitarra. Era uma sexta-feira, dia seis de março às nove horas e cinquenta e cinco minutos em Garanhuns – Pernambuco, também conhecida como: a Suíça pernambucana, terra de frio e bastante aconchegante. Meu berço estava à minha espera na Rua Alice Dourado número 113 no bairro de Heliópolis. Fui batizado como Jorge José Ferreira de Lima Alves em homenagem ao meu avô paterno e, mais tarde, adotei o nome artístico de Jorge Ribbas, mas essa história ainda será contada.

A vida não estava fácil, “Deus e o Diabo estavam na terra do sol”. Jânio Quadros já tinha renunciado e o povo tinha eleito João Goulart (Jango). Pois é também sou filho da revolução de 1964, o movimento que depôs João Goulart justificando uma “ameaça comunista”. Uns chamam de revolução outros de golpe de estado e, depois da ditadura, preferiram chamar de golpe militar que deixou a ideia de violência e Ilegitimidade nas costas do Marechal Humberto de Castelo Branco. No entendimento de hoje, as elites, junto aos militares e a imprensa, catalisaram o que hoje se chama de golpe civil-militar que afetou toda a sociedade.
Pelo resto do mundo aconteceram os XVIII jogos olímpicos em Tóquio, a moda da minissaia foi lançada pela inglesa Mary Quant e Nikita Khruschev perde o poder para Leonid Brezhnev.
Nasci na gestação da MPB, junto com a estreia do show Opinião[2] no RJ, num momento onde a bossa-nova declinava e gestavam os movimentos populares de contestação ao sistema que refletiam os dissabores do golpe de 64 na ânsia pela democracia.
O xará Jorge Goulart já prenunciava a moda dos cabelos grandes quando lançou “Olha a Cabeleira de Zezé” enquanto Roberto Carlos antecipava as futuras campanhas anti-fumo com “É Proibido Fumar”, especialmente descendo a augusta a 120Km por hora.
Eram os chamados anos 60 da gestação da MPB, do auge do Baião que vai ceder espaço para a jovem guarda – iê, iê, iê, no caldeirão da revolução. Desde o ano anterior a garota de Ipanema ainda não dormia, deslumbrada com a composição de Tom Jobim e Vinícius de Morais. O baião saia da moda, sendo substituído na mídia pela bossa-nova e depois pela jovem-guarda. Sou da mesma idade de Diana Krall, Tracy Chapman, João Gordo, Dinho Ouro Preto, Lenny Kravitz, Courtney Love, Tom Morello do Rage Against the Machine e Eddy Veder, vocalista do Pearl Jam.
A música popular internacional desse ano nos deu muitas canções, mas as que, mais tarde, fizeram parte da minha existência foram: Canção tema de The Addams Family (Vic Mizzy), Glad All Over (Dave Clark & Mike Smith), Oh, Pretty Woman (Roy Orbison & Bill Dees), A World Without Love (John Lennon e Paul McCartney) e Zorba's Dance (Mikis Theodorakis).
De janeiro a maio os Beatles, que se tornariam muito presentes na minha carreira musical, fizeram a festa; lançaram o Beatles for Sale, fizeram sua primeira viagem pelos Estados Unidos quebrando todos os recordes de audiência na televisão ao se apresentarem no Ed Sullivan Show, Lennon lançou “In His Own Write” seu primeiro livro e, ainda, foram os primeiros artistas pop a serem representados em cera no Museu de Madame Tussaud. Ocupam todas as cinco primeiras posições na lista de Top Pop Singles da Billboard com "Can't Buy Me Love", "Twist and Shout", "She Loves You", "I Want to Hold Your Hand", e "Please Please Me", detêm 14 posições na lista dos Hot 100 da Billboard - Anteriormente, o maior número de singles de um único artista a fazerem parte da Hot 100 ao mesmo tempo foi de nove de Elvis Presley em 1956. E pra completar a febre Beatlemaniaca, nos Estados Unidos, o Segundo Disco dos Beatles sobe ao primeiro lugar nas paradas de LPs apenas duas semanas após seu lançamento, sendo o primeiro álbum na história a atingir o primeiro lugar tão rápido, além de ocupares as seis primeiras posições das paradas australianas.
Enquanto na BBC estreia o Top of the Pops, os Rolling Stones lançam seu primeiro trabalho em 26 de abril, o grupo The Mamas & the Papas e Marianne Faithfull iniciam suas carreiras e Elvis Presley lança o seu 14º filme (Kissin' Cousins) no cinema.
Na música clássica Aaron Copland estreava sua: Musica para uma grande cidade, meu xará George Crumb dava nascimento ao seus quatro Noturnos (Música Noturna II) para violino e piano e Dimitri Shostakovich estreava seus quartetos de cordas nº 9 em Mi bemol maior, Op. 117 e nº 10 em Lá bemol maior, Op. 118, e eram estreadas as óperas Traces de Luciano Berio, Curlew River de Benjamin Britten e Don Rodrigo de Alberto Ginastera, onde o tenor Plácido Domingo fez sua estreia na cidade de Nova York. Continua...


[1] “Mas que nada”, música do xará Jorge Benjor no disco Samba Esquema Novo de 1963..
[2]  “Podem me bater, podem me prender, podem até deixar-me sem comer que eu não mudo de pinião”.
[3] Filmes lançados em 1964.

Essa é uma parte da história do nascimento do cidadão Jorge Ribbas, cantor e compositor da vida brasileira. Espalhem esse nome... Eu gostaria de ouvir o Jorge tocando e cantando junto com Vandré, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Socorro Lira. Jorge Ribbas é multi. Ouçam mais um pouco do Jorge Ribbas: https://tratore.com.br/smartlink/realidadehttps://tratore.com.br/smartlink/cantoandino

O ROCK TEM CRONISTA: JORGE RIBBAS

Você conhece Jorge Ribbas?
Você já ouviu falar de Jorge Ribbas?
Você já ouviu Jorge Ribbas?
Se você não conhece Jorge Ribbas, se você não ouviu falar, e nem o ouviu num palco, num disco, num programa de rádio ou televisão, você, meu amigo, está mais por fora do que casca de ovo.
Não, você não tem culpa. De qualquer modo, se eu fosse você ia deixar pelo avesso todas as ferramentas da internet, pois em algumas delas ou em todas certamente ele está. Mas adianto: Jorge Ribbas é um pernambucano de Garanhuns, cidade localizada ali no agreste pernambucano onde nasceu muita gente boa, como o sanfoneiro Dominguinhos.
Outro dia pedi que o Ribbas se definisse como músico e cidadão. Ele respondeu: "Sou simplesmente um músico honesto na arte e na vida, noutras palavras, sou um cidadão comum como tantos".
Jorge Ribbas começou a fazer música ainda em pernambuco por volta de 1980. Essa arte que ele abraçou como profissão, ganhou forma em Campina Grande, PB, onde passou a morar a partir de 1982. De lá pra cá, gravou musicas autorais num LP (Delírio - Apocalipse Já) e em vários CD's, ao mesmo tempo que acompanhava performances de artistas como Dominguinhos, Marines Belchior Nando Cordel, Miucha, Maria Creuza e Tadeu Mathias. Dos treze ou quatorze discos da paraibana Socorro Lira, onze trazem sua assinatura em todos os arranjos.

Fora isso, ele dá aulas na UFCG e fundou a escola de MUSIDOM, em Campina. Agora  ele esta disponibilizando uma dezena de novas obras nas principais plataformas de streaming SPOTIFY, Deezer e iTunes. Uma mostra: https://open.spotify.com/track/7qiteckpr9EI3t0IdYE34F.
Nosso mundo é o título do novo projeto de Jorge Ribbas. É ele mesmo quem conta: "O meu trabalho posso classificar como uma crônica do nosso cotidiano. O rock é a linguagem que encontrei para melhor expressar as inquietações que perturbam a paz dos nossos dias". Mais uma mostra que ele intitula de Mundo hipócrita: https://open.spotify.com/track/3abYAJCiHp6A9s2X0vC15r.
Alguns dos melhores músicos em atuação no pais estão ao lado de Ribbas, como Moisés Freire, Rainere Travassos, Giordano Frag, Silvio Silva, Beto Piller dentre outros. E ele já está desenvolvendo arranjo para um texto poético atualíssimo da sua lavra, este:


INCERTEZA (Jorge Ribbas)

 EM UM TEMPO DE INCERTEZA E APREENSÃO
AS LEMBRANÇAS DE UM PASSADO
VEJO CLARA A UTOPIA QUE SONHEI
SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA

SE OS ACORDES DESSE TEMPO DÃO CANÇÕES
SERÃO BALAS FUGIDIAS
EU APRENDO COM OS PROBLEMAS QUE ENFRENTEI
VOU SURFANDO EM MINHA ONDA

EU SÓ QUERO SABER SE VAI TER
UM LUGAR PRA TODO MUNDO
DIGA ENTÃO SE VOCÊ PREPAROU
SEU TRANSPORTE PRO FUTURO

SE AS PALAVRAS NÃO PERMITEM COMPREENSÃO      
É QUE A LÍNGUA JÁ NÃO FALA
MESMO CLARA A LETRA QUE IMAGINEI
SERPENTEIA INCOMPREENSÍVEL

Antes de optar seguir a carreira de músico, Jorge Ribbas concluiu o curso de química Industrial pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), paraibano, iria certamente lisongear-se com os rótulos assinados por Jorge Ribbas na obra Nosso Mundo. Essa obra, prestem atenção, é marco fundamental da música como música e não só como rock. O mundo está doente. O cronista do rock brasileiro percebeu isso

O NEGRO NA MPB
Bonito, de uma boniteza sem igual foi o espetáculo que assisto ontem à noite no espaço cachuêra. Esse espaço cultural fica logo ali na rua Monte Alegre, Perdizes, na capital dos paulistanos e paulistanas. No palco, apresentando o repertório que forma o Negro na MPB estavam: Brown e Rosângela, cantora de bom gogó. Enriquecendo o ambiente, o grupo cabedal quarteto e convidados especiais Douglas e Karina, filha do peixe-cobra Vidal França, meu amigo do peito de anos que o passado nem o futuro roubam. Esse espetáculo para correr o Brasil inteiro, a parte do Cachuêra e da rede SESC etc. Ah! ia me esquecendo: na noite de ontem no cachuêra, reencontrei pessoas incríveis como Airto Mugnaini e sua companheira a artista plástica, Martha Zimbarg. Claro, o Vidal estava lá. O Cortez da editora homônima, saiu do ambiente com as mão ardendo de tanto bater palmas. Emocionei-me, já que lá estive para abrir e fechar o espetáculo.

sábado, 20 de julho de 2019

ESCRITOR TEM MEDO DE DITADURA

Carlos Silvio (conectados) e o escritor Loyola Brandão: Inteligência no programa Paiaiá
É muito bom ouvir um brasileiro falando das bonitezas do brasil.
Melhor ainda quando esse brasileiro tem por nome Ignácio de Loyola Brandão, cidadão que carrega consigo 82 anos de vida e sabedoria.
Loyola, autor de 46 livros, falou bonito no programa Paiaiá (conectados), apresentado semanalmente aos sábados, a partir do meio dia. O apresentador é um baiano arretado, de nome Carlos Silvio. A ele o escritor de Araraquara SP, falou da sua obra e do medo que tem da burrice e de ditadores. À Silvio ele confessou recear os caminhos que o Brasil pode tomar com o capitão-presidente que acaba de dizer que não há fome no Brasil, que pode pôr fim à ANCINE, etc.
A entrevista que Carlos Silvio fez com Loyola Brandão foi uma das mais bonitas que já ouvi no rádio.
A entrevista será repetida amanhã às 19h.
Assista; https://www.youtube.com/watch?v=ugfb8PuCN1Q

HOJE É DIA DE HOMEM NA LUA


O sonho do homem foi voar, desde Ícaro.
Depois de dar asas à imaginação, o brasileiro de Minas Gerais, Santos Dumont (1873-1932) mostrou ser possível realizar esse sonho.
Grandes potências como Rússia e Estados Unidos, fecharam a cara e partiram em conquista do espaço.
Os russos por pouco não chegaram antes dos norte-americanos à lua.
Os americanos pisaram no solo lunar no dia 20 de julho de 1969, um dia como o de hoje.
Após o feito dos tripulantes da Apollo 11 (Michael Collins, Edwin Aldrin Jr. e Neil Armstrong), o mundo poderia ter ficado melhor. Mas não ficou, como vemos.
Entre 1969 e 1972, foram realizadas seis idas de americanos à lua. Agora o Trump quer retomar essas viagens. É, como ele diz, espécie de treinamento para se pisar em Marte. O feito de Collins, Aldrin e Armstrong ganhou estupefação naquele 20 de julho. Todas as revistas, jornais, rádios, TVs etc. registraram o fato. 
Pesquisa recente da Datafolha diz que 7% dos brasileiros, algo em torno de 11 milhões acham que a Terra é plana. Esse assunto é antigo. Os pré-socráticos também achavam isso, mas Pitágoras 5 ou 6 séculos antes de Cristo já cria no contrário, como Copérnico (1473-1543).
No acervo do Instituto Memória Brasil se acham muitas reportagens (acima) e entrevistas sobre o assunto. No tocante à discografia, o acervo do IMB também guarda relíquias.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

LOYOLA, UM IMORTAL NA CONECTADOS!


Ler o araraquarense Ignácio de Loyola Brandão é, antes de tudo, um prazer sensivelmente racional. E fantástico.
Loyola, como escritor, é um fabulista realista de dimensões que vão além do simples livre pensar. Nascido no fim do mês de julho de 1936, cresceu apostando que seria um dos textos literários mais importantes do Brasil. Aposta feita, aposta ganha.

Zero é o primeiro, ou o segundo, romance desse cabra nascido nas brenhas brasileiras de Araraquara. Tornou-se jornalista e observador do mundo. Começou do zero pra chegar ao ponto mais alto que um intelectual pode aspirar.
O escritor Ignácio de Loyola Brandão, 82 anos, foi escolhido por unanimidade para ocupar a cadeira de número 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL), no dia 14 de março deste ano.
A ABL foi fundada por Machado de Assis, no dia 20 de julho, de 1897.
Tive a alegria de conhecer esse Ignácio nos anos de 1970, na Folha em que eu trabalhava.

Neste sábado, a partir do 12h, ele conversará com um dos maiores entrevistadores do Brasil atual: Carlos Sílvio, no programa Paiaiá na Conectados. O ilustre entrevistado fez até uma chamadinha muito bonita a que o blog do ASSIS ÂNGELO teve acesso.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

VIOLONISTA GAROTO PARTICIPOU DA REVOLUÇÃO DE 32


O 9 de julho de 1932 era para ser deflagrado no dia 14, mas foi no dia 8.O dia 9 foi o dia em eclodiu a Revolução Constitucionalista. Antes, no dia 23 de maio, os jovens estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram assassinados pela força policial do ditador Getúlio Vargas (1882-1954) na Praça da República, na capital paulista.O Assunto é amplo. E muita gente boa participou da Revolução, como o poeta Guilherme de Almeida e o violonista Garoto. Leia mais:https://assisangelo.blogspot.com/2018/07/viva-guilherme-de-almeida.htmlNo acervo do Instituto Memória Brasil, IMB se acham todos os discos com músicas sobre o movimento, sangrento, que forçou Vagas a apresentar uma nova Constituição em 1934.Ai na foto, alguns registros sobre o movimentado ano de 1932 em São Paulo.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

JOÕES E PAULOS MORREM TODOS OS DIAS...


A morte de Paulo Henrique Amorim levou-me à lembrança da morte do Paulo Francis.  Amorin morreu aos 77 anos e Francis, aos 67.

Eu conheci Amorin no tempo em que trabalhávamos na Globo.
Eu conheci o Francis no tempo em que trabalhávamos na Folha de SP.
Paulo Henrique Amorin imitava, ou tentava, imitar o jeitão do Francis.
O Francis tinha a postura de um rei, de um ser superior, de um galo diante de uma galinha. Voz poderosa. Os óculos do Francis carregavam a força do seu pensamento.
O Amorin  tentava uma certa simplicidade, que não correspondia com o seu falar, com o seu comportamento. O Francis era o contrário: assumia-se como personagem arrogante da vida cotidiana.
Paulo Henrique uma vez me ligou pedindo-me opinião sobre cultura popular e política. Falei de tudo que rege a vida brasileira. Essa entrevista foi publicada no seu, blog Conversa Afiada.
Paulo Francis, com a arrogância do seu personagem conseguia ser mais natural do que a simpliscidade forjada de Paulo Henrique.
Em outubro de 1996, Francis denunciou a diretoria da Petrobrás por roubalheira. Disse que os diretores tinham 50 ou 60 milhões de dólares depositados em conta sigilosas na Suiça. Mês depois ele recebeu comunicado dos advogados dos denunciados de que estava sendo processado. A defesa da Petrobrás pedia do denunciante 100 milhões dólares por calúnia, etc. Francis desesperou-se. Três meses depois um ataque no coração o levava ao túmulo. Isso, no dia 04 de fevereiro de 1997.
Paulo Henrique Amorim morreu numa madrugada, Paulo Francis também.
PAULO BOMFIM O POETA FOI-SE EMBORA, NO DIA SEGUINTE A IDA DO BOSSANOVISTA JOÃO GILBERTO. PAULO DEIXOU-NOS UMA OBRA POÉTICA DE EXTREMA IMPORTÂNCIA. ELE FAZIA POESIA COM QUEM BRINDA A ALEGRIA DE ALGUÉM, COMO QUEM RESPIRA, COMO ALGUÉM QUE SEMPRE SOUBE QUE A VIDA É PLUF! O PAULO, CLARO, SEMPRE O ADMIREI. TENHO ALGUNS LIVROS QUE ELE A MIM DEDICOU. CHEGOU A PARTICIPAR DO PROGRAMA QUE EU APRESENTAVA NA RÁDIO CAPITAL. PAULO NÃO MORRUE, PAULO BOMFIM VIVE. AH! IA-ME ESQUECENDO: O POETA PAULO CHEGOU NA GARVAR UM LP MUITO BONITO EM QUE ELE DECLAMA ALGUNS DOS EUS POEMAS. POUCOS SABEM: O ARTISTA MINEIRO TÉO AZEVEDO CHEGOU A MUSICAR DOIS OU TRÊS POEMAS DO PAULO.
Mas para lembrar o poeta assista-o a entrevista na TV Gazeta, no programa Todo Seu:

domingo, 7 de julho de 2019

CARNERA, UM SERGIPANO QUE ENSINOU VIOLÃO A JOÃO GILBERTO


Bom, muita gente sofreu com o passamento de Gilberto     para o outro nível de vida.
O corpo do joão foi sepultado hoje, depois de velado por amigos , amigas, e o público em geral.
O João nasceu no Juazeiro da Bahia, como se diz. Da Bahia para diferenciar o Juazeiro do Norte, que fica ali no Ceará. O João pegou as primeiras notas de violão em Aracaju, SE. Pegou, assim no ar. Depois ele foi para o Rio de Janeiro, onde conheceu Geraldo Vandré. Vandré, com 16, 17 anos de idade, era levado por João para cantar nos ambientes noturnos da alegre cidade maravilhosa.


Claro, é muita história.
Essa e outras histórias se acham no livro "Pra Dançar e Xaxar na Paraíba - Andanças de Rosil Cavalcanti", livro , do paraibano de Campina Grande, Rômulo Nóbrega. 
É no livro de Rômulo Nóbrega que encontra-se que o Urcino Fontes de Araújo Góes, o Carnera, um Sergipano nascido em Boquim, SE, foi professor de violão de João Mello e João Gilberto, o expoente da Bossa Nova.
Carnera em nenhum momento afirmou ter ensinado violão a João Gilberto.
Porém, em um show em Aracaju, João Gilberto, já famoso, chegou a atrasar a apresentação, justificando ao público, que só iniciaria quando Carnera estivesse presente, visto que ele o ensinou a tocar violão.
Há, desta forma, evidências de entrelaçamento da Bossa Nova , através de João Gilberto, com o estado de Sergipe, quando os anos de 1942, 1943 e 1944 foram determinantes na carreira do cantor.
João Gilberto vive!


sábado, 6 de julho de 2019

BAIANO NÃO MORRE. MORREU JOÃO GILBERTO!

João Gilberto Pereira de Oliveira, dizem, acaba de morrer. Não acredito. O João sempre foi um cara polêmico. Tinha voz pequena, mas polêmico.
Eu mesmo disse coisas que ele não gostou. Por exemplo: que ele era melhor "carateiro" do que cantor. "Carateiro" é o cara que faz careta. Tipo assim; uuuuuuuuhhhhhhhhhh...
João era uma boa alma. Claro que eu fiquei chateado quando ele fez aquela canção: Bim, bom. link:https://www.youtube.com/watch?v=rFdWNktUWq0 Um homem quando ama uma mulher, ele fica nas mãos dela. João amou muitas mulheres, mas se perdeu nas mãos de uma delas.O João era o João. João menino que enfeitou a vida de muitos "Joões" , "Joanas", "Josés", "Marias"... com a sua voz pequena e o coração desafinado.Sim, sei que fui grosso com ele em alguns momentos. Viva João!
Ah! o João foi virar estrela neste dia 06/ de julho. Neste dia foram também para a eternidade o poeta italiano Ariosto ( 1533) e o poeta baiano Castro Alves (1871).
Como se vê, o dia 06 de julho é o dia universal do poetas.Ariosto foi o cara que criou na linguagem poética o que chamamos de medida nova. Essa medida é Decassílaba, destribuída em estrofes de oito versos. A rima é:o primeiro verso rima com o terceiro o quinto; o 2° com 4° e o 6°; e o 7° com o 8°. Essa é a Medida Nova. Castro Alves foi um dos primeiros , talvez o primeiro, a fazer poesia na modalidade Sextilha. Assim: o 2° verso rima com 4° e o 6°; o 1°, 3° e 5° , são livres. Detalhe: a sextilha tem a ver com a Redodilha Maior: de 7° a 11° sílabas. O João deve está, agora, mostrando aos desafinados, como cantar.
E um amigo meu, Carlos Sílvio, também baiano, diz pra mim que baiano não morre. É uma opinião. Quem sabe um tema...

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