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domingo, 12 de maio de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (97)

Histórias loucas de paixão ocorrem desde os primeiros tempos em que os primeiros humanos ganharam forma. Em todas as línguas.

No Brasil também há histórias incríveis envolvendo homens, mulheres e todos os sexos.

Dom João VI foi quem foi, com amantes.

O filho de Dom João, Pedro I, foi além do pai, sexualmente falando. Casou-se e teve sei lá quantas amantes!

Historiadores dão conta de que Pedro I sofria de priapismo, coitado! Terrível.

O priapismo e a safadeza que herdou do pai o levaram a pular cerca igual um bode. Dizem seus biógrafos que pôs no mundo 50 rebentos no mínimo.

O filho do primeiro Pedro, o Segundo, também não se satisfazia com uma mulher só. Sua mulher, Teresa, foi  arranjada por correspondência e quando a viu, desesperou-se.

Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias não era plasticamente uma mulher bonita. Ele esperneou quando a puseram no colo, dizendo que fora traído.

E a história segue por aí.

Mas voltemos a Dumas.

Machado de Assis escreveu texto crítico sobre a bela história de Dumas publicado na revista O Espelho, RJ, edição de 8 de janeiro de 1860:


A Dama das Camélias é o drama realmente filosófico, verdadeiramente piedoso; resolve uma questão social, ao mesmo passo que se revela uma magnífica obra d'arte. É tocante aquela figura de Margarida, purificada como Eva, pelo arrependimento, cheia de amor e de piedade, martirizada pela doença, prostrada aos pés da sociedade, como Madalena aos pés do Cristo, mas que a sociedade repele e condena.


Não custa lembrar que o pai de Alexandre Dumas foi também um grande escritor, autor dos clássicos juvenis Os Três Mosqueteiros e o Conde de Monte Cristo.

Também é bom que se lembre que foi Alexandre pai quem inaugurou o dito romance de folhetim no Brasil, em 1838, sob o título Capitão Paulo. Mas há controvérsias.

O jornalista e historiador José Ramos Tinhorão, no seu livro Os Romances em Folhetins no Brasil, à pág. 36, diz que antes de 1838, em Recife, PE, já se publicava esse gênero literário: “...começaria a ser publicado a 29 de junho de 1837 o periódico Relator de Novelas, publicação de pequeno formato destinada ‘ao entretenimento de todas aquelas pessoas apaixonadas por ler novelas, com especialidade o belo sexo, de quem espera toda a proteção’”.

Os textos publicados nesse periódico não traziam identificação de autor.


Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

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