No livro Contos Amazônicos (1893), Sousa nos apresenta uma curiosa personagem: Maria, no conto Amor de Maria. No texto o autor conta a história de uma jovem muito bonita que finda por apaixonar-se por um desconhecido que de repente chega à cidade onde ela vive. O cara é do tipo bonitão, enxerido, disputado pelas moçoilas. O caso termina em morte.
O primeiro livro de Inglês de Sousa foi O Cacaulista, publicado em 1876.
Os textos inseridos no Contos Amazônicos não são, grosso modo, contos. O último, O Rebelde, por exemplo, é memorial. É texto em que o autor encontra na infância a morte do pai e tal. Nesse texto há momentos muito fortes:
Paulo da Rocha pareceu hesitar algum tempo, mas um novo gesto de meu pai, cheio de uma desesperada energia, o decidiu. Carregando-me ao ombro com um vigor incrível, pôs-se a
correr para o quintal, donde em breve saímos pelo portão, apesar das minhas súplicas e dos esforços que fazia para que me deixasse.
Bem compreendia eu que era a última vez que via a meu velho pai, e doía-me abandoná-lo naquele supremo momento.
Durante algum tempo andou Paulo da Rocha dando voltas pela vila, até que chegamos ao porto. Na extremidade da vila, em uma enseada, estava uma canoa, e nessa canoa se achavam três pessoas: Padre João da Costa, minha mãe e Júlia.
Caí nos braços de minha mãe que me recebeu soluçando. Depois da primeira efusão, minha mãe perguntou:
— E teu pai?
Lágrimas foram a única resposta que dei. Para fazer diversão a esta cena, o pernambucano empurrou a canoa, saltando dentro dela, e armando-se do mará exclamou em voz que procurou tornar alegre.
— Agora, fujamos!...
Perguntar, não custa: quem foi o pioneiro do Naturalismo no Brasil, Aluísio de Azevedo ou Inglês de Sousa?
Bom, não digo. Porém a mim não custa dizer que o francês Émile Zola (1840-1902), foi o criador do movimento naturalista. O cabra era bom em verso e prosa.
Em 1890, o maranhense Aluísio de Azevedo publicou o romance O Cortiço. Obra-prima sobre a qual já falamos.
Em 1890, a contista e romancista carioca Júlia Lopes de Almeida publicou o livro Memórias de Marta. A história toda, quase toda se passa num cortiço.
O livro de Júlia é o primeiro na nossa historiografia literária que rola num cortiço. Pois, pois.
Em 1964, a escritora Lygia Fagundes Telles abordou a temática religiosa no livro Verão no Aquário, no qual cria um nervosíssimo triângulo amoroso entre a mãe Patrícia e a filha Raíza, com o seminarista André. O caso de Lygia dói nos nervos, é tenso, como só ela sabia fazer. Aliás, esse foi o primeiro livro de uma escritora brasileira abordando essa temática, no século 20. No fim o padreco se mata, cortando os pulsos.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora