Leandro Gomes de Barros em xilo de Klévisson Viana |
Vindas em dourados carros
Cheguem da Fonte Poética
Trazendo água nos jarros:
Dêem-me a taça predileta
Onde bebeu o poeta
Leandro Gomes de Barros.
Por admirar Leandro
Fui em busca da história
Do poeta de Pombal
Com sua rica trajetória,
desde os tempos de criança
Com matizes e nuança
Do seu passado de glória.
Pois além de pioneiro,
Leandro foi um gigante
À poesia popular
Deu legado relevante
Escreveu drama e tragédia
Fez gracejo e fez comédia
Com sua pena atuante…
(Leandro Gomes de Barros - O Pioneiro da Literatura de Cordel; Klévisson Viana)
A cultura popular é o retrato mais fiel de um povo, de uma nação.
A cultura popular brasileira engrandece o mundo, por sua beleza e originalidade.
O Brasil é o quinto ou sexto maior país do nosso planeta, tanto em área territorial quanto em população: somos mais de 200 milhões de pessoas habitando uma terra de mais de 8,5 milhões de Km².
A cultura popular se manifesta na música e nas artes em geral.
O paraibano Leandro Gomes de Barros foi o primeiro e até aqui o mais importante cordelista de que se tem notícia.
O cordel, ou literatura de cordel, não é invenção brasileira. Mas foi no Brasil que esse tipo de literatura, desenvolvida principalmente em sextilhas e septilhas, ganhou forma.
Sim, Leandro foi o grande pioneiro nessa forma de arte.
Já na virada do século 19 Leandro estava ligado a tudo, a todos os acontecimentos no Brasil e em todo o canto.
Antes e depois de Leandro, nenhum cordelista falou em verso de folheto sobre as mazelas e consequências da Primeira Guerra Mundial.
É dele, por exemplo, o folheto AS AFLIÇÕES DA GUERRA NA EUROPA, que começa assim:
Detonam tiros medonhos
Das peças demasiadas
Soam grandes estampidos
Estremecendo as quebradas
Descendo rios de sangue
Como água em enchorradas…
É dele também o segundo folheto sobre a guerra. Título: A ALLEMANHA VENCIDA E HUMILHADA, que começa assim:
Até que afinal chegamos
Ao fim da tal grande guerra
Que tanto mal produziu
Geralmente em toda a terra
E a Allemanha vencida
Se humilha, grita e berra…
Como se não bastasse, Leandro escreveu ECHOS DA PÁTRIA, que começa assim:
Despertai filhos da Pátria
Mostrai a vossa façanha
Arriscai o peito à bala
Ide morrer na campanha
Um soldado brasileiro
Não rende pleito à Allemanha…