"A minha vida é um desfuturo", diz Jão com as sobrancelhas pra baixo. Eu não
entendi, o que você quis dizer com isso, Jão? "O Brasil que eu amo, é um
Brasil que o presidente desama".
Jão, um dos meus botões prediletos, estava em baixa. Estava triste. "Mas ele
vai se levantar já, já", falou firme Zilidoro.
O Zé, que é de poucas palavras, diz que entendia perfeitamente o que Jão
estava a falar: "O que o sujeito lá do Planalto está fazendo é uma obra de
matar o povo".
Os gêmeos Biu e Barrica correram a acudir Jão: "Isso tudo vai passar, você vai
ver, Jão".
Lá do canto onde se achava, Mané tentou mudar de assunto: "Calma, calma. Isso
tudo que ora vivemos, vai passar". Certamente, disse eu. Acrescentei: os dias
brasileiros têm sido dias muito compridos, terríveis. Na política,
naturalmente.
Zilidoro, filosoficamente, disse: "A CPI da Covid tá botando pra lascar. Essa
CPI vai levar o negacionista Bolsonaro à cadeia".
"Na cadeia, eu tenho uns amiguinhos...", disse Lampa enigmaticamente, lambendo o seu punhal.
Aos meus ilustres botões, perguntei: O que vocês acharam do desfile dos
blindados do Exército, diante do esquisito presidente?
Em uníssono, em uma bagunça total, todos responderam: "UM HORROR! UM HORROR!"
"Seu Assis, o sr. conhece uma música chamada Fumacê?", perguntou-me Zé,
assanhado. "Pergunto isso porque tem tudo a ver com aquele desfile horroroso,
patrocinado pelas Forças Armadas lá em Brasília, em que um tanque se dissolvia em fumaça. Triste e trágico". Eu disse hmmm... E Zé: "Eu
gostaria de ouvir essa música e compartilha-la com o povo do meu povo."
Então tá...
Meus botões 3. Não perco um. Gosto do falatio desses minino. Eh eh eh finacê!
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