Eu sou de um tempo, de um tempo mais ou menos recente, em que as coisas tinham nome e os valores sociais credibilizavam os seres e a sociedade.
Eu sou de um tempo em que palavra dada era palavra que fechava e abria negócios.
Eu sou de um tempo em que bigodes eram marcas de compromisso.
Eu sou de um tempo em que a expressão "Cabrito bom não berra" moldava a criação dos homens. Isto é: homem era homem e pronto! Quer dizer: homem que era homem respeitava as calças que vestia.
Eu cresci ouvindo a frase: "Homem não chora".
Lembrei dessas coisas depois que ouvi o pernambucano,ex presidente Lula chorar durante um pronunciamento público. Mas foi um choro assim meio não sei o quê; um choro que não era choro, talvez. Eu achei esquisito aquele choro. Um choro, digamos, para pato ver. Pois é, está no seio da cultura popular: Cabrito bom não berra. E berrar, no caso, é chorar, espernear, pular que nem calango sobre frigideira fervente. Daí a sabedoria popular legitimar o dito: Homem que é homem não chora.
Por que Lula ex presidente chorou?
Ouço "explicações" estapafúrdias, tolas, sem nexo. Diz que foi o Dallagnol o responsável pelas lágrimas de crocodilo do Lula (aí ao lado, comigo, em debate no Estadão).
A minha santa avó Alcina, que há muito habita os domínios celestiais, diria dando uma rabissaca: "Homem que chora eu não respeito".
Pois é, Dona Alcina não era brinquedo não.
Eu não me lembro quando foi que chorei, só sei que chorei em algum momento da minha vida, mas foi escondido...
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