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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

CORDEL, ESCOLA E VIOLÊNCIA



Territorialmente, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking definido pela ONU. Populacionalmente, o Brasil também está entre os primeiros. No tocante à questão cultura, o nosso País é também um dos mais ricos do mundo.
O Brasil, oficialmente, foi “descoberto” pelo navegador Cabral na segunda parte do mês de Abril do ano de 1500.
Em 1498, portanto antes de Cabral, desembarcaram portugueses no Brasil. E aí foram chegando espanhóis, franceses, holandeses... E o Brasil foi virando uma espécie de casa de mãe Joana, famosa cafetina portuguesa...
Os portugueses e outros povos que primeiro por aqui chegaram trouxeram seus hábitos e costumes; sua cultura, por exemplo. Com isso, nos tornamos a maior nação miscigenada do planeta.
Esses povos deixaram até parte de suas línguas: árabe etc.
Boa parte do folclore português nós assimilamos. A folia de reis, por exemplo. A desgarrada, que aqui virou “cantoria de repente”. E por aí seguiu a história.
Com dimensões continentais, o Brasil é rico até na miséria.
Muitos milhões de brasileiros vivem ou sobrevivem instalados em barracos, nas favelas, quando não perambulando sem rumo nas ruas das grandes cidades, principalmente.
Cerca de 12% dos brasileiros ainda são, hoje, analfabetos de pai e mãe.
O número de analfabetos funcionais triplica.
Terrível, não é?
O professor faz de conta que ensina na sala de aula e na sala de aula o aluno faz de conta que aprende. E o resultado disso é “pancadão”, no sentido completo que o leitor entender.
Os números são desencontrados no tocante a brasileiros recolhidos às cadeias. Há estatísticas que indicam sermos o 4º país a ocupar esse ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, Rússia e China.
Há números que indicam também que ainda há mais de 400 mil mandados de prisão a serem cumpridos e que não o são por uma razão bastante simples: não há espaço nas cadeias públicas, porque também há cadeias privadas, você sabia? Em Minas, por exemplo. E também no Amazonas. E também...
O ano de 2017 começou com uma carnificina no presídio de Manaus e essa tragédia ganhou outros presídios noutros lugares e também nas ruas.
O que está acontecendo, hoje, no Espírito Santo é terrível. Em cinco dias foram assassinadas mais de uma centena de cidadãos, em consequência da insegurança total que reina naquele Estado.
Mata-se mais no Brasil hoje do que nunca. Nem em Aleppo, no Oriente Médio, mata-se tanto.
E a coisa pode piorar.
Isso tem a ver com analfabetismo?
Somos um país rico até na miséria, se é que me entendem.
Os portugueses nos trouxeram parte da sua cultura, eu disse lá em cima. Dessa cultura, faz parte a literatura de cordel, como a folia de reis e a desgarrada.
Em país nenhum do mundo a cultura portuguesa se desenvolveu tanto quanto entre nós.
A literatura de cordel passa a germinar, no Brasil, a partir do século XIX. O melhor e mais expressivo cordelista brasileiro foi o paraibano Leandro Gomes de Barros (1865 – 1918).
Leandro foi um cronista muito importante da vida brasileira. Ele é tão importante para a nossa cultura escrita como o carioca Joaquim Maria Machado de Assis (1831 – 1908).
Voltarei ao assunto. Mas antes, deixo no ar uma pergunta: será que um dia teremos mais cadeias do que escolas públicas?
E por falar em Cordel, cliquem:




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