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quarta-feira, 1 de março de 2017

MACHISMO X FEMINISMO, A ETERNA LUTA

Escutei há pouco a colega jornalista Miriam Leitão, mineira, discorrer sobre a política econômica que ora se desenvolve lá para os lados da Ilha da Fantasia; em Brasília, como todo mundo sabe.
Ela falava das agruras há séculos vividas pelas mulheres, especialmente. Lembrava do projeto que visa a reformada Previdência e outras reformas costuradas na calada da madrugada por marginais engravatados...
Miriam, que adoro, aproveitava a ocasião, no espaço diário que tem na CBN para reafirmar-se feminista praticante desde menininha. A sua fala fez-me lembrar Nísia Floresta e Maria Bernardina dos Reis, nordestinas do Rio Grande do Norte e do Maranhão respectivamente.
Essas mulheres deixaram um rastro de luz por onde passaram.
Nísia nasceu em 1810 e morreu em 1885, na França.
Maria nasceu em 1825 e morreu em 1917.
Nísia, de batismo Dionísia, foi obrigada a se casar quando tinha 13 anos de idade. Não deu certo, claro. Mais ou menos uma década depois ela contraiu matrimônio com um estudante de direito de nome Augusto Manoel. Augusto morreu e deixou com ela dois filhos.
Se hoje a luta das mulheres por igualdade é grande, como não era antes?
A rigor Nísia Floresta foi, além de feminista, a primeira mulher a escrever e a publicar um livro no Brasil.   Sua obra de estréia foi "Os Direitos da Mulher e a Injustiça dos Homens" de 1834. Ela estava sempre do lado dos mais fracos, dos índios e dos negros, foi a primeira abolicionista, e também a primeira mulher a levar o nome do Brasil ao Exterior. Ela deixou 15 livros publicados, entre os quais A Lágrima de Um Caeté.
O conteúdo de A Lágrima de um Caeté é poético. tem umas setecentas estrofes a favor dos indígenas e escravos do seu tempo.
Maria dos Reis foi, a rigor, a primeira romancista do Brasil e ao contrário de Nísia, nunca saiu do Brasil.
Nísia era letrada e falava e escrevia em latim, francês, inglês, italiano e português, claro. Ela publicou três livros em francês e um em italiano. Na primeira vez que foi à França lá ficou por dezesseis anos. Era professora, como Maria.
A pesquisadora Constância Lima escreveu um belíssimo trabalho sobre Nísia.
Em Janeiro de 1940, o estudioso da cultura popular Luís da Câmara Cascudo, escreveu no jornal A República um texto em que diz algo mais ou menos assim: Nísia é uma ave de arribação com asas tão grandes que nem cabem no ninho.
Sobre Maria Bernardina dos Reis creio que ainda falta um estudo que melhor a revele para o povo destes dias tortos em que vivemos.
Miriam Leitão, jornalista de aguda sensibilidade, é a favor de que homens e mulheres tenham direitos e deveres iguais, inclusive no campo referente ao tempo de aposentadoria. Chega de privilégios, não é mesmo?
A igualdade entre as pessoas é uma luta eterna, prevista na nossa constituição.
Dos tempos atuais, creio ser oportuno ouvir a poeta repentista Mocinha de Passira:





CINZAS

A jornada Carnavalesca acabou. Pelo menos é o que eu ouço no rádio. Não faz muito, falava-se em tríduo. Era o tempo de confete e serpentina, de marchinhas ingênuas etc. Mas ouço também que um monte de blocos continuam nas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador....Houve muita briga Brasil afora com a Polícia jogando bomba etc. Muitos foliões gritaram palavras de ordem contra o substituto de Dilma. Fora etc. Até o prefeito paulistano não escapou da fúria dos foliões politizados. No Rio de Janeiro, o Carnaval "profissionalizado" mostrou deficiência e primariedade na organização. Resultado: 20 feridos, alguns em estado grave. Em São paulo, a Tatuapé ganhou, mas a crise continua à solta e ameaçando até os trabalhadores sem trabalho. Hoje é quarta de cinzas e primeiro dia da quaresma. A quaresma é uma iniciativa da Igreja Católica que tem como propósito levar as pessoas a refletirem sobre a própria vida, certo?

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