Trouxeram-me hoje a informação de que a ANCINE, Agência Nacional de Cinema, deu um prazo até 2018 para que todos os cinemas do País adaptassem seus prédios para o acesso das pessoas deficientes visuais e auditivas. Bom. Demorou. Legal...
Essa história de que cego não vê é história. Porém é preciso que se dê ao cego mínimas possibilidades de que ele enxergue pelo menos as pessoas que estão à sua volta; pessoas e coisas e vida, que tem a ver com som e abraço.
Sensibilidade também tem a ver com tudo isso. Só não vê quem não quer ver.
A sociedade enxergante tem se recusado a enxergar o ser sem luz nos olhos, ou seja, o cego.
Quem é cego nessa vida, aquele que pode resolver coisas ou aquele que entende que quem pode resolver não resolve? Política pura, não é?
A ANCINE deu um prazo de dois anos para que todos os cinemas do Brasil ofereçam condições para o cego enxergar os filmes passados nas telas. E para que ao deficiente auditivo seja disponibilizada a linguagem de libras. Bom, muito bom.
Em São Paulo, Capital, há atualmente 61 bibliotecas, 39 Centros Culturais, 44 museus e pelo menos 30 teatros oferecendo condições adequadas para o cego e o surdo, para que se sintam a vontade, como cidadãos. É obrigação do Estado não esquecer da população invisível que forma a Nação. Enfim, cegos e surdos e demais pessoas com deficiências várias, nós todos, invisíveis, pagamos impostos.
Como cego, hoje, sinto-me invisível. Mas como cego estou vendo...
NOLL
Morreu hoje o gaúcho João Gilberto Noll, autor de belos livros. Bem no comecinho de 1980, Noll escreveu o romance O Cego e a Bailarina. Vale a pena ler.
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