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sexta-feira, 14 de abril de 2017

ASA BRANCA VOA NA BIENAL CEARENSE



Há 70 anos o pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento, que ficaria famoso como o Rei do Baião, e o cearense Humberto Teixeira, davam forma à toada Asa Branca, de origem folclórica. Essa música correu mundo e se tornaria a mais famosa do cancioneiro popular brasileiro. Gonzaga é o compositor popular mais biografado da história da nossa música. è também o mais citado em músicas de outros autores. Até hoje foram escritos e lançados cerca de 50 livros constando sua vida e obra. É também o artista mais retratado na literatura de cordel. Mais de 300 folhetos já foram publicados a seu respeito. Amanhã, 15, o piauiense Wilson Seraine lança, na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, uma reunião de mais de cem folhetos na Antologia Cordéis Gonzaguianos. No dia 17 é a vez do mesmo Seraine autografar o título infantil A Festa da Asa Beanca: Uma História com Pássaros Cantados Por Luiz Gonzaga (clique nos links abaixo). Na ocasião será também lançado o folheto Asa-Branca, 70 Anos de Sucesso, de Rouxinol do Rinaré (poema abaixo).



ASA-BRANCA: 70 ANOS DE SUCESSO!



Rouxinol do Rinaré



Para falar de Luiz

Gonzaga do Nascimento

Peço a Deus, neste momento,

Que me sopre a diretriz

E uma inspiração feliz

Dos seus profundos arcanos

Para que os gonzaguianos

Batam palmas, toquem sino,

Pra Asa-branca, nosso hino,

Que já faz setenta anos!



Ao som que Luiz arranca

Da sanfona choradeira

O grande Humberto Teixeira

Cria a canção Asa-branca

Por isso ninguém desbanca

Esses gênios soberanos

Ausentes entre os humanos,

Presentes junto ao Divino

E Asa-branca, nosso hino,

Completou setenta anos!



Para março, dia três,

No ano quarenta e sete,

A história nos remete

Para dizer pra vocês

Que nesse dia, ano e mês,

Deus, em seus divinos planos,

Inspirou esses “dois manos”

Filhos do chão nordestino

E nasceu Asa-branca, o hino,

Que já faz setenta anos!

 

Asa-branca é inconteste

Um símbolo do retirante

Gonzaga então foi brilhante

Fez o hino do Nordeste

Lembrando o cabra da peste

Que, para não sofrer danos,

Cumpre a sina dos ciganos

Em busca do seu destino

Asa-branca, o nosso hino,

Completou setenta anos!



O grande Rei do Baião,

O nosso Luiz Gonzaga,

Se confunde com a saga

E a cultura do sertão.

Cantou tudo desse chão:

Alegrias, desenganos...

Deus iluminou seus planos

E ele fez, com brilho e tino,

Asa-branca, o nosso hino,

Que já fez setenta anos!



No Nordeste, em sua história,

A seca é fato marcante

E a sina do retirante

Tem sido uma página inglória

Como a ave migratória

Alçando voos desumanos;

Gonzaga, em tais desenganos,

Se inspirou desde menino

Pra Asa-branca, nosso hino,

Que já faz setenta anos!



Céu azul, o chão em brasa

Pela seca causticante

Faz o sertanejo errante,

Triste abandonar a casa;

A asa-branca bate asa

Por instintos soberanos

Secam as plantas, morrem os planos

No coração nordestino

Cantando Asa-branca, o hino,

Que já faz setenta anos!





Baião imortalizado,

Mais alto Asa-branca voa,

Pois por muita gente boa

Foi gravado e regravado:

Por Quinteto Violado,

Gil, Caetano, entre os baianos,

Tom Zé, Xangai, veteranos,

Só gente de “quengo” fino

Gravaram Asa-branca, o hino,

Que já faz setenta anos!



Fred Carrilho gravou

(Em “Violão Brasileiro”),



Badi Assad interpretou








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