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sexta-feira, 12 de maio de 2017
LULA, CEGOS SÁBIOS E ANTÔNIO CÂNDIDO
Num lugar distante, havia 7 sábios. Todos cegos. A população desse lugar, foi não foi consultava os sábios para lhe tirar dúvidas. Os sábios pareciam pessoas comuns, pois até brigavam entre si. As brigas aconteciam sempre por causa da sabedoria. Os sete brigavam para saber quem deles era o mais sábio. Numa dessas brigas um dos sábios se mandou, irritado.
Pois bem, um dia chegou ao lugar um cidadão montado num elefante.
Os sábios não sabiam o que era um elefante. E um deles pôs a mão na barriga do elefante dizendo, é grande, parece uma parede. Outro pegou na tromba e disse, é uma cobra grande, sem dente. Outro pegou no rabo e disse ser uma rocha amarrada com corda e tal, essa coisa...
Foi nesse momento que o sábio que se mandara voltava. Voltava com um menino que o guiava. Ouvindo o blá blá blá entre seus colegas sábios, pediu ao menino que desenhasse no chão com um graveto um elefante. Feito isso o sábio passou as mãos sobre o desenho e concluiu: é assim que é a verdade, cada um pega a parte que lhe interessa e pronto, e continuam tolos.
Lembrei dessa história depois de ouvir dizer que algumas publicações estrangeiras têm falado da liderança política que ainda representa Lula no Brasil. O americano Wall Street Journal diz, por exemplo, que o fundador do PT é um injustiçado. O londrino The Guardian diz que ele está sendo perseguido pela justiça brasileira. E por aí vai.
Será sábio quem diz que a verdade é proclamada por partes interessadas? A verdade pode ser só um ponto de vista, não é mesmo?
ANTÔNIO CÂNDIDO
Culturalmente, o Brasil está ficando a cada dia mais pobre. Educacionalmente, nem se fala. Hoje, de madrugada, um dos nossos mais importantes literatos, o paulistano Antônio Cândido, nos deixou. O passamento do ,mestre Cândido deu-se no Hospital Albert Einstein. Ele tinha 98 anos de idade e deixa uma obra de grande valor dispersa em algumas bibliotecas. Faz tempo que editora alguma relança livros seus. Pena. Aliás, mais do que isso: tristeza profunda e absoluta é o sentimento que expresso sobre esse grande brasileiro. Por que não discutimos a cultura brasileira, a cultura nacional? Quem pode explicar isso?
BRINCANDO COM A HISTÓRIA (9)
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