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segunda-feira, 1 de maio de 2017

TRABALHO É CASTIGO

Boa parte da população do mundo parou hoje para descansar e refletir sobre o Dia do Trabalho, hoje.
O mineiro Guimarães Rosa (1908-1967), em Tutameia, acho, fez um de seus personagens dizer que "trabalho não é vergonha, é só uma maldição".
Tutameia foi um livro lançado em 1967, mesmo ano da morte do seu autor. É num livro muito difícil de ler.
Quando escreveu isso, Rosa talvez estivesse lembrando do que a Bíblia diz sobre o chamado "pecado original", que em Gênesis, que lê-se algo como "Viverás do suor do seu rosto".
No salmo 128, também pode-se ler: Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero.
Se o pecado original, de que fala a bíblia, não tivesse ocorrido estaríamos todos vivendo numa boa, só comendo do bom e do melhor e amando até não poder mais, sem pagar pedágio, aluguel, gasolina, previdência social, etc.
Trabalho não é brincadeira.
A raiz da expressão trabalho é latina e data de não sei quanto tempo. Ou melhor, sei: desde o tal pecado.
No rigor da expressão, na raiz da expressão, "trabalho significa castigo", disse-me outro dia o bom paraibano Geraldo Vandré, cabra bom de dialética e de pensamento objetivo.
E ainda tem quem bata no peito "adoro trabalhar".
Atualmente o Brasil vive a maior onda de desemprego da sua história: 14,2 milhões de trabalhadores sem trabalho, segundo números recentíssimos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE.
Gonzaguinha, que sempre foi um cara inquieto, escreveu e musicou uma pérola a que denominou Guerreiro Menino:




AINDA BELCHIOR

O cantor, compositor e multitudo Jorge Mello, amigo e parceiro de Belchior, acaba de mandar este depoimento:

Amigo Assis Ângelo
Comecei as parcerias com Bel na faculdade em 1968. Fiz com ele a trilha sonora da peça O MORRO DO OURO ao maior espetáculo do Teatro cearense. Teve montagens em São José do Rio Preto, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo.
Viemos ao Rio no início de 1971. Em minha casa em Copacabana moraram Belchior, Fagner, Cirino, eu e Teca Melo. Em 1972 veio p São Paulo Rodger Tetty Ednardo e Amelinha. Bel gravou em 1971 na Copacabana um compacto. Eu em 1972 um compacto duplo na Phillips Fagner em dupla com Cirino também fez um compacto na Phollips/ Polligran. BEL grava o LP na Chantecler em 1974. O Pessoal do Ceará na Continental em 1973. Em 1976 gravo o LP BESTA FERA, Bel grava ALUCINAÇÃO.

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