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domingo, 28 de maio de 2017

TROPICÁLIA, 50 ANOS

Assis exibe raríssimo exemplar do livro Tropicália 20 Anos
O Movimento Tropicalista está completando meio século.Dito assim, de chofre, não parece meio século. Parece séculos. 
Foi em Outubro de 1967, no Rio de Janeiro e na Paraíba, que o movimento foi anunciado ao mundo. Na Paraíba, precisamente em João Pessoa, os agitadores culturais Carlos Aranha e Raul Córdula, jornalista e pintor respectivamente, encamparam a onda.
No Rio, o jornalista Nelson Mota e o pintor Helio Oiticica levantaram a bandeira do movimento que tinha por objetivo quebrar dogmas em nome da liberdade, na Praça Duque de Caxias.
O movimento Tropicalista teve como principais artífices os baianos Caetano, Gil, Gal, Tom Zé e alguns outros, periféricos, como Mutantes, Zé Celso, Torquato Neto e o já referido Oiticica.
O legado tropicalista reúne apenas meia dúzia de LPs e findou em consequência da prisão de Gil e Caetano, em Dezembro de 1968, mesmo mês e ano em que seguiu para o exílio o paraibano Geraldo Vandré, após empatar seu hino Caminhando (Prá Não Dizer Que Não Falei de Flores) com a obra prima Sabiá, de Chico e Tom Jobim. Essa música, a propósito, foi baseada no poema Canção do Exílio, do maranhense Gonçalves Dias (1823-1864).
Em 1987, fui convidado para integrar um time que refletiu sobre os primeiros vinte anos do tropicalismo. Entre os convidados estavam: Zé Celso, Tárik de Souza, Maurício Kubrusly, Ismail Xavier, Hélio Oiticica, Tom Zé, Renato Teixeira, Júlio Medaglia, Zuza Homem de Mello e Augusto de Campos. 
Os textos gerados por esse time foram inseridos no livro Tropicália 20 Anos, publicado pelo SESC, com apresentação de Danilo Santos de Miranda.
Os anos de 1960 foram anos agitadíssimos.
Em 1964, o presidente da República João Goulart foi deposto pelos militares que assumiram o poder.
O mundo fervia.
Na França os estudantes botavam prá quebrar. Nos Estados Unidos, Joan Baez encabeçava as passeatas com Luther King, contra os absurdos da guerra do Vietnã. Esses absurdos, aliás, foram em parte cobertos pelo jornalista paulista José Hamilton Ribeiro, mas essa é outra história. 
Na parede do Instituto Memória Brasil, IMB, pode se ver uma foto em que aparece Geraldo Vandré ao lado de Joan Baez (acima, no detalhe).
E para matar a saudade, ouçam:
  

 

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