Um argentino fora do eixo encheu de cartas muitas representações diplomáticas para apoiá-lo na criação do Dia Internacional do Amigo. Isso foi pouco antes de o homem pôr suas patas na Lua, no dia 20 de julho de 1969. Naquele dia, Armstrong (1930-2012) -o homem da Lua- disse que o nosso planeta era uma coisinha de nada perdida no Universo. Pois bem, o Dia Internacional do Amigo virou uma realidade, comemorada no dia em que o homem desceu da Apolo XI e foi procurar São Jorge...
Lembro disso porque acabo de receber um telefonema do dileto e querido amigo piauiense Jorge Melo, um dos mais festejados craques da nossa música popular e doutor de respeito na área de direitos autorais, no Brasil. Ele ligou para dizer que estava com saudade, e lembrou do Papete, que partiu há dois anos para a Eternidade.
Jorge Melo iniciou a carreira há cinquenta anos, gravando discos autorais e produzindo discos dos outros. O cabra é de bom cabedal: ator, cantor, compositor, instrumentista, cordelista, o escambau.
Você sabia, meu amigo, minha amiga, que Jorge recebeu há anos o desafio de pôr os pingos nos is no tocante à questão autoral dos direitos do Hino do Corinthians?
Direitos autorais é uma questão complicada no mundo todo, especialmente no Brasil.
Eu mesmo levei peia nessa questão. Perdi por não receber o que deveria com livros e músicas. A última vez que recebi algo do ECAD não deu prá sequer fazer uma feira aqui de lado, na rua Antonio Gordo.
Há poucos dias entrou e saiu de cartaz em São Paulo, um filme sobre nosso dileto autor pernambucano João
Leocádio da Silva (1935-2013). Clique para ver uma das últimas entrevistas que ele me deu:
Não sei quem dirige o filme, O que me dizem é que a trilha sonora é toda recheada de músicas do João, mas seus herdeiros não receberam até agora nadica de nada e que sequer as editoras musicais foram consultadas.
Isso dá rolo. João é o autor mais frequente do repertório do Rei do baião, Luiz Gonzaga, por baixo passa de 900 o número de músicas de sua autoria, começou a gravar ali pela metade dos anos de 1950.
São poucos os artistas que não têm o que reclamar do ECAD, entre os quais Caetano, Chico, Roberto, Milton e os sertanojos das paradas de sucesso.
Braguinha, o grande Braguinha (1907-2006), parceiro do gigante Noel Rosa, dizia que não recebia nada ou quase nada dos direitos da extensa obra que construiu. O Vandré reclama disso até hoje.
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