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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O BRASIL SEM MOYA, QUE MERDA!

O óbvio: Nascemos, vivemos e morremos. Assim, simples.
Nascer dói e não dói, morrer dói e não dói, sabe-se lá porquê!
Alguns que comigo estiveram em algum momento, partiram este ano: Almir Guineto, Belchior, Luiz Melodia...
Eu nem ia falar, mas o Fausto, cartunista, disse-me que eu deveria dizer algo sobre o paulistano Álvaro de Moya, que se foi no último dia 14.
Moya foi o mais importante entusiasta dos quadrinhos no mundo. Não à toa ele idealizou e executou o primeiro Encontro Internacional de Histórias em Quadrinhos. Foi em São Paulo, Capital, em 1951. Moya deixou muitos livros publicados sobre o tema que o alcançou no tempo em que ele era ainda criança.
Álvaro de Moya nasceu em 1930 e deixou dois filhos, um menino e uma menina, que não herdaram do pai o prazer e a alegria de viver no mundo da fantasia explicitado pelo traço genial de artistas como Will Eisner (1917-2005), criador do Spirit. 
Will eu o conheci na redação do suplemento Folhetim (FSP),  no dia que ele foi abraçar o Angeli, Glauco e Laerte...
Sebastião Marinho, Assis, Moya e Quino no Programa São Paulo Capital Nordeste
Em dois mil e qualquer coisa, eu levei Moya aos estúdios da Rádio Capital. Eu o convidei para estar comigo numa entrevista com o argentino criador da Mafalda, Quino. Conosco estiveram ainda Paulo Caruso e Custódio, e também o cantador repentista Sebastião Marinho, que deitou e rolou cantando história de fantasia.
Volto a bater na mesma tecla: por que os brasileiros que têm poder não gostam do Brasil?
Os artistas do nosso País nascem como qualquer pessoa e, com o tempo, firmam-se com o talento que do berço trazem. E morrem, muitos deles, no anonimato, como nasceram.
Chiquinha Gonzaga? Braguinha? Noel Rosa? Chico Alves? Manezinho Araújo?... Luiz Gonzaga começa a morrer e muitos que estão vivos, como Roberto Luna e Geraldo Vandré parecem já mortos. É como se o Brasil não gostasse do Brasil...
Deus do Céu, como é bom nascer no Brasil, mesmo sabendo que a Eternidade Brasileira é do tamanho de nada.
Hoje o querido jornalista Audálio Dantas telefonou-me dizendo que está sendo homenageado na sua terra, Alagoas, como um nome importante. Que bom. Fiquei feliz com a notícia e ele ainda falou da cearense Rachel de Queiroz. Grande Rachel!
Rachel de Queiroz, aos 20 anos de idade, levou à terra e céu a desgraceira do mundo terrestre provocada pela seca, aquela que mata de fome, de sede, de tudo.
Leiam o livro O Quinze.
Mas essa é outra história...
Álvaro de Moya foi de importância fundamental para a compreensão das nossa artes visuais. A história dele não cabe num trem.
Apesar de tudo e dos políticos que escolhemos para nos representar nas três esferas (municipal, estadual e federal) continuo crendo que o Brasil é de todos o maior. No mais tudo depende de nós. Viva Álvaro de Moya.
Ah sim, falei muito rapidamente do Fausto. Fausto é mestre do ofício que escolheu para viver. Moya sabia disso. Moya foi-se embora com 87 anos de idade, Fausto completa 65 em Novembro, gênios em tempos diferentes. Aí na foto, os dois juntos em Piracicaba, em 2015. 



BRINCANDO COM A HISTÓRIA (48)




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