Há 70 anos o pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento, que ficaria famoso como o Rei do Baião, e o cearense Humberto Teixeira, davam forma à toada Asa Branca, de origem folclórica. Essa música correu mundo e se tornaria a mais famosa do cancioneiro popular brasileiro. Gonzaga é o compositor popular mais biografado da história da nossa música. è também o mais citado em músicas de outros autores. Até hoje foram escritos e lançados cerca de 50 livros constando sua vida e obra. É também o artista mais retratado na literatura de cordel. Mais de 300 folhetos já foram publicados a seu respeito. Amanhã, 15, o piauiense Wilson Seraine lança, na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, uma reunião de mais de cem folhetos na Antologia Cordéis Gonzaguianos. No dia 17 é a vez do mesmo Seraine autografar o título infantil A Festa da Asa Beanca: Uma História com Pássaros Cantados Por Luiz Gonzaga (clique nos links abaixo). Na ocasião será também lançado o folheto Asa-Branca, 70 Anos de Sucesso, de Rouxinol do Rinaré (poema abaixo).
ASA-BRANCA: 70 ANOS DE SUCESSO!
Rouxinol do Rinaré
Para
falar de Luiz
Gonzaga
do Nascimento
Peço
a Deus, neste momento,
Que
me sopre a diretriz
E
uma inspiração feliz
Dos
seus profundos arcanos
Para
que os gonzaguianos
Batam
palmas, toquem sino,
Pra
Asa-branca, nosso hino,
Que
já faz setenta anos!
Ao
som que Luiz arranca
Da
sanfona choradeira
O
grande Humberto Teixeira
Cria
a canção Asa-branca
Por
isso ninguém desbanca
Esses
gênios soberanos
Ausentes
entre os humanos,
Presentes
junto ao Divino
E
Asa-branca, nosso hino,
Completou
setenta anos!
Para
março, dia três,
No
ano quarenta e sete,
A
história nos remete
Para
dizer pra vocês
Que
nesse dia, ano e mês,
Deus,
em seus divinos planos,
Inspirou
esses “dois manos”
Filhos
do chão nordestino
E
nasceu Asa-branca, o hino,
Que
já faz setenta anos!
Asa-branca
é inconteste
Um
símbolo do retirante
Gonzaga
então foi brilhante
Fez
o hino do Nordeste
Lembrando
o cabra da peste
Que,
para não sofrer danos,
Cumpre
a sina dos ciganos
Em
busca do seu destino
Asa-branca,
o nosso hino,
Completou
setenta anos!
O
grande Rei do Baião,
O
nosso Luiz Gonzaga,
Se
confunde com a saga
E a
cultura do sertão.
Cantou
tudo desse chão:
Alegrias,
desenganos...
Deus
iluminou seus planos
E
ele fez, com brilho e tino,
Asa-branca,
o nosso hino,
Que
já fez setenta anos!
No
Nordeste, em sua história,
A
seca é fato marcante
E a
sina do retirante
Tem
sido uma página inglória
Como
a ave migratória
Alçando
voos desumanos;
Gonzaga,
em tais desenganos,
Se
inspirou desde menino
Pra
Asa-branca, nosso hino,
Que
já faz setenta anos!
Céu
azul, o chão em brasa
Pela
seca causticante
Faz
o sertanejo errante,
Triste
abandonar a casa;
A
asa-branca bate asa
Por
instintos soberanos
Secam
as plantas, morrem os planos
No
coração nordestino
Cantando
Asa-branca, o hino,
Que
já faz setenta anos!
Baião
imortalizado,
Mais
alto Asa-branca voa,
Pois
por muita gente boa
Foi
gravado e regravado:
Por
Quinteto Violado,
Gil,
Caetano, entre os baianos,
Tom
Zé, Xangai, veteranos,
Só
gente de “quengo” fino
Gravaram
Asa-branca, o hino,
Que
já faz setenta anos!
Fred
Carrilho gravou
(Em
“Violão Brasileiro”),
Nelson Gonçalves cantou,
Badi Assad
interpretou