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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

ZÉ...



Em 1968 José Hamilton Ribeiro era repórter da Revista Realidade que não existe mais e, de bate pronto, aceitou o desafio de cobrir a guerra no Vietnã, travada entre vietnamitas e norte-americanos. Já em campo de batalha, pisou numa mina doida e foi aos ares. Ao recobrar os sentidos, notou que no seu corpo faltavam partes. Mas não ligou. Chegou até a dizer que o que perdeu não lhe fez falta. José Hamilton Ribeiro, paulista de Santa Rosa de Viterbo, nasceu no dia 29 de agosto de 1935. Ele é um jornalista que a todos nos faz bem. É criativo, é decidido, é humano no sentido mais amplo do termo. Zé tem 17 livros publicados sobre meio ambiente, jornalismo e música caipira. Prá mim, ele merece o Prêmio Nobel de literatura, jornalismo ou da paz. Ou os três juntos. Viva Zé! Ah, ia me esquecendo: o poema abaixo eu o fiz ontem, 29,  em sua homenagem, em nossa homenagem. Chama-se ZÉ..., este:


O mundo anda perdido
Que nem galo sem terreiro
Que nem um cego sem guia
Ou barco sem timoneiro
Mas ainda bem que tem
José Hamilton Ribeiro

 Repórter de boa cepa
Ouro puro, verdadeiro
É um galo bom de briga
Doido por galinheiro
Hoje seu nome é marca
Do jornalismo brasileiro

Na pauta desse José
Tem sanfona, tem pandeiro
Tem cantiga de Matuto
E prosa de marrueiro
Fora isso ainda tem
Verso, viola e violeiro

Ele foi a todo o canto
Foi até o estrangeiro
Foi à luta, foi à guerra
Lutou foi bom guerreiro
Caiu mas levantou-se
De modo muito ligeiro

Incansável segue firme
Livre, leve e faceiro
Redescobrindo na vida
O prazer aventureiro
De fazer mais reportagens
Com o carimbo Zé Ribeiro

Novas guerras continuam
No Brasil, no mundo inteiro
É gente matando gente
Por nada, só por dinheiro
Mas nem a morte mata
José Hamilton Ribeiro






GLOBO JORNALISMO

Nesses dias o Jornal Nacional tem levado ao ar entrevistas com candidatos à Presidência da República. Ciro foi o primeiro, o segundo foi Bolsonaro. O terceiro foi aquele que a Tereza deu a mão Pois é, Alckmin foi encurralado por Boner e Renata Vasconcelos. Foi encurralado como os dois candidatos anteriores. A audiência da Globo deve ter ido lá em cima. Mas de que estão servindo estas entrevistas? As perguntas feitas foram óbvias e as respostas já amplamente conhecidas. Acho que está faltando coisa nessas entrevistas, a gente vê e escuta o óbvio ululante de que falava o mestre pernambucano Nelson Rodrigues. Questionar entrevistado é mesmo tarefa do bom jornalismo. Sinto que está faltando algo nestas entrevistas, na forma em que são feitas. Repórter pergunta e deixa o perguntado responder. Não é o que está acontecendo nesta série de entrevistas levadas ao ar pela Globo.




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