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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

CULTURA NÃO INTERESSA A POLÍTICOS

Arrepiei-me todo quando ouvi a minha Ana querida dizer que ouvira notícia dando conta de um incêndio que estava acabando com boa parte da riqueza histórica do Brasil. Em suma: O Museu Nacional do Rio de Janeiro, o mais antigo do país, estava sendo consumido pelo fogo. Isso foi domingo 2. Um Horror! Chocante.
Eu já falei sobre essa tragédia, claro. Mas não falei que chorei, chorei acompanhado pelos funcionários e trabalhadores do Museu, presentes diante da tragédia, impotentes mas ali diante, tentando fazer qualquer coisa para salvar a riqueza de que cuidavam todos os dias, tocante.
A cultura nunca interessou, grosso modo falando, aos nossos dirigentes republicanos.
O Museu Nacional foi criado por Dom Pedro I e sua mulher, Dona Leopoldina. A propósito, quem decidiu pela independência do Brasil foi Dona Leopoldina, cinco dias antes de o seu marido dar o famoso berro de liberdade do Brasil em relação a Portugal às margens do riacho hoje poluído do Ipiranga.
No Brasil há, hoje, 3.025 museus. 
A França tem hoje 130 museus. 
Uma perguntinha que não custa fazer: será que há algo de errado nesses números?
O Museu Nacional, que em junho passado fez 200 anos, guardava nas suas dependências pelo menos 20 milhões de itens que iam desde documentos de muitos anos antes de Cristo a documentos mais recentes, como a História de uma de nossas ancestrais mais famosas, Luzia.
Com o incêndio que engoliu o Museu Nacional, Luzia morreu novamente.
O Museu nacional, importantíssimo para o mundo, foi criado por Dom Pedro I, repetir não custa.
O Museu Nacional foi visitado por sumidades do mundo inteiro, entre elas o físico alemão Albert Einstein. O Museu Nacional, porém, nunca foi visitado por presidentes da nossa época. O único, em toda a história republicana foi o mineiro Juscelino Kubitschek. Triste, não é?
E tão triste quanto é a informação de que os presidentes brasileiros não tiveram, até hoje, interesse nenhum em visitar o Museu Nacional é o fato de os candidatos à presidência hoje dizerem besteiras enormes sobre o incêndio, sobre a cultura, sobre museus, sobre a nossa história. Exemplo? 
O Bolsonaro andou dizendo que museu é bobagem, é porcaria, não serve prá nada, queimou, queimou.
E nessa linha os candidatos à presidência seguiram. Ackimin disse nada, Ciro disse nada. A Marina pelo menos disse que dará importância à cultura, à história, à ciência...
A cultura forma gente e identidade de um país, de qualquer país.
Ano passado uma escola do Rio de Janeiro dedicou seu enredo aos 200 anos do Museu Nacional. Ouça:


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