Hoje é o dia nacional da Consciência Negra, feriado em mil e poucos municípios. Em São Paulo, inclusive.
O mês de Novembro, é historicamente, marcante
no Brasil. É o mês de tragédias, grandes acontecimentos.
O primeiro grande embate entre o povo e o
Exército começou no dia 7 de novembro de 1896 e terminou pouco menos de 1 anos
depois, dia 5 de outubro de 1897.Falo da guerra de Canudos. Desse conflito
resultou na morte de 25 mil pessoas,
incluindo homens, mulheres, crianças e o líder Conselheiro. E
resultou também no clássico Os Sertões,
de Euclides da Cunha, que narra esses acontecimentos tintim por tintim.
O primeiro golpe civil militar derrubou o
imperador D. Pedro II e pôs no seu lugar, o marechal alagoano Deodoro da
Fonseca, que antes de renunciar ao cargo de presidente fecharia o Congresso. Isso em novembro.
Ao findar a
República Velha, iniciada por Deodoro, começou a República de
Getúlio Vargas, que foi de 1930 a 1945.
Nesse período, Vargas instaurou o sombrio período do Estado Novo. Isso ocorreu
no dia 10 de novembro de 1937.
No dia 29 de Novembro de 1967, morreu o
mineiro João Guimarães Rosa, a sua morte ocorreu 3 dias depois de ter sido
empossado como imortal da Academia Brasileira de Letras, ABL. Isso é ou não
é uma tragédia?
No último dia 8 o STF suspendeu a proibição do
Jornal O Estado de S. Paulo de publicar qualquer notícia sobre a família Sarney.
Essa proibição durou exatos 3.327 dias. Censura braba!
No último dia 17 a justiça proibiu a Rede
Globo de noticiar o andamento das investigações em torno do assassinato da
vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Pedro Gomes. Censura brava
rolando de novo no mês de novembro no Brasil.
O Ato Institucional no.5 foi escrito 20 dias
antes de ser decretado pelo general
Costa e Silva e anunciado ao País pelo ministro da justiça Gama e Silva,
no dia 13 de Dezembro de 1968.
O AI-5
foi o ato mais violento do governo militar (1964-85) e durou exatos 7.655
dias.
A guerra de Canudos motivou uma quantidade
enorme de folhetos de cordel, peças de teatro, músicas, etc.
Em 2002, no livro O Clarim e a Oração (Geração Editorial) eu apresento um levantamento completo sobre Canudos na
cultura popular brasileira.
A primeira música que fala de Canudos é o
samba "Cabide de Molambo", de João da Baiana, lançado em dezembro de
1931 pelo cantor Patrício Teixeira (disco Odeon, no. 10.000, 883-A). A segunda,
tratando do Conselheiro, é a toada "Pai João", de Almirante de Luz
Peixoto, lançada por Gastão Formenti, com acompanhamento da Osquestra Victor
Brasileira (Victor, no.33595-B) em dezembro de 1932.
Todo esse material, incluindo folhetos,
livros, discos, se acha no acervo do
Instituto Memória Brasil- IMB.
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