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terça-feira, 16 de junho de 2020

ACORDA BRASIL


Os ataques irracionais dos bolsonaristas contra a Democracia me lembraram do dia 8 de dezembro de 1980, quando radicais de direita atiraram contra a sede da Agência Brasileira de Reportagens, ABR, no bairro paulistano de Perdizes. Eu e uma dúzia de colegas integrávamos essa agência. Ninguém ficou ferido, só a Democracia.

O atentado em Brasília fez-me lembrar, também, de reportagem que publiquei na Folha, denunciando a ausência do Estado na periferia do município paulista de Ribeirão Pires. O Estado me processou, em 1983, mas fui absolvido.

Estamos vivendo momentos perigosos e de angústia.

Essa onda de violência provocada pela direita radical faz com que fiquemos todos em estado de alerta.

O atual ministro da justiça e e segurança, André Mendonça, acaba de invocar a lei de segurança nacional contra o jornalista Ricardo Noblat e Aroeira, autor de uma charge que associa Bolsonaro ao Nazismo.

Os cidadãos de bem e as entidades democráticas não podem se descuidar do que ora ocorre em Brasília.

Quem não lembra dos ataques incendiários às bancas de revistas, entre 1979 e 1980?

E da bomba que explodiu na Sede da OAB, em 1980?

E do atentado ao Rio Centro em 1981?

E do atentado contra o Estadão em 1983?

Não podemos nos esquecer disso nem das outras barbáries cometidas contra a democracia no tempo da ditadura militar (1964-85).

O Brasil não pode ser tomado pelas forças irracionais do obscurantismo.

Não custa lembrar: em 1983, a Lei de Imprensa, foi aplicada pela última vez, acho, contra mim. À época o governador de São Paulo era o biônico José Maria Marim, em última instância o cara que levou o jornalista Vladimir Herzog (1937-75) à morte, nos porões do DOI-Codi.

 

No Brasil o presidente

Torce por ditadura

Gosta de quem não presta

E de quem presta ele tortura

Que bicho tem na cabeça?

Um vírus doido, sem cura!

 

Aparece na tevê

Com pinta do Grande Irmão

Aquele do George Orwell

Sujeito sem coração!

Bolsonaro quer o povo

Comendo na sua mão

 

Pandemia da burrice

Ataca bolsonaristas

Que aos berros vão às ruas

Detonando jornalistas

Como nos velhos tempos

Faziam os nazi-fascistas

 

Os bobos dançam de quatro

Como pede o presidente

É uma dança esquisita

Uma dança diferente

Como diria Gonzaga

No seu cantar inocente...

 

Leia mais acessando: https://institutomemoriabrasil.com.br/


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