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domingo, 12 de julho de 2020

EDUCAÇÃO NA MARRA

Terça 7 ouvir o guru do Bolsonaro, um tal Olavo não sei do quê, dizendo ser preciso acabar com o Ministério da Educação. Segundo ele, "só dá prejuízo".
Quinta 9 ouvir o próprio Bolsonaro dizer, na sua live semanal, que "educação é um simbolismo".
Sábado 11 e hoje ouvir no rádio notícia dando conta de que o novo Ministro da Educação, Milton Ribeiro, é a favor da educação pela dor.
Essa metodologia, o conhecimento pela dor, eu conheci num passado já remoto.
Eu era estudante de colégio interno, em João Pessoas, PB. Qualquer coisa fora do esquadro, eu era castigado pela palmatória e por milhos sobre os quais professores obrigavam a me ajoelhar. De braços abertos, diante de uma classe passiva. Doía como o Diabo.
Jamais vou me esquecer disso e tomara que isso jamais volte às salas de aula.
O Ministério da Educação foi criado em novembro de 1930, pelo gaúcho Getúlio Vargas.
O mineiro Francisco Luís da Silva Campos (1891-1968) foi o primeiro titular dessa pasta. O segundo foi Gustavo Capanema (1900-85), que convidou outro mineiro que para lhe auxiliar: Carlos Drummond de  Andrade, que todo mundo conhece e já deveria ter lido. Ele foi o Chefe de Gabinete de Gustavo.
A ideia desse Ministério era educar, formar pessoas nos mais diversos ramos da vida.
O tempo passa e Bolsonaro surgiu no meio da vida como a pedra do famoso poema de Drummond, que começa assim:

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento

Atualmente, há, no Brasil, mais de 50 milhões de estudantes.
Nunca tantos estudantes sofreram tanto no País, como agora.
Meu amigo, minha amiga, você sabia que há pelo menos 11,3 milhões de brasileiros completamente analfabetos?
Você, meu amigo, minha amiga, sabia também que atualmente há quase 40 milhões de brasileiros formados funcionais?
Tudo bem que Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Zé Limeira entre tantos e tantos artistas da nossa terra, não frequentaram bancos escolares. Mas essa é outra história...
Aliás, pouca gente sabe, mas os versos "ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro", que Belchior usou na música Sujeito de Sorte, são de autoria do velho Zé Limeira.


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