Tinha dez anos de idade, quando se viu obrigada a abandonar
os estudos para ajudar a família, constituída de pai, mãe e mais cinco irmãos.
Elizeth Moreira Cardoso nasceu no dia 16 de julho de 1920,
no Rio de Janeiro.
O pai, Jaime, era violonista e adorava levar a filha para
cantar nas festas.
Aos 16, 17 anos Elizeth saiu de casa por não suportar mais
brigar com o pai. Nessa época namorava o jogador de futebol Leônidas da Silva (1913-2004),
que entraria para a história como o Diamante Negro.
Leônidas foi o jogador mais importante da copa de 1938, mas
o pai de Elizeth não gostava disso nem dele. Por isso ela saiu de casa.
A vida dessa artista foi muito atribulada, enfrentou muitos
preconceitos.
Iniciou a carreira artística pelas mãos de Jacob do Bandolim
(1918-1969), na antiga Rádio Guanabara.
Era ainda muito jovem quando encontrou à sua porta um bebê
dentro de um cesto. Era uma menina. Não pensou duas vezes e a adotou.
Grana curta, poucos convites para cantar e muito trabalho
para cuidar da bebê. A essa altura, ela já se casara e ganhara um filho. Para
suportar o tranco, aprendeu a dirigir e durante quase dez anos sustentou-se e a
seus filhos dirigindo táxi nas ruas do Rio.
Na discografia de Elizeth, a Divina, constam uns 20 discos
de 78 rpm e 40 LPs, entre os quais o intitulado Canção do Amor Demais (1958).
Esse disco, é considerado um marco da Bossa Nova.
Elizeth apresentou-se na França e gravou discos em Japão,
Portugal e Venezuela.
Um causo: ela namorava, em 1966, o sambista Ciro Monteiro.
Briga vai, briga vem entre eles, Elis Regina achou de dar pitaco. Ela retrucou:
“Se você não gosta de mim como cantora, não se intrometa na minha vida”. Consta
que Elis nutria um certo ciúme da Divina.
Elizeth Cardoso Moreira morreu em 7 de maio de 1990, de
câncer.
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) abriga quase
todos os discos que Elizeth Cardoso gravou.
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