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segunda-feira, 10 de agosto de 2020
"A MARCHA DOS MORTOS"
A literatura de cordel é literatura para todos, incluindo letrados e não letrados.
Esse tipo de literatura é pu-ra-men-te pupular, mas apreciada, também, por eruditos de todos os tipos. Incluindo músicos e teatrólogos.
Há folhetos de todos os tipos. Incluindo os de ocasião, feitos nos calor do momento em que os fatos ocorrem. Eu mesmo escrevi quatro folhetos nessa linha (reprodução das capas acima).
Esse tipo de literatura chegou ao Brasil logo depois da família real, à frente dom João VI.
Um dos primeiros folhetos a cair nas mãos de brasileiros foi a Donzela Theodora, obra prima do gênero.
A primeira adaptação da Donzela foi feita pelo teatrólogo, poeta e jornalista Arthur de Azevedo. A respeito, leia mais: https://assisangelo.blogspot.com/2017/04/e-viva-sabedoria.html
Houve um tempo em que qualquer grande tema que ocupasse a atenção das pessoas virava, imediatamente, folheto.
Não sei, nesta maquininha doida chama internet deve haver muitos exemplos do que ora digo.
O cordelista era chamado comumente de repórter, por trasportar e adaptar fatos à modalidade poética "cordelística".
O jornalista desempenha uma função fundamental na sociedade.
Há poucos dias, o presidente norte americano irritou-se com a pergunta de uma repórter que o contestava com dados às mãos. Incapaz de enfrentar a profissional, o presidente virou as costas e foi embora.
O tal presidente, Trump, tem ganhado notoriedade por xingar jornalistas. O mesmo faz a sua cópia mal amanhada, Bolsonaro.
O presidente Bolsonaro acaba de voltar suas armas contra a imprensa brasileira.
Para Bolsonaro, os jornalistas provocam pânico e dão informações erradas ao povo.
Diante da pandemia
O Presidente debochou
Dizendo ser gripezinha
Sim, foi isso o que falou
Que diachos há com ele
Perdeu a sela, endoidou?
Seu sonho de consumo
Atenção, muita atenção!
É pôr tranca no Congresso
É dar força à repressão
Ou é mandar pra o xilindró
Quem lhe faz oposição?
Ele marcha para trás
Comandando pelotão
Incitando seus cavalos
Contra a paz e união
É um zero à esquerda
À direita é Cramunhão
Pena tudo, penam todos
Penam jovens jornalistas
Que quando podem perguntam
Sobre nazi-fascistas
Irritado Presidente
Diz ser todos comunistas
...
Clique: https://institutomemoriabrasil.com.br/pagina/1471804/reporter-entrevista-piolho-do-cramunhao/
Mas Bolsonaro é um mentiroso contumaz, provocador. À propósito, recomendo a leitura do belíssimo e histórico texto da jornalista Eliane Brum: https://brasil.elpais.com/brasil/2020-08-07/a-marcha-dos-mortos.html
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