Ouço
no rádio que o presidente Bolsonaro esteve ontem 13 no Pará.
Pela
primeira vez ele fez referência aos 100 mil brasileiros mortos pela Covid-19, mas não deixou barato. No seu linguajar atravessado culpou os mortos por terem
em vida contraído o novo coronavírus. Disse o excelsior presidente: “Eu sou a
prova viva que a cloroquina deu certo”.
Pois
é...
Hoje
mexendo no acervo Instituto Memória Brasil, IMB, encontramos uma edição do
Pasquim bastante curiosa.
Essa
edição traz a data de 15 de março de 1979.
Com
direito à chamada na 1ª página, lá está um texto meu nas páginas 14 e 15. Essas
páginas, mais claramente, uma entrevista que fiz com o arcebispo dom José Maria
Pires, o dom Pelé.
Dom
Pelé nasceu no dia 15 de março de 1919, em minas, MG, e na sua terra morreu no
dia 28 de agosto de 2017.
Dom
Pelé foi arcebispo da Paraíba entre 1966 e 1995.
Ele
era raçudo, inteligentíssimo; falava com a tranquilidade dos justos, humildes.
E era isso o que ele era.
Entrevistei
dom Pelé várias vezes, mas a entrevista publicada pelo Pasquim é, ouso dizer,
a-tu-a-lis-sí-ma.
Nessa
entrevista abordei muitos assuntos pertinentes à época e válidos, e atuais,
como agora.
Interessantes
as respostas que me dá sobre Marx, marxismo, socialismo, comunismo.
Pergunto-lhe
também sobre o general Charles de Gaulle (1890-1970).
Vocês
se recordam da frase atribuída a de Gaulle, segundo a qual “o Brasil não é um
país sério”?
Essa
pergunta também está lá na entrevista que fiz com dom Pelé para o Pasquim.
Atenção:
na verdade, na verdade essa é uma frase do diplomata Carlos Alves de Sousa
Filho (1901-90) dita ocasionalmente ao jornalista cearense Luís Edgar de
Andrade (1931-2020) em Paris, no ano de 1962.
Essa
é uma história longa e bastante interessante.
Isso
me faz lembrar de outra frase que marcou época, pronunciada no calor da
ditadura pelo governado biônico Francelino Pereira (Ceará): “Que País é esse?”,
que virou até tema de rock.
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