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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

CASCUDO PEGA A ESPANHOLA (4)

Joaquim Ferreira Chaves Filho (1852-1937).
Esse Joaquim essa Recifense e como profissão primeira, advogado.
O Rio Grande do Norte foi governado por esse cidadão em duas ocasiões. A primeira entre 1896 a 1900 e a outra entre 1914 a 1920.
Como se vê, Joaquim viveu no tempo da gripe espanhola.
Luís da Câmara Cascudo e o seu pai Francisco Justino pegaram a espanhola, mas se escaparam.
Muita gente boa da época foi ao túmulo ou cova rasa, buracos de menor porte em que são enfiados os mortais comuns.
A gripe espanhola correu o mundo, matando milhões e milhões de pessoas.
Até no mundo árabe, a espanhola ceifou almas.
Aliás, é daquelas bandas a série de pragas cuja fama chegou ao Ocidente. Entre as pragas, a invasão das terríveis nuvens de gafanhoto.
Os árabes tem fundamental importância na vida de muitos povos, incluindo europeus e latinos.
Na idade média, estiveram na península ibérica.
E foram se espalhando.
A presença dos árabes na obra cascudiana é muito forte.
No livro da alimentação do Brasil, de 1964, mestre cascudo fala da mesa árabe nos nossos pratos.
O cuscuz é de origem árabe, você sabia?
Na música foram inseridos instrumentos tipicamente árabe, como o pandeiro, a rabeca, a zabumba. Por aí. O alaúde também é de lá.
Como hoje, no tempo da espanhola, as autoridades brasileiras não deram bola. Nem quando começaram a morrer os primeiros figurões. Entre esses, o advogado Cândido Caldas. Do ramo desse Caldas era o poeta Renato Caldas.
Joaquim Ferreira Chaves Filho, ao prestar contas dos gastos praticados no correr da pandemia de 1918, revelou que comprara 17 cabeças de boi reprodutor originários da Índia. Dois desses reprodutores, a título de curiosidade, foram repassados à Francisco Justino. Mais: na pia batismal, ele foi um dos padrinhos de Luís da Câmara Cascudo.
Cascudo nasceu em berço rico e depois ficou pobre, com a falência financeira do pai.

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