Pergunta: Sílvio, eu sei que você é sãopaulino. O
Corinthians ficou campeonato durante mais de 20 anos. Quebrou o jejum em 1977,
você assistiu a final do Coringão contra Ponte Petra?
Resposta: Eu não sou desse tempo. Estava nascendo. Aliás,
nasci no dia 27 de junho de 1977 lá em São José do Paiaiá, Nova Soure, BA.
Pe: Quando você trocou o Paiaiá por São Paulo e o que
achou de melhor na capital dos paulistas?
R: Cheguei no dia 10 de janeiro de 1999. Acolhedora, a
cidade me possibilitou aprender um monte de coisas. Aqui casei, tive filho,
Murilo. Aliás, nem sei como a Gleice me aguenta.
Pe: Foi no mês de janeiro que nasceu no Rio Grande do
Sul o cara que inventaria o rádio, você sabia disso?
Re: Roberto Landell de Moura. Cientista formado
em Roma. Ele também era padre.
Pe: Além de inventar o rádio, Landell inventou o
telefone sem fio. O rádio tem sido muito importante como meio de transmissão de
música e notícia. Por que você escolheu o rádio, Sílvio?
Re: Não foi por acaso. Ouço rádio desde criança,
porque onde eu morava não havia energia elétrica e muito menos televisão. O
rádio era o principal companheiro, à pilha. E hoje, mesmo com tanta novidade
tecnológica, o rádio continua sendo a minha grande companhia. De milhares,
milhões de pessoas mundo à fora.
Pe: O mês de junho é o mês que tem muito a ver com Imprensa.
O dia 1°, por exemplo, é dedicado à Imprensa. Muitos jornalistas nasceram nesse
dia, como Carlos Castelo Branco (http://assisangelo.blogspot.com/2020/06/castelinho-100-anos.html). Ele nasceu no dia 25, há 100
anos. O mês termina com a morte de Landell: 30 de junho de 1928. Ele deve ter
sofrido muito, pois no dia 7 de setembro de 1922 o Presidente Epitácio Pessoa
(1865-1942), convidou o Italiano Marconi (1874-1937) para inaugurar o rádio, no
Brasil. O rádio tem futuro, Sílvio?
Re: Sim, mas os desafios são muitos. Com a chegada da
Internet o rádio migrou e tem que se adaptar as novas plataformas. Como a
televisão, também. Vivemos um outro mundo. E nesse novo mundo que o rádio tem
que viver. O futuro do rádio é a internet.
Pe. E as rádio comunitárias, como ficam?
Re. Não ficam. A tendência é sumirem.
Pe. Você entrou no rádio e dele pretende sair?
Re. Entrei nesse mundo no dia 17 de maio de 2016, pela Rádio
web Conectados (www.radioconectados.com.br). Se depender mim, não sairei. Aliás, não custa lembrar que o rádio tem um dia a ser comemorado. Não é em junho, é em setembro, dia 25. Esse dia marca o nascimento de Edigar Roquete Pinto (1884 -1954). Roquete Pinto, como você deve saber Assis, foi o fundador da primeira emissora de rádio do Brasil, Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Gosto muito do que faço.
Pe. E as lives? Essa onda virou mania, é uma coisa doida,
você concorda?
Re. Tenho usado a internet e recentemente inaugurei um programa
chamado Em Quarentena. Nesse programa, sempre ao vivo óbvio, já entrevistei
figuraças como os ex-jogadores Aloísio Chulapa, Bobô, o filósofo das ruas,
Eduardo Marinho, o músico Jorge Ribbas, o ator Felipe Folgosi.
Pe: Quem você gostaria de entrevistar?
Re: No programa Paiaiá na Conectados eu já entrevistei Joé Hamilton
Ribeiro, o maestro Júlio Medaglia, o acadêmico Ignácio de Loyola Brandão e
gostaria de entrevistar Geraldo Vandré. No Em Quarentena, eu gostaria de fazer
uma live com Milton Nascimento.
Pe: Você deve ser um craque da internet, por apresentar
visuais tão legais. Quem são os gênios que trabalha com você?
Re: Darlan Zurc é um deles. Outro é Rafael Shimdt(coordenador da Rádio Conectados) São
incríveis, como pessoas e profissionais.
Pe: E Paiaiá, o município que você nasceu, as pessoas te
acompanham, você volta sempre ou perdeu as raízes?
Re: Que perder raízes, que nada! Só nega suas raízes quem é
besta. E como não sou besta, e estou sempre por lá, revendo os amigos,
conterrâneos que lá deixei. Pelo menos uma vez por ano vou ao Paiaiá. O pessoal me companha e eu acompanho o Paiaiá.
Pe: E hoje vai ter bolo e Parabéns?
Re: Vai ter o mínimo. A pandemia não permite juntar amigos em
festa. Pena, né?
Links de algumas entrevistas: