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quinta-feira, 18 de junho de 2020

CASTELINHO: 100 ANOS

Ó o time: Machado de Assis (1839-1908), João do Rio (1881-1921) e Carlos Castelo Branco (1920-93).
Os três craques aí citados tinham em comum a inteligência, a sabedoria, respeito pelo próximo, a literatura e o Jornalismo.
Machado e João do Rio, de batismo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, eram negros. Além de negro, Rio era um homossexual assumido. Queria seguir a carreira de embaixador, mas o preconceito do chefe do Itamarati à época (barão do Rio Branco) não permitiu.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, como João do Rio. Logo cedo, aos 14 anos, Machado identificou-se com as letras e publicou o primeiro poema (Ela), na revista Marmota Fluminense. Enquanto seguia os estudos, tornou-se tipógrafo de jornal, e aos 21 anos iniciou a carreira de jornalista cobrindo o que sucedia no Senado. Podemos assim dizer, que ele foi o primeiro jornalista Parlamentar do País. Noutras palavras: colunista político.
Um século depois, em 1961, o jornalista piauiense de Teresina Carlos Castelo Branco, o Castelinho, virava assessor de imprensa do presidente mato-grossense Jânio da Silva Quadros. Sua passagem por esse setor, foi meteórica.
Castelinho deixou sua cidade em 1937 para cursar Direito em Minas Gerais. Ele mesmo bancou seus estudos, trabalhando como repórter do jornal O Estado de Minas. 1943 concluiu o curso e foi aventurar-se no Rio de Janeiro.
Se Machado de Assis foi o primeiro colunista político de jornal no País, João do rio foi o criador da figura do repórter.
João do Rio começou a carreira no jornal O Tribunal, em 1899. Nesse mesmo ano, a título de curiosidade, a maestrina Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), a Chiquinha Gonzaga, inaugurava na música o gênero Marcha Carnavalesca (Ó, Abre Alas).
No livro a alma encantadora das ruas, publicado em 1907, João do Rio mergulha no mundo dos pobres desvalidos, marginais, bandidos e no society. Descreve noitadas da elite, rodas de batuque etc.
Naqueles inícios de século, do Rio descreve a figura por todos apreciada do palhaço, poeta, cantor, compositor negro Eduardo das Neves (1874-1919), que gravara com Bahiano (Manuel Pedro dos Santos; 1870-1944) a marcha de Chiquinha.
Dados biográficos à parte, os nomes aqui referidos foram de grande valia para o engrandecimento do Jornalismo.
Do século 20, Castelinho foi o colunista político mais respeitado entre colegas, leitores do Brasil. Sua famosa coluna (Coluna do Castello) surgiu nas páginas da tribuna de imprensa e migrou para o JB, onde foi publicada durante 31 anos.
Até os donos do Poder gostavam dele. Isso, porém, não impediu que fosse preso logo após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968.
Machado e João do Rio nunca foram preso.
Além de jornalistas e escritores, Machado, João do Rio e Castelinho tinham em comum o fato de assumirem assentos na Academia Brasileira de Letras, ABL.
A ABL foi fundada por Machado de Assis, no dia 20 de julho de 1897.
Os três deixaram uma obra monumental.
Em 1989, a ABL publicou o livro “O Velho Senado”. Esse livro teve a apreciação de uma dezena de jornalistas e escritores analisando o pensamento político de Machado. Entre esses analistas, Castelinho.
Curiosidade: Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho.
João do Rio morreu no dia 23 de junho.
Castelinho nasceu no dia 25 de junho e morreu aos 72 anos, no dia da Imprensa, 1º de junho.

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