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quinta-feira, 1 de junho de 2023

AMIZADE É VIDA

 
A minha vontade de viver é reforçada, sempre, quando chega a minha casa amigos queridos como Téo Azevedo, Luiz Wilson e Fatel. 
Todos esses artífices da nossa cultura popular. São três compositores, três cantores, três artistas. 
E o Peter Alouche, por onde anda?
Téo e Fatel são de Minas e Luiz, de Pernambuco.
Téo, sempre que vem a São Paulo, trás no seu rico embornal rapadura, farinha e uma caninha pra molhar o bico, que ninguém é de ferro. Ah! Sim: e também uma pimentinha daquela de arrombar o peito do guarda corno. Tudo do bom e do melhor.
Também do bom e do melhor, está claro, são Téo, Fatel e Luiz.
Ontem 31 ali pelo meio da tarde e até à boca da noite estiveram comigo papeando e molhando conversa os três referidos amigos. Foi cá em casa. Falamos de muita coisa. Da vida, inclusive.
Adoro Beethoven, adoro Bach, Chopin e o cearense de Iguatú Eleazar de Carvalho.
Eleazar foi um gigante da vida artística brasileira. Mesclou o popular com o erudito e nos fizemos amigos.
Júlio Medaglia é um artista incrível, tão grande quanto Eleazar e Deus. Mas esta é outra história...
Quem me conhece de perto sabe que ando meio tonto.
Além de perder os olhos da cara perdi um pouco da graça que de graça Deus me dá, deu.
Uma coisinha aqui, outra ali, tem me incomodado. Mas se jornalista existe para apurar e dar notícia de verdade, sem mentira; médico também existe pra desempenhar a profissão com afinco e galhardia.
O querido amigo e compositor e tudo mais Paulo Vanzolini dizia, a mim, que não basta apanhar e ser vitorioso. Dizia ele que fundamental era ganhar tudo com beleza, com galhardia.
Aproveitemos essa história, história do Paulo, pra sabermos o que de fato significa a locução "galhardia".
Estou-me cuidando e fazendo uma enormidão de versos que acoplo em estrofes diversas. Estrofes em quadras, em sextilhas, em septilhas...
A propósito, sobre versos falarei na biblioteca Mário de Andrade sábado que vem 3. 
Falarei especificamente sobre o livro Os Lusíadas, de Luís de Camões.
Há pouco fiz dessa obra uma ópera popular sob o título A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama no Mar. Falarei também sobre o ciclo junino e sua origem.
O meu falatório começará às 15h. Aí ao lado está o convite.

ANASTÁCIA

Téo Azevedo, Fatel, Luiz Wilson, Paulinho Rosa e Zé Geraldo lá no Canto da Ema
num momento de festa à brasileira Anastácia

A cantora e compositora pernambucana Anastácia acaba de fazer 83 anos de idade. Téo, Fatel e Luiz me contaram que foi uma noite muito bonita a noite comemorativa aos 83 anos de Anastácia. Foi no canto da Ema, uma casa de espetáculo cujo nome quem deu, com alegria, fui eu. Não fui convidado pelo dono, mas fui convidado pela homenageada. Não fui, por uma razão: estou cego, com a cabeça doida e o corpo meio desmantelado.

Anastácia, meu carinho.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

NO CAMINHO DO AFUNHENHAMENTO

Jornalista parece que nasceu pra levar pancada, soco e tal.
Na origem somos sacos de pancada, alvo sempre fáceis de os trogloditas atingirem.
Ontem 30 foi a vez de coleguinhas de TV sofrerem agressão física daqueles que andam a garantir a integridade bandida do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Entre os espancados de ontem no Itamaraty foi a jornalista Delis Ortiz, da TV Globo. Ela levou um sopapo no peito e, tonta, foi rapidamente socorrida. Passa bem, quer dizer, mais ou menos.
Confesso que tenho me assustado com a fala do presidente Lula.
Há pouco Lula defendeu Putin. Depois, confuso, tentou a aproximação com Zelensky. Não deu certo. Depois, de volta ao Brasil, pôs os pés pelas mãos e perdeu algumas paradas importantes na Câmara e no Senado. Articulação política, zero. Vai sobrar pra nós, pobres mortais.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, está falando grosso e mandando "recados" para Lula e seu governo.
Estamos no caminho do afunhenhamento.
Ouço no rádio notícia refogada dando conta de que Lira não deveria nem ter concorrido à Câmara, em 2018. Motivo: corrupção... Hmmmmm.
Indígenas de várias partes do País andaram se manifestando ontem contra a lei do marco temporal, que limita a demarcação das terras que ocupam desde sempre.
Como se essa desgraceira toda não bastasse, Lula tece loas a Maduro dizendo que o tal é vítima de uma narrativa para "queimá-lo".
Errado, Lula. O povo Venezuelano é vítima da violência estúpida do substituto de Chavez.
Não dá pra confundir liberdade com prisão e democracia com ditadura.
Até aqui calcula-se que pelo menos 7 milhões de venezuelanos viram-se obrigados a deixar o seu país.
Sou contra qualquer tipo de radicalismo, seja de direita ou de esquerda.
O marco temporal agora se acha no Senado.
Os povos originários, há muito se acham perdidos. Téo Azevedo e eu compusemos:


MEDO E DELÍRIO

Meu amigo, minha amiga, se você não conhece deveria conhecer o podcast Medo e Delírio em Brasília. É supimpa! O papo do apresentador e sua trupe gira com graça e harmonia. É muita verdade dita, entre um palavrão e outro. Linguagem simples, popular, mas correta em todos os sentidos. É um tapa na cara dos escrotos de plantão, que quase sempre agem na surdina. Lá vai, clique:

terça-feira, 30 de maio de 2023

ANASTÁCIA, UM ORGULHO DO BRASIL

 
Num tempo corrido como o que vivemos não é fácil chegar à casa dos 80 incólume.
A cantora e compositora pernambucana Anastácia, chamada de Rainha do Forró, não só chegou aos 80 como faz hoje 83 anos de idade. Não é pra todo mundo, não.
Anastácia chega aos 83 rindo, cantando, enaltecendo a vida. Tem centenas de músicas compostas e gravadas por ela mesma e meio mundo. Coisas lindas, pela simplicidade. Coisas lindas, pela grandeza.
Em 2011, foi publicado o livro Eu sou Anastácia. O título já diz tudo. E se eu fosse você, meu amigo, minha amiga, sairia por aí correndo à procura desse livro. Nele tem até um texto que assino.
A brasileira Anastácia, é um orgulho do Brasil. Em sua homenagem, o craque Jorge Ribbas e eu compusemos o brejeiro Forró Pra Anastácia:
 



LEIA MAIS: HOJE É DIA DA BRASILEIRA ANASTÁCIAANASTÁCIA CHEIA DE GRAÇAFORRÓ PARA ANASTÁCIAANASTÁCIA, PRINCESA OU RAINHA?ANASTÁCIA E O CHINÊS

segunda-feira, 29 de maio de 2023

JORGE RIBBAS LANÇA NOVO DISCO

Grande parte das músicas que se ouve hoje no rádio e na TV é de uma  pobreza franciscana, pra dizer o mínimo. Lamentável.
As músicas gringas também são de baixo nível. Pop, pop, sem conteúdo que preste.
Ouço rádio e TV, principalmente rádio. Todo o dia. E também à noite.
Afirmo sem medo de errar que as programações musicais das rádios Cultura e USP são as melhores.
As programações dessas duas emissoras são ricas em temas populares e eruditos, porém dá pra notar que nomes como Manezinho Araújo, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro são simplesmente limados. Se propositalmente não sei.
Os discos físicos já não existem, pelo menos não são mais fabricados.
Sei que sou suspeito ao dizer que os bons ouvidos estão atentos a tudo. Razão de alegria, aliás, é o CD digital que o craque da nossa música Jorge Ribbas está lançando nas principais plataformas: YouTube, Spotify, Deezer e Amazon Music.
A nova produção musical de Ribbas tem por título Meu Forró. No total são 16 faixas, sete das quais resultantes da nossa parceria. Na verdade são seis músicas, sete pelo fato de uma delas, Xote Erudito, ter recebido duas versões: uma com cordas. 
Dentre as faixas de Meu Forró, destaco a "parceria" de Jorge com Manezinho Araújo, o eterno rei da embolada. Título: São Paulo é Paulo.
A capa do disco é um detalhe à parte.
Assinada pela designer Camila Peneireiro, o visual de Meu Forró ficou legal.
O cantor, compositor, instrumentista e professor de música da Universidade Federal da Paraíba, UFPB, Jorge Ribbas, tem até aqui, uma dezena de discos na praça.
Ouça:





Ouça o álbum completo: MEU FORRÓ
LEIA MAIS: JORGE RIBBAS, UMA HISTÓRIA CIDADÃ

domingo, 28 de maio de 2023

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (20)

O sexo e o palavrão têm uma relação íntima, desde que o mundo é mundo. O resultado disso se acha em todo canto, incluindo na literatura popular e erudita, no teatro, cinema, dança, música, nas artes em geral. Perguntei a Oliveira: Como você vê essa relação na poética de improviso ao som de viola?
ELE: Existe no reino cantoria cantadores de que gostam de versos mais picantes, na hora que estão fazendo um desafio, mas não chega a ser "boca suja", na cantoria, a plateia, de uma maneira geral não absorve essa temática. Mas tem muitos deles que mesmo sendo proibido chegam raras vezes a ultrapassar os limites. A não ser um trabalho de encomenda, aí o sujeito se solta todo!

EU: Qual a sua opinião a respeito das músicas de duplo sentido?
ELE: Eu acho a música de duplo sentido uma responsabilidade muito grande. Ou é bem feita ou descartável. Eu gostava de Genival Lacerda, tem muitos outros mas não lembro agora.

EU: Você foi de Ariano Suassuna o poeta repentista mais estimado. Suassuna dizia muitos palavrões? E você quando leva uma topada, diz o quê? Aleluia?
ELE: Sim, Ariano tinha uma grande amizade por mim, e a recíproca era verdadeira. Os três anos que eu fui seu convidado nas suas Aulas Espetáculo, nunca ouvi nenhum. Mas em algum momento tudo pode acontecer.
Eu sempre chamo o famoso: EITA PORRA! Mas por paradoxal que venha parecer eu logo me arrependo e chamo o nome de um santo (risos).
Oliveira de Panelas com Roberto Carlos e Otacílio Batista


EU: Você e Otacílio Batista estiveram várias vezes cantando para Roberto Carlos, na casa dele. Roberto tem muitas músicas que falam de sexo e coisa e tal. Aliás, não só Roberto, mas muitos outros artistas como Tom Zé, Rolando Boldrin, Rita Lee, Isaurinha Garcia, Wando, Chico, Caetano... Roberto diz muito palavrão?
ELE: Acho muito bonito quem sabe colocar o sexo nas músicas que canta. Um erotismo apaixonante e sensual. Pois partindo para o chulo perde o sentido.
Roberto, não deu tempo ouvir nenhum palavrão dele não. Mas sendo na hora certa todo mundo diz.

EU: Conte um caso inusitado envolvendo um palavrão:
ELE: Olhe, um caso inusitado, eu não lembro agora, mas que o palavrão já me tirou muitíssimas vezes do prego isso não tenha a menor dúvida. Não adianta ser hipócrita, todo mundo tem seu palavrãozinho de estimação. Eu tenho e gosto deles pra lascar! (risos).

Na noite de 13 de julho de 2022, no Qualistage, RJ, Roberto Carlos nervoso com uma fã disse: “Cala a boca, caralho! Porra!”. Dias depois ele voltou ao tema, se desculpando: “Foi sem querer”.

Foto e reproduções por Flor Maria e Anna da Hora
Ilustração de Fausto Bergocce

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