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domingo, 31 de dezembro de 2017

O CORDELISTA PETER ALOUCHE....

Meu amigo, minha amiga, você naturalmente sabe o que é literatura de cordel. Você, meu amigo minha amiga, sabia que a literatura de cordel é uma pérola que se desenvolve só na cabeça de quem pensa? e ama a vida?
Você, meu amigo minha amiga, já ouviu falar no intelectual brasileiro nascido no Egito Petr Alouche. Pois bem, sabiam que ele também é cordelista?
Há uns anos ele publicou um belíssimo folheto,  depois musicado e cantado por......

VIVA RAIMUNDO JOSE

Ele nasceu no dia 10 de agosto de 1942, em Belo Horizonte BH. É um cara incrível. É do bem em altíssima voltagem. Seu nome: Raimundo José.
Raimundo mora em São Paulo, Capital há exatos 50 anos.
Raimundo gravou a primeira música num compacto da modalidade simples pela extinta Copacabana.
O tempo passou, passou, e Raimundo continuou íntegro na voz e  no coração. Um vozeirão de trovão, afinado, que poucos tem no mundo. A ele fui apresentado pelo meu conterrâneo, Roberto Luna. Luna, voz de pluma....
Roberto Luna, que nasceu no dia primeiro de dezembro de 1929, é outro pé de voz......
Em 1977, portanto há exatos 40 anos, Raimundo José gravou uma das pérolas do ponto, do samba, chamada Santo Forte, do meu amigo Cláudio Fontana. Para lembrar e encerrar o ano em alto astral, ouça:

FELICIDADE, PETER E PRÍNCIPE

A felicidade está em nós, à porta, em casa. Só não sabe disso quem não pensa ou não quer pensar.Pois, enfim, o pensamento faz o comportamento, porisso somos quem somos: deuses do filho de Deus.
Foi Moisés que criou o Cristianismo ou foi o Cristianismo que criou Moisés que nos criou?
A minha casa, o local onde eu moro, fica tão alegre quanto eu quando recebe pessoas  que nos faz bem, pessoas queridas, aquelas que sabemos que nos amam por sermos quem somos.
No correr dos meus 65 anos, muita gente bonita eu conheci. Gente que já se foi, gente que inda me vem a me abraçar, a me acarinhar, a dizer que somos quem somos, pessoas.
Outro dia o querido Oswaldinho da Cuíca, um paulistano de fevereiro Carnaval, segredou-me estar por aqui com o comportamento e visualização do capitalismo maluco que antes de matar, entorpece. E perguntou-me: " Assis, você não acha que o momento do tal Natal poderia bem ser um momento de reflexão, de auto reflexão?"
É, acho sim.Aliás todo tempo é tempo para refletirmos sobre o momento e ambiente, e tempo, o que vivemos.
A minha casa está cheia de graça, toda animada, colorida.
Chegou-me há pouco, o meu querido Peter. Ele trouxe-me e presente um sorriso das arábias, um sorriso brasileiro, enorme que nem a sua alma. e abraçou-me. Abraçou-me e as minhas queridas Ana e Lúcia.
Há modo melhor de ser feliz, compartilhando a nossa felicidade com outro?
Peter é um dos intelectuais mais apaixonados por Saint Exupery, francês aviador, autor da obra universal O Pequeno Príncipe.

E para encerrar o meu amigo Peter, de tantos e longos caminhos, tem o Pequeno Príncipe em muitas e muitas línguas, incluindo Russo, Árabe, e agora, numa versão esclusivíssima, interessantíssima, feita na visão do mestre brasileiro da xilogravura Ciro Fernandes.(acima). Aí na foto abaixo,  Peter, Ana, Lúcia e eu.



LEIA MAIS SOBRE O PEQUENO PRÍNCIPE:

sábado, 30 de dezembro de 2017

ANASTÁCIA ESPECIAL NA TV CULTURA

Hoje é 30 de dezembro,  ano da graça ou desgraça de 2017.
Amanhã. obviamente será um dia após hoje, 30. Pois é, o dia 31 encerra o ano marcado pelo calendário gregoriano e dentro dessa cronologia, vem o dia universal da paz:1o. de janeiro. O ano de 2001 nos fez mais ou menos felizes ou infelizes? Essa resposta cabe naturalmente a cada um de nós.
O longe e o perto e tudo o mais, é simplesmente, um ponto de vista. Felicidade, pois, é um ponto de vista como a infelicidade. Desde o pecado original sofremos. Mas o bom, mesmo, é que teremos um respiro sudável a nossa mente na virada de 31 de dezembro para primeiro de janeiro. E que respiro saudável é esse meu Deus do céu? lá vai: a TV cultura, canal 2, da Fundação Padre Anchieta, vai nos brindar com o programa, especialíssimo Eu Sou Anástácia.
Eu acompanhei a gravação desse programa junto com 500 pessoas, no teatro Sérgio Cardoso, faz uns 2 meses. Lúcia estava comigo....
Anteontem 28 almocei com Anastácia, Fatel, Isabel, Luiz Wilson e Germano Jr. (foto acima). Foi um bota fora legal.
Vem prá nos 2018! e viva Anastácia.

VIVA RITA LEE, 70!

Todo mundo, ou quase todo mundo diz que nós, brasileiros temos uma memória curtíssima. É bem provável.
Quantas datas, quantos nomes importantes para a nossa história, da música, inclusive são esquecidos de uma hora para outra num piscar d'olhos.
Quantos hão de se lembrar do mestre potiguar Luís da Câmara Cascudo, uma relíquia humanitária que nos legou e ao Brasil, uma obra muito rica, resultante das sua pesquisas e estudos em torno do nosso viver, modos e comportamento.
Luís da Câmara Cascudo, que conheci de perto, nasceu no dia 30 de dezembro de 1898.



Eu guardo boas recordações da compositora e intérprete Rita Lee.
Rita nasceu em São Paulo no dia 31 de dezembro de 1947, façam a conta nos dedos: 48, 49, 50...
A chamada rainha do rock completa amanhã 70 anos de idade. 
A história dessa Rita é uma história, em alguns pontos, bastante comum entre as mulheres brasileiras. Ela era ainda criança quando foi estuprada. Um horror! Mas ela deu a volta por cima! Como diria o querido Paulo Vanzolini (1924-2013), também paulistano.
Eu era repórter da Folha, quando, sob o comando do editor Osvaldo Mendes, fazíamos um balanço das artes nos anos de 1970. E lá fui eu entrevistar Rita Lee, que passara pelos Mutantes, Tutti Fruti etc. Nessa mesma década, bem no comecinho, ela havia gravado uma canção que enchia de sentimento natalino os lares brasileiros, José.



TINHORÃO 90, O IMPLACÁVEL! HE HE HE HE....

Chegou, como sempre, reclamando de alguma coisa. Ora do frio, ora do calor, ora da velhice:
- Quando eu ficar velho acho que eu vou ficar um chato.
E ontem, 29, entrou casa adentro dizendo que seu olho esquerdo já estava no fim e o direito também.
-É uma meeeerda!
Mas é bom que se diga que essas reclamações são como quê mero modo de falar:
- Nunca roubei, nunca matei, nunca fiz mal a ninguém, não entendo por que estou vivendo tanto, o que fiz para viver tanto?
A cada fala, a cada, digamos, reclamação, segue se sempre um he he he he... É como se tirasse sarro de si próprio. Na verdade é isso, ele tira sarro de si próprio o tempo todo. Não gargalha, mas a risada é a sua marca. Irônico, inteligentíssimo. E agora tem esse negócio de aniversário:
- É muito tempo, rapaz. Mas já estou no bico do corvo, he he he he he...
E antes que eu lhe pergunte que presente gostaria ou gostará de receber nesse seu novo natalício, diz na ponta da língua:
- Uma coroa de flores, he he he he he...
Ele dedicou toda a sua vida a entender o Brasil, a música do Brasil, os brasileiros, assim como fez o potiguar Mestre Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). E não custa lembrar, Cascudo nasceu num dia 30 de dezembro.
E antes de ir embora, bem antes, perguntou se tinha uma cachacinha. Disse-lhe que estava em falta, mas o uisquinho estava ali a nossa espera, pegou dois copos e nos servimos, tim, tim:
- Viver tanto é uma sem vergonhice, é um atentado contra a natureza, he he he he he...
Pois é, estou falando do santista José Ramos Tinhorão, o implacável, o terror da mesmice e da mediocridade.
No próximo dia 07 de fevereiro ele completa 90 anos de idade. A data será festejada por amigos ali na Vila Buarque SP, com grupos de choro, de samba e de tudo que é bom, vai ser um chafurdaço. Isso três dias antes do dia 7, ou seja um sábado, no Bar do Raí.
Viva Tinhorão!



terça-feira, 26 de dezembro de 2017

DESEJO QUE CHOVA NO NORDESTE

Hoje é dia 26 dezembro do ano da graça de 2017. Isso todo mundo sabe, só não sabe quem não tem memória. Aliás, num dia como este, a capital da Paraíba recebia sua terceira denominação: Frèderik Stad. Esse nome foi uma homenagem ao príncipe de Orange, no período em que os holandeses ocuparam a terra onde nasci, Paraíba.
Frèderik Stad ou Frederica, perdurou como a capital da Paraíba entre 1634 e 1654. A capital paulista já havia sido fundada há exatos cem anos. Mas não é disso que eu quero falar.
Somente ontem fiquei sabendo que o paulista Moacyr Franco, cantor e humorista dos melhores havia sido demitido do SBT após duas décadas de trabalho forçado, he, he, he...Motivo? Mês passado Moacyr gravou uma música detonando os malandros e ladrões da República Federativa do Brasil, foi o que eu ouvi, se foi, lamentável.
Mas ainda não é sobre isso que eu quero falar.
Ouvindo o post com Moacyr cantando no celular ouvi também, em seguida, uma belíssima entrevista do paraibano Ariano Suassuna (1927-2014) ao humorista Jô Soares, cujo pai também era paraibano. Ariano deitou e rolou, falou sobre tudo e outras coisas. Lembrou, inclusive, que nascera no Palácio da Redenção. Esse palácio é a sede do Governo da Paraíba. O seu pai foi governador do meu Estado entre os anos de 1924 e 1928. Logo após a deflagração da Revolução de 1930, o pai, João Suassuna, foi assassinado a mando de políticos que o odiavam.
Grande Ariano Vilar Suassuna!
Ariano morreu detestando a Internet. Ele disse que alguém das suas proximidades lhe apresentou a internet fazendo uma rápida pesquisa em torno do seu nome. Primeiro foi posto no Google Ariano..., depois Vilar, Vilar virou vilão, por fim foi posto Suassuna e saiu assassino. E aí o autor de A Pedra do reino e A Compadecida endoidou, pois de uma hora para a outra seu nome foi totalmente estraçalhado. Ficou assim: Ariano Vilão Assassino.
Ariano Suassuna passou a vida tentando decifrar o Brasil, em nome do povo. Entendeu pouco, é verdade.
Na entrevista a Jô ele lamentou, lá de cima dos seus então 80 anos, a vulgarização e a descaracterização da cultura popular. E não mediu palavras para meter a ripa no lixo denominado de cultura que os meios de comunicação nos entopem no dia a dia. 
Pois é, numa entrevista que dei há uns dez anos, sei lá, na TV Câmara eu dizia que precisávamos de mais Arianos e Tinhorões. Confira:




PRESENTE

Um amigo me perguntou o que eu gostaria de receber de presente nestes últimos dias do ano. Respondi o óbvio: quero saúde para mim, meus amigos e familiares, dias melhores para o Brasil, mais educação e respeito ao povo e que chova regularmente no Nordeste. Por lá, especialmente no Sertão, a seca já dura mais de 5 anos e nem o jornal e nem o rádio e nem a revista nem a tevê e ninguém com poder de decisão sequer exibe esta catástrofe.





domingo, 24 de dezembro de 2017

QUE PAÍS É ESSE?

No mundo inteiro muita coisa acontece no mês de dezembro. No Brasil, inclusive.
Dizem que o Brasil é um país estranho, esquisito. O cartunista Fortuna, do Maranhão, escreveu e publicou um livro intitulado "Acho Tudo Muito Esquisito".
Quinta, 21, ouvi uma breve notícia dando conta do falecimento do ex vereador, ex isso e aquilo, da Arena inclusive, morrera aos 96 anos de idade, em Belo Horizonte, MG.
A famosa frase Que País é Este? caiu na boca do povo depois que ele, Francelino, a proferiu. Isso em 1975: "Que País é este em que o povo não acredita no calendário eleitoral anunciado pelo próprio presidente? À época o mandatário do país era o general Geisel. 
Essa frase, porém, já havia sido pronunciada no século 19 em textos de José de Alencar e Machado de Assis, eh, a história... Poucos anos depois, Renato Russo, Legião Urbana, compôs e lançou um rock com a mesma pergunta:



Pois é, o Brasil parece ser realmente um país esquisito, de modos esquisitos, assim governado desde sempre por quem escolhemos. Até o Lula, ex-presidente duas vezes do Brasil proferiu uma frase que também virou rock, aquela história dos picaretas do Congresso, lembram-se? Pois, pois. E é Natal.


O bom baiano Assis Valente escreveu um clássico para a época: Boas Festas.
O tema Natal e Ano Novo é um tema surrado, muito surrado na discografia universal.
Ouçam essas duas coisinhas:




NÃO É NOEL, É NATAL?

Ó só a conversa: 
- O Brasil está abandonado.
- É, minha cara, a gente só ouve notícia de ladroagem, de gente que roubou, de gente que está presa.
- E gente grandona, gente poderosa, gente que nunca foi presa e agora...
- Até o Maluf!
Pois é, por bom tempo fiquei ouvindo a conversa entre Ana e Cortez. Foi há coisa de uma hora e pouco, cá em casa. E foi longa a conversa. E engraçada em alguns momentos, descontraída. Cortez:
- E a faculdade, já terminou?
- Pois é, agora é o TCC.
- Qual é mesmo o curso?
- Gerontologia. Tem o gerontólogo e o especialista em gerontologia.
- E não é a mesma coisa?
- É e não é. O gerontólogo ainda não é o especialista em gerontologia.
E foi por aí a conversa. Muitos temas dentro de uma só conversa. Falaram do ontem, do hoje e do amanhã. Cortez, com os seus 81 anos de idade, disse um monte de coisas bonitas, simples. E arriscou, afirmando: 
- Eu acho que os jovens, os filhos deveriam ouvir mais os pais.
- É, os mais velhos têm sempre mais o que dizer. E não podemos esquecer que os jovens de hoje serão os velhos de amanhã.
E hoje é 24 de dezembro, mais um 24 de dezembro. Essa história de Natal é, claro, coisa da igreja católica. Ninguém sabe, ninguém mesmo, quando Cristo nasceu, ou quando morreu. A data da Igreja que leva o nascimento de Cristo é 24 de dezembro, e o da sua morte, sabe-se lá, mas é dito que ele morreu com 33 anos de idade, de braços abertos, pregado numa cruz e sobre a cabeça uma coroa de espinhos.
Natal, pela raiz da palavra é nascimento. Todo dia é dia de nascimento, de renascimento, de revida no próprio corpo. E aprendemos com os outros, quando queremos aprender, seja o filho com o pai, seja o pai com o filho.
E essa coisa de Papai Noel, hein?
Essa, como bem se sabe, é uma invenção católico-mercantilista, como o casamento. O mercado vibra com o Natal, com o dia dos pais, dias das mães, dia das crianças etc.
E todo mundo se entulhando, enchendo a barriga de tranqueira, de lixo mesmo, e a barriga ficando daquele jeito, explodindo para os lados, e o cansaço... Cortez de novo:
- Pois é, minha cara: O galo que canta no Japão e na China é o mesmo galo que canta no Brasil, é o porco que ronca, é o cachorro que late, por aí. Tudo na vida é educação, educação e cultura. É pela educação que os seres humanos se formam. Se a criança tiver bons ensinamentos essa criança será num bom adulto, com instrução e sabedoria, caso contrário... O livro, por exemplo, vejo como uma espécie de brinquedo. Se todos os pais ensinassem seus filhos a ler, a gostar de livro, de leitura, acho que tudo seria diferente, e pra melhor!
Noel como tema musical, entrou no mercado fonográfico através da extinta gravadora Colúmbia, em dezembro de 1932. A canção intitulada Era Uma Vez Papai Noel é de autoria de Custódio Mesquita, um carioca nascido em 1910 e falecido em 1945. Ele deixou 111 músicas gravadas. E foi uma mulher, Madelou de  Assis (1915-1956), quem primeiro cantou o velho e inadequado Noel nestas terras tropicais invadidas por Cabral, ouçam-na:



sábado, 23 de dezembro de 2017

POLÍTICOS E LARANJAS EM 2018

Seria engraçado se não fosse trágico: nós, povo, estamos sempre tentando acertar nos nomes mais corretos para nos representar nas três esferas políticas: municipal, estadual e federal.
Erramos e erramos e talvez voltemos a errar já no próximo ano de eleições gerias que se avizinham.
Os políticos que estão em várias legislaturas perigam de não se reelegerem. E pensando nisso eles começa ma mexer seus pauzinhos, cavando buraco e plantando pés de laranjas que se tornarão num grande laranjal.
Há poucos minutos o amigo Oswaldinho da Cuíca telefona perguntando como estou etc. Estou bem e tal, com pulga na orelha inclusive, e ele diz: vivemos um terremoto de más notícias.
O que fazer diante dessa catástrofe que o Brasil está vivendo.
Os especialistas mais otimistas têm dito por aí que a operação Lava Jato terá fim em 2018, ou seja no próximo ano. E aí|?
O ex todo poderoso da FIFA, José Maria Marin, poderá ser condenado a 60 anos de cadeia nos Estados Unidos da América do Norte. O julgamento terminou ontem e a sentença sairá semana que vem.


E faço minhas as palavras da jornalista Cris Alves, "nós vivemos para ver isso..." ou como diz sua amiga Durvalina: "duzentos anos depois a casa caiu". Finalmente o deputado federal Paulo Maluf foi preso no estilo de sempre, entrando por uma porta do carro de forma autônoma e saindo minutos depois de bengala e quase carregado para nos convencer a todos de que o melhor será a prisão domiciliar, affff.. Ah, você sabia que ele andou cantando músicas do repertório do rei Roberto?

CADÊ O CABO TENÓRIO?

Todo dia é dia bom para quem está bem. 
Já são duzentos milhões e não sei quantos brasileiros habitando os 8,5 milhões de km². Sabemos: Nem todos esse brasileiros estão bem, ou andam bem.
Há muitas discriminações e otras cositas más entre nós tenho eu leve suspeita de que escolhemos governos para nos incomodar.
A família real portuguesa fez no Brasil o que todos nós sabemos. Depois dessa família, outras famílias...
Ouvi há pouco no rádio notícia dando conta de que Temer, como Gilmar Mendes, são decididamente favoráveis à bandidagem do colarinho branco. Senão, vejam: Temer acaba de assinar documento indultando presos que cumprirem um quinto da pena dada pela Justiça. E aí?
Se um cabra é condenado a 25 anos de cana por meter a mão no herário público, para estar livre leve e solto basta cumprir apenas cinco aninhos numa prisão qualquer. E se quiser pode voltar a meter a mão no buraco do Tatu rapidinho...



Como pôr ordem nessa desordem?
Você sabia meu amigo, minha amiga, que o lema Ordem e Progresso que consta na Bandeira Nacional tem a ver com o amor do positivista francês August Conte (1798-1857). E que esse Amor, Ordem etc estão cada vez mais sendo desrespeitados por Temer e tantos e tantos antecessores que ocuparam a cadeira de ouro do Planalto Central?
Nada não, mas acho que vamos ter que chamar o cabo Tenório para dar um jeitinho nessa história.





sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

PEDRO E PÉROLAS


Marco, Pedro Ivo, eu e Lucélia.
Um, dois, três...
Um, dois, três...

Eu fico doidinho quando quero dizer coisas pra serem lidas, e não consigo. Não consigo porque falta-me, aqui e ali, alguém para digitava o que eu quero dizer.
Cada dia no Brasil, é uma bomba. Mas, independentemente de bomba, tem sempre aquela voz, aquele som, aquele verso, aquele jeito de dizer coisas.
Pois bem, foi ontem ou anteontem que a Cecéu, do Antônio Barros forrozeiro, ligou perguntando como estou. Oi, oi, oi. Estou bem! E ela me diz que também está bem, e ele também está bem.
E o Maluf, finalmente foi pra cadeia.
Hoje é ontem.
No dia 20 de dezembro de 1915 nascia, em Pernambuco, numa cidadezinha maravilhosa chamada Macaparana, um ser que entendia a vida da maneira mais bonita possível: uns amando os outros.
Pois bem, esse ser chamou-se Rosil Cavalcanti. E não vou entrar em detalhes porque um cara chamado Rômulo Nóbrega, paraibano de Campina Grande, impôs-se a tarefa de dizer para o Brasil quem foi este ser.


E vocês sabem que não é todo o dia ou toda a noite que chegam à nossa casa pessoas queridas demais. Exemplo: Marco Haurélio, Lucélia Borges e Pedro Ivo, meus filhos de “criação/adoção” no sentido mais poético e romântico de tecer amizades e caminhadas.
A primeira vez que o Pedro Ivo chegou cá em casa foi na barriga da mãe. Hoje ele já tem 9 anos. E, como o pai e a mãe, gostam de arte, e de artes, é arteiro o danadinho.
Quando o Pedro saiu do bucho da mãe e começou a andar com os próprios pés, mostrou a que veio e a que vinha. O Pedro Ivo desenha muito bem...Vejam só.
É muito bom receber pessoas queridas na nossa casa.
E eu falei: como é bom receber pessoas queridas na nossa casa, no nosso templo, no nosso ambiente maior.
Enquanto digo isso para você, meu amigo, minha amiga, por telefone estou falando com Klévisson Viana e Peter Alouche, amigos, dois queridos.
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, a querida Lucélia – alma gêmea do irmão Marco – encontrou uma pérola da qual tinha me esquecido: Cyro Fernandes, a meu pedido, gravou em linhas mágicas o seu pensamento sobre o Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry.
E viva Klévisson Viana!           
E viva Marco Haurélio!                                                                                                                                         

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

E ESSE NEGÓCIO DE JINGLE BELL, HEIN?

Não tem jeito, é pá, puf.
O ano novo vai chegando, o ano velho vão saindo, gente nova vai chegando, gente de idade e de toda a idade vai também saindo, para dar vez a quem está chegando.
Há muito já passa de 7 bilhões o número de pecadores habitando este planetinha de meu Deus do Céu.
A vida é um passeio, não pelo Éden, propriamente.
oE tudo muito louco. E depois da invenção do capitalismo, tudo ficou ainda mais doido. E tome data disso, data daquilo etc.
Aniversário de tudo vira data comemorativa para extrair dos bolsos o que há lá, seja o dinheirinho para o leite, para o arroz, para o feijão, enfim o corpo pede prazer. E comemos peixes, carnes e tudo o mais, basicamente enchendo-nos de lixo.
E a nossa mente, hein? Nesse passeio por cá preciso se faz que escolhamos com categoria o que comemos e o que pomos na mente. Pois, enfim, a mente guarda tudo o que recebe. Isto é, quando nós e ela, a mente, queremos.
É aniversário disso, é aniversário daquilo, é a chegada do verão, do outono, das outras estações. Todo dia é dia de algo, de alguém, de alguma coisa.
Hoje por exemplo é dia do museólogo, do migrante, do mergulhador, de Nossa Senhora do Ó, que dá nome a um bairro paulista, e do Autista, data que serve para lembrarmos e discutirmos a questão do autismo no Brasil e no mundo.
Trezentos e sessenta e cinco dias formam um ano, de acordo com o calendário gregoriano que quase todo mundo adota. É a tal coisa pá, puf, chegou o Natal. A 25 de Março, a rua das bugigangas, das coisas baratas, dos desejos insatisfeitos está fervilhando.
Pois é, e Jesus Cristo não nasceu nem no dia 24, nem no dia 25 de dezembro, isso é tudo invenção do povo, do povo que quer ganhar dinheiro e do povo que quer gastar dinheiro.

E esse negócio de jingle bell, hein? Mas história é história e o Instituto Memória Brasil, o IMB, guarda tudo que é história. No seu acervo há centenas e centenas, milhares, de músicas que tratam do tema Natal e Ano Novo, em inúmeros idiomas. Detalhe: Milhares e milhares de compositores mundo afora compuseram em homenagem ou lembrança da data. É do baiano Assis Valente a obra prima Boas Festas. É isso.

domingo, 17 de dezembro de 2017

A MÚSICA FORA DO RÁDIO

Outro dia um amigo, depois de dizer um monte de coisa bonita a respeito deste blog, fez referências à qualidade musical do que hoje se ouve no rádio, na tevê etc. E disse mais: "Parece que ou não há mais bom gosto ou boa música já não se faz mais".
Tem razão esse amigo, o Marco Haurélio.
Marco Haurélio esteve ontem proseando no espaço onde se acha, provisoriamente, o acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.
Marco veio trazendo a tiracolo seu colega de trilhas poéticas, Pedro Monteiro.
Pedro é do Piauí e Marco da Bahia. Ambos são cordelistas, autores de bons folhetos que o povo precisa conhecer.
Fora os folhetos, Marco já publicou uns 40 livros. O cabra é produtivo e antenadíssimo.
E conversa vai, conversa vem, lembramos o poeta e jornalista da região de Bezerro Morto, PI, Firmino Teixeira do Amaral (1896-1926).
Firmino, que morou durante muito tempo em Belém, PA, é o autor do folheto A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, publicado ali entre os anos de 1916 e 1917, tempo da Primeira Guerra Mundial, que nada tem a ver com este texto.
Lembramos muitos outros caras supimpas, como o pernambucano Manoel Monteiro.
Manoel, como o norte americano Ernest Hemingway, desenvolveu uma ficção em que ele próprio era o personagem fatal: ele matou-se num hotel, bem longe de casa. Hemingway, na sua fazenda nos EUA, onde construiu uma arapuca que acionou o gatilho de uma Winchester que lhe levou chumbo ao coração. Triste.
A vida é quase sempre um tragédia...
Em 1889, ano do golpe militar que levou à Proclamação da República, nasceu em Goiás a poeta contista e doceira Cora Coralina, de batismo Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.
Em 1901, quando o carioca Machado de Assis ainda andava prá lá e prá cá, vivo, versátil, uma antena do seu tempo, expressivíssimo, nascia no Rio de Janeiro a neta de escravos negros Clementina de Jesus.
O que é que tem a ver Cora Coralina, Machado de Assis e Clementina de Jesus?
Coralina começou a escrever dois anos depois da morte de Machado, em 1908. 
Machado deixou uma obra fantástica e Cora Coralina, também. Seu primeiro livro, que trata da poética das ruas de Goiás foi publicado em 1965. Um ano depois foi a vez de Clementina lançar-se profissionalmente em disco.
Cora Coralina ganhou a ribalta, digamos assim, quando no dia 27 de dezembro de 1980, mestre Drummond de Andrade rasgou-se em elogios à autora de O Tesouro da Casa Velha, que acabo de ouvir, é engraçado, é triste, é profundo e ao mesmo tempo leve que nem vôo de passarinho. Tem até três casos de suicídio,ui! Esse é um livro póstumo muito bem narrado e distribuído pela Fundação Dorina Nowill que chegou-me às mãos pelos gestos solidários da jornalista Cris Alves. 
Coralina morreu em 1985 e Clementina, a Quelé, em 1987.



Mas eu comecei falando de música. Realmente a música que ouvimos hoje no rádio é, grosso modo, uma música própria para matar neurônios.
Quem quiser ouvir música boa tem que pesquisar, não é mesmo? Mas, claro, sempre tem um artista aqui outro ali mostrando que nem tudo está perdido. Eu gosto do Criolo, pela mistura bonita que faz com o samba e o rap. Ele traz a novidade que vem sendo apropriada pela juventude, veja a versão de Subirusdoistiozim feita por Pedro Schin, Gui Heleodoro e Beatzoto, no segundo vídeo abaixo:




Gosto também do Lulinha de Alencar, do Mestrinho e do poeta paraibano Jessier Quirino, autor e declamador de raro talento. É dele o Bolero de Isabel. Confiram, na linda interpretação de Xangai.




RÔMULO NÓBREGA

O paraibano de Campina Grande, Rômulo Nóbrega, biógrafo do pernambucano Rosil Cavalcanti (1915-1968), está feliz da vida. E o motivo disso não é pouco: O filho Rodolfo, um cabeção desses que nascem a cada 1000 anos nalgum lugar do mundo, chegou a passeio vindo de Londres aonde mora, trazendo a tiracolo o neto Hugo e a mulher Maria Luísa, alemã. Quem também não se contém de alegria é a mulher de Rômulo, Aldany. Eita! Rômulo nunca empinou tanta pipa na vida. Ele e o neto Hugo tem chamado a atenção da Paraíba inteira, pois é, e os dois lá empinando pipa. A pipa é uma invenção chinesa que conheci no tempo em que tinha a idade do Hugo, 3 anos. E viva a criança que há em todos nós. É Natal. Todo dia é Natal.




sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

LARA MARA É LUZ

Faltam 15 dias para o ano de 2017 terminar. Quinze mais um.
Eu não ia mas fui. Coisa pessoal. E foi bom eu ter ido. Lá encontrei um monte de cego, vendo com  a memória do tempo, que nem eu. Foi bom demais. A Lúcia, do ramo Ângelo Agostini me carregou para lá. Convenceu-me. E repito: Foi bom demais.
Eu estou falando da instituição Lara Mara.
Eu frequento a instituição. a associação Lara Mara há um ano e tanto.
Na instituição Lara Mara recebi carinho, respeito, amor, tudo de bom que nós, humanos precisamos, tudo de bom!
Fiz um monte de gente bonita ver o mundo como eu vejo, com esperança.
Cego também é gente. Mas só é cego quem quer, eu mesmo fiquei cego só dos olhos.
Na instituição Lara Mara eu conheci o William, Mara, Cris, Lilian, Anderson, Jú, Rosângela, Davi, Kiko, tanta gente bonita...
E pensando na Lara Mara, eu fiz estes versos:

Lara Mara abriu a porta
E nos convidou a entrar
Prá conhecer o mundo
Onde cego pode enxergar
A luz do fim do túnel
E seguir seu caminhar...

Longo e tortuoso
É do cego o caminhar
É do cego a sina
De viver sem enxergar
A luz que vem da lua
Para o mundo iluminar

Outras luzes vêm de longe
Prá também iluminar
São as luzes do Saber
Pra quem não quer cegar
Quem caminha hoje sabe
Que o Saber faz enxergar

Mas há gente que não sabe
E se recusa a caminhar
Preferindo se esconder
A sair para lutar
O segredo está no túnel
E na luz a nos chamar

SANTA LUZIA

Olhe, este mês de dezembro é mês de tudo quanto é bom, até porque é sempre o último mês do ano. No dia 13, dia de nascimento de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, é também o dia de Santa Luzia, a italiana etc. E prá ela, pensando no Gonzaga eu fiz essa prece:










quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

ONZE ANOS SEM O MESTRE SIVUCA


Em tudo quanto é canal que se ligue, de rádio ou TV,  só se ouve notícia de tragédia de todo tipo, inclusive sobre a corrosiva corrupção no Brasil, endêmica. A propósito  nunca se prendeu tanto figurão,  acusado de meter a mão no cofre do povo. Essas notícias são tantas que esquecem-se de noticiar coisas boas.
Sempre é tempo de falar de quem contribuiu ou contribui com a nossa  cultura, enriquecendo-a. Sejam vivos, sejam mortos. Caso de Sivuca.
Severino Dias de Oliveira, Sivuca, foi um dos maiores e mais sensíveis sanfoneiros
que o Brasil já deu. Ele nasceu em Itabaiana, na Paraíba, e ganhou o mundo já no começo dos anos de 1950. Esteve ausente do Brasil por cerca de 13 anos. Morou nos Estados Unidos, Portugal e no Japão, onde foi professor de violão. Gravou muitos discos e participou de centenas de espetáculos e de discos de artistas como Paul Simon e Garfunkel. Em 1951 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira compuseram Sivuca no Baião, em sua homenagem, que tem apenas uma gravação até hoje: do próprio Sivuca. Esse disco se acha no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, que presido. Num sebo da França eu achei um LP de 10 polegadas ( acima) de Sivuca, por ele lá gravado. Eu conheci Sivuca no final de 1970. Numa das edições do suplemento Folhetim, encarte já extinto da Folha de S.Paulo, publiquei uma belíssima entrevista com ele.Sivuca morreu no dia 14 de dezembro de 2006.

DOM PAULO
Hoje faz 11 anos que Sivuca nos deixou e 1 ano que Dom Paulo também nos deixou.
Eu conheci Dom Paulo e o entrevistei algumas vezes. Desnecessário, totalmente desnecessário,  dizer que ele era um ser do bem.Viva Dom Paulo, que está prestes a ganhar nome de praça no centro da cidade de São Paulo: a praça da Sé trocará de nome já já. No dia 17 de dezembro de 2016, para ele escrevi esses versos:

O bom D. Paulo partiu

Rumo à Eternidade

Depois de cumprir a missão

De lutar com humildade

A favor dos pés descalços

E contra os dragões da maldade



Foi um guerreiro da Paz

Um professor de Verdade

Que ensinou Cidadania

Em tempo de tempestade

Enfrentou a ditadura

Em nome da Liberdade



O bom D. Paulo partiu

Deixando muita saudade

Um belo exemplo de vida

De amor e Fraternidade

Viva d. Paulo Evaristo!

Viva a Dignidade!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

HOJE É DIA DE REI


Assis Ângelo e Luiz Gonzaga

Faz mais de 100 anos que Exu, PE, deu seu filho mais importante para o Brasil: Luiz Gonzaga, que a população da cidade de São Paulo aclamaria, no começo de 1950, como o Rei do Baião.
Luiz Gonzaga do Nascimento veio à vida no dia 13 de dezembro de 1912.
Eu conheci bem o Gonzaga e o entrevistei muitas vezes.
Falar de Gonzaga é falar do Brasil, da sua música, dos seus hábitos e costumes, da sua cultura, da cultura popular nacional.
Gonzaga era um cidadão pé no chão. A sua obra é constituída de 627, ou 628, músicas. Desse total, apenas 53 trazem a sua assinatura como autor individual. Ele era um cidadão e tanto! Exemplo, sim, para todos nós.
A sua obra tem sido gravada em várias partes desse mundinho de meu Deus do céu, da França a África, da Argentina a Coréia do Sul.
E chega, melhor do que falar, aqui, é procurá-lo por aí afora, noutras línguas, portanto.







segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

HOJE É DIA DE NOEL E NÁSSARA. VIVA O SAMBA!

Há coincidências? Não sei, talvez sim, talvez não.
Um fato: o carioca Noel de Medeiros Rosa nasceu 29 dias depois de o seu conterrâneo Antonio Gabriel Nássara. Noel no dia 11 de dezembro de 1910 e Nássara, no dia 12 de novembro de 1909.
Coincidência curiosa ou sei lá o que, a vida os colocaria frente a frente transformando-os em grandes amigos e boêmios, frequentadores dos cabarés da Lapa famosa, também frequentados por Chico Alves, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, O Metralha; Madame Satã e tantos e tantos que provocaram brigas por mulheres etc e tal.
Conta a história que o sonho de Noel Rosa era ser desenhista, cartunista como Nássara.
Nássara começou a publicar caricaturas no jornal O Globo em 1927.
Conta-se que um dia Noel seguia em direção à sede do carioca O Globo, quando encontrou um de seus amigos queridos, Di Cavalcanti. e a Di ousou pedir opinião sobre seus desenhos, já que os trazia aos montes numa pasta. Resposta do famoso pintor de mulatas: "Noel, jogue isso fora e continue compondo seus sambas".
Nássara, que tive a alegria de entrevistar, publicou em inúmeros jornais e revistas as suas incríveis caricaturas. Eu mesmo caí um dia num dos seus traços, cujo resultado está aí na parede da sede provisória do Instituto Memória Brasil, IMB.
Aí na parede estão eu e Luiz Gonzaga...
Pouca gente sabe: Nássara foi parceiro musical em pelo menos duas músicas com Noel Rosa, Retiro da Saudade, gravada por Carmem Miranda e Chico Alves; e Que Baixo, registrada em disco por Aracy de Almeida, a intérprete preferida de Noel Rosa.
Você meu amigo, minha amiga, já ouviu falar da polêmica musical entre Noel e Wilson Batista, iniciada em 1933 e finda 3 anos depois?

Em 1956, a Odeon juntou as músicas que geraram a polêmica e as incluiu num disco LP de 10 polegadas. A capa desse disco foi assinada por Nássara.
Nos seus 26 anos e poucos meses de idade, Noel compôs 259 músicas.
Wilson Batista, que morreu em 1968, deixou um legado de 725 composições. Mais do que, por exemplo, o mineiro Ary Barroso.
Pois é, essas são histórias da nossa música, dos nossos mú

sicos, com coincidência ou não.
Ah, ia me esquecendo, em 1942, Luiz Gonzaga, rei do Baião, gravou de Nássara (e Frazão) Nós Queremos uma Valsa.




Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, há pouco mais de 100 anos.

domingo, 10 de dezembro de 2017

A CANONIZAÇÃO DE AUDÁLIO DANTAS




Audálio Ferreira Dantas
Jornalista, cidadão
Lutador de boas lutas
Na cidade e no sertão
Nascido em Tanque D'Arca
Pra orgulho desse chão 

Da safra de trinta e dois
Desbravou sertão e mar
Mostrando como se faz
Dos perigos escapar
Audálio sabe bem
O bem que dá ensinar
(Assis Ângelo) 




Audálio Dantas e suas família, durante a premiação.
Não são muitos os brasileiros que chegam serelepes aos 85 anos de idade. Nessa faixa etária há, no Brasil, não sei quantos cidadãos que possam bater no peito e dizer que estão bem.
O humor é uma graça especial que adquirimos com o passar do tempo quase como a própria saúde, que conquistamos no dia-a-dia.
Temos grandes humoristas da fala e do traço. Como esquecer o Barão de Itararé, Millôr Fernandes, Chico Anísio, Jaguar, Fortuna, Péricles, Ziraldo, Laerte, Angeli, Fausto... E José Vasconcelos? E Ariano Suassuna, hein? 
O alagoano Audálio Dantas faz parte da história do Brasil desde que nasceu.
Audálio nasceu um dia antes da deflagração do movimento Constitucionalista de 1932, que começou no dia 9 de Julho e findou no dia 2 de outubro, com algumas centenas de mortos.
Audálio é do reino encantado de Tanque D'Arca, situado nas Alagoas onde "o macaco avôa". 




Ele, Audálio,  chegou à capital paulista com 12 anos de idade, trazendo na bagagem muitos sonhos. Entrou para o jornalismo pela porta da frente da extinta Folhas da Manhã que deu vez à Folha de S.Paulo. Isso, em 1954. Esse ano, aliás, foi o ano em que o gaúcho Getúlio Vargas entro para a história com um tiro que deu no próprio peito.
Ontem 9 à noite Audálio refirmou-se na História ao receber mais um importe prêmio, o Averroes. Esse prêmio, criado em 2008, destina-se às pessoas que se fizeram importantes no cotidiano da vida. Leia:



Audálio é um baluarte da vida brasileira. Como presidente do sindicato dos jornalistas no Estado de São Paulo ele peitou os poderosos que governavam o país.
Em 1975, agentes da ditadura militar roubaram a vida de Wladimir Herzog, enlutando o País. E foi quando Audálio levantou ao máximo a sua voz em protesto ao assassinato de Vlado. E lá foram ele e outros cidadãos resolutos ao protesto pelo crime cometido nos porões da repressão. A Audálio se juntaram outros grandes brasileiros como Dom Paulo Evaristo Arnes e Dom Helder Câmara, que eu entrevistaria anos depois para o jornal Folha de S.Paulo e revista Visão. No culto ecumênico em memória de Vlado Dom Hélder não disse nada. Estranhando o silêncio, Audálio perguntou por que se calara. Resposta: "às vezes o silêncio fala mais alto do que qualquer discurso". Audálio lembrou isso no dia do seu 85º aniversário no auditório Wladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas, e ao lembrar isso encerrou o seu discurso, curto, de agradecimento.
Na noite de ontem, ao receber o novo prêmio, ele também agradeceu a homenagem e as palavras dos amigos, muitos, a ele dirigidas. E brincou: "se o Papa Francisco passasse por aqui, era bem capaz de me canonizar". E choveram aplausos.
Abrilhantaram o evento os geniais músicos Toninho Carrasqueira (flauta), Ivan Vilela (viola) e Emiliano Castro (violão).
Antes de tocar a sua flauta mágica, Carrasqueira teceu loas sobre o homenageado : "Audálio é um herói, um farol da democracia".
A organização da festa teve a participação decisiva de Vanira Kunk e Sérgio Gomes, o Serjão, uma história a parte.
Ia me esquecendo, ao saber da brincadeira de Audálio sobre canonização, a jornalista Cris Alves saiu-se com esta: "também acho que o Papa Francisco iria me canonizar, se passa-se por aqui, pois nessa vida só entro pelo cano e sair dele tem sido um verdadeiro milagre".
Nós, brasileiros, somos ou não somos um povo bem humorado?
Foi ótimo reencontrar os cordelistas Marco Haurélio e Pedro Monteiro. E legal também foi reencontrar o pequeno Pedro Ivo e a sua mãe Lucélia, mulher de Marco, e xilogravadora em momento de vôo. Ah sim, estive acompanhado de Ana e Lúcia. Estrelas à parte.
Viva Audálio Dantas!


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

VIVA BELCHIOR!

Só depois de ter posto o texto neste espaço, ontem, é que lembrei que o legendário poeta repentista pernambucano Antônio Marinho nasceu no dia 5 de abril de 1887. Ora, fazendo as contas cheguei fácil à conclusão que ele nasceu há 130 anos. E ninguém diz nada, ninguém lembra nada, por que, hein? Acho sim, importante, lembrarmos dos filhos mais importantes e contributivos desta Pátria.
Pois é, Antônio Marinho nasceu há 130 anos e nos deixou no dia 29 de setembro de 1944. E deixou também, além da sua história pessoal, uma filha de nome Helena que se casaria com o também pernambucano, e repentista, Lourival Batista.
Foi também num mês de abril que partiu para a Eternidade o poeta, cantor e violonista cearense Belchior. Foi em abril que passou, e nem faz um ano, mas a saudade de todos é tanta que já provocou um belíssimo espetáculo na unidade Pompéia do SESC paulistano. Não fui, mas me disseram que foi incrível. E não fui porque não fui convidado, nem eu, nem Ana, nem Cris Alves, que já me matou várias vezes por causa disso, mas teimoso ressuscitei. Aliás, sou danadinho para ressuscitar das cinzas que nem aquela ave paraibana que o povo chama de Fênix.
O teatro do SESC ficou lotadinho de gente chorando feito besta. Ouvi dizer que até o durão J B Medeiros, jornalista da terrinha, escondeu a cara com um cobertor para não mostrar as lágrimas. 
Saudade é saudade. Tem até um poeta popular que ficou para a história como O Poeta da Saudade. É dele este poema:





Não fui assistir ao show feito em lembrança a Belchior. Não fui, mas gostei. Confiram nas fotos que o amigo Jorge Mello, parceiro de Bel em 3 dezenas de títulos, acaba de me enviar:







Nas fotos estão (principalmente na última), todos da equipe: Jorge Mello, Ednardo, Gero Camilo, Ceumar, Banda Radar (formada por Sérgio Zurawski, João Mourão e Arnaldo Parron que são da Radar original e mais dois convidados). Show realizado no SESC POMPEIA, nos dias 1 e 2 de dezembro de 2017. Subiram ao palco no último dia, sabado, os filhos do Belchior: Camila Belchior e Mikael Belchior. Levados ao palco por Jorge Mello, amigo deles desde que nasceram por ser ele o maior parceiro de Belchior e sócio na Paraíso Discos. A tevê SESC gravou tudo para um futuro documentário.

25 ANOS SEM LOURO DO PAJEÚ

Você sabe quem foi Louro do Pajeú?
Louro do Pajeú, de batismo Lourival Batista, nasceu no dia de reis de 1915 e partiu para a Eternidade no dia 5 de dezembro de 1992. Ele foi o mais velho dos 3 mais famosos irmãos do repentismo brasileiro. Num passeio pelo Ceará, conheceu uma jovem chamada Helena, que vinha a ser filha do legendário repentista Antônio Marinho ( 18087-1940).
Louro teve 8 filhos com Helena. Uma de suas crias, Bia, casou-se também com um repentista, Zeto, com quem teve um filho a quem deu nome de Antônio Marinho, em homenagem ao seu avô.
Uma família incrível de poetas repentistas, seres privilegiados que desceram do Olimpo para nos encantar.
Eu conheci Dimas e Otacílio (foto acima).
Louro ficou famoso como o rei dos trocadilhos. E o legendário Antonio Marinho ganhou sabe-se lá de quem o apelido de o Águia do Sertão. À viola era rápido que nem um raio. Poucos poemas sobraram, pois ele não tinha preocupação de mantê-los vivos na memória ou publicá-los. Na interpretação do seu xará bisneto, eis uma amostra:




segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

JOGARAM A ÉTICA NO LIXO

Políticos poderosos, e são muitos, atiraram na lata do lixo um dos valores mais importantes do ser humano: a ética.
A ética é a razão prática de quem respeita a si e aos outros.
Um cidadão de nome Aristóteles já falava, e muito bem, sobre a ética e sobre política etc.
A política deve ser feita para o bem de todos e não de alguns, de uma casta.
Através das mídias tomo conhecimento do mau comportamento de pessoas eleitas, escolhidas, pela população.
Mais da metade da população brasileira esteve, e continua estando, apta para escolher seus representantes em todas as esferas políticas: municipal, estadual e federal.
O problema das escolhas, nosso, é que continua em prática a maldita compra de votos em todos os cantos do País.
Tomo conhecimento pelas mídias que mais de sessenta mil brasileiros e brasileiras andam imunes a julgamentos e eventuais condenações pelos tribunais. Essa imunidade tem um nome: foro privilegiado.
Foro privilegiado é ou não é sacanagem?
O Supremo Tribunal Federal, STF, está dando banana ao povo brasileiro. Há poucos dias por exemplo o Ministro Dias Toffoli engavetou projeto de extinção parcial, acho, do tal foro.
Logo na primeira página da Constituição em vigor lê-se que somos todos iguais. Na prática, porém, não é o que acontece. Infelizmente.
Muitos penduricalhos acoplados a Constituição deveriam cair. Nessa brincadeira de mal gosto há uma centena de PECs.
Ano que vem a Constituição, no começo chamada de Constituição Cidadã, completa 30 anos de vigência.
Restaurem-se a ética.
Aristóteles viveu 4 séculos antes de Cristo nascer. Vejam só!

SARAU COM MASSA

Mais uma vez a agitadora cultural Cris Alves arregimentou um bando de pessoas legais, incluindo jornalistas e artistas do verso, prosa e música, para comer, beber e cantar em homenagem à vida. O sarau que ela promove na sua casa já está ficando famoso. E ocorre uma vez por mês. O de ontem foi o ultimo do ano. E lá estiveram o violonista Brau, as cantoras Rosângela, Vera, Marcli, Cícero no outro violão e Flávio no carron, todos craques da pauta musical. Uma delícia à parte, antes e depois do sarau foi o banquete feito e oferecido por Cris aos convidados. Tinha um delicioso espaguete a bolonhesa, lasanhas, capeletti com pudim e cocada de sobremesa, pão e hóstia divinas, noutras palavras tira-gostos prá rum, vinho, cerveja e cachaça. Agora só ano que vem, e que venha logo o ano de 2018. A menina Gabi fez uns registros fotográficos, estes:




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