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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

PAPO BOM COM WOILE E REGINA

Regina, Woile e Assis

Você sabe quem é Woile Guimarães?
Pois bem, Woile Guimarães é um cidadão paulista de Glycério. Glycerense. Essa cidade fica a quase 500km da Capital paulistana.
Em 1975, ano do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, Woile tinha uns 30 e poucos anos e trabalhava na TV Globo. Ficou nessa TV durante década e meia. Chegou a ser editor do JN. Tem muita história pra contar.
É casado com a jornalista Regina que conheceu em 1977 nos seus tempos de TV Plim Plim.
Regina e Woile estiveram ontem 2 enchendo de alegria minha casa.
Woile deixou marca indelével na histórica revista Realidade, da hoje falida Abril. Ele lembra:
"Essa revista foi muito importante. Inovou no jornalismo com pautas ousadas e textos desenvolvidos muitas vezes na primeira pessoa. Provocou polêmicas ao discutir o aborto, por exemplo".
Nesse momento, lembrei do saudoso amigo Antonio Severo que um dia me disse ter pulado de um avião para, com emoção, escrever uma reportagem sobre paraquedismo. 
Ainda nesse momento lembrei que Audálio Dantas contando como fizera uma reportagem com o compositor Adoniran Barbosa, levando-o a "passear" nos subterrâneos da estação Sé do metrô.
Essa reportagem de Audálio foi uma das últimas da revista Realidade. 
Enquanto conversávamos sobre jornalismo, a coleguinha Regina mexia nas prateleiras do nosso acervo à procura de exemplares da revista. De repente, radiante anunciou ter achado números com o nome de Woile no expediente. Woile riu, orgulhoso. Disse: 
"O primeiro número dessa revista, trouxe na capa o rei Pelé. Muita coisa legal foi feita lá. Para tristeza de todos nós a Realidade mostrou em capa o repórter Zé Hamilton todo ensanguentado ao ser ferido no Vietnã".
O encerramento das atividades da revista Realidade, em 1976, deixou os leitores aflitos sem saber a razão de tal decisão.
No lugar da Realidade se acha até hoje a Veja, que foi às bancas pela primeira vez no dia 11 de setembro de 1968.
Nascido no dia 15 de dezembro de 1938, Woile muito cedo trocou a cidade de origem por Marília (SP), berço do cantor, compositor e instrumentista Sérgio Ricardo. Sim, isso mesmo: Sérgio foi aquele camarada que irritado com a platéia que o vaiava num Festival de Música quebrou o violão numa pancada e meia.
Sérgio Ricardo foi uma figura maravilhosa, marcante.
A última vez que me encontrei com Woile foi a vez em que saímos juntos com o saudoso Audálio Dantas e sua mulher Vanira, mãe da bela Mariana e da coleguinha jornalista Juliana.
Ontem falamos, falamos, falamos e até declamar, declamei. Declamei poesia de cego que compus como Poema dos Olhos.
Atualizada em questões diversas, Regina falou com tristeza até sobre os ataques do Hamas a Israel. Lá pras tantas, na base da conversa que vai e vem, Woile contou histórias que têm gosto de causo. 
Entre as histórias uma que tem o ex-todo poderoso da Globo, Boni: o telefone toca, alguém atende e chama Woile. É o Boni. Antes de concluir a frase "como vai, tudo bem...?" do outro lado uma voz enrolada dizia "Tudo bem porra nenhuma, seu filho disso e daquilo!". Woile tascou na mesma moeda: "Seu filho disso e daquilo é você  e sua raça toda!" e bateu o telefone.
Ao bater o telefone, Woile imediatamente ligou para o seu chefe mais próximo: Armando Nogueira. Disse que certamente seria demitido por ter feito o que fez.
Era Carnaval e por ser Carnaval Woile meteu na telinha uma insinuante e colorida bunda feminina. Boni não gostou.
Woile não foi demitido nem nada.
Como sempre fazemos os jornalistas da Velha Guarda quando nos encontramos, criticamos uns aos outros pelos erros gramaticais muitas vezes gritantes ditos no Rádio e TV. E como já não há mais a categoria de revisores nos jornais, os erros impressos grassam. Sem falar no notório despreparo de muitos coleguinhas, cuja maioria sabidamente não gosta de ler livros. É como se para eles não houvesse curiosidade. Ora! Sem curiosidade não há conhecimento e  sem conhecimento não se vai decentemente a lugar nenhum. 
Há pouco o que ver e ouvir hoje no rádio e TV.
O rádio continua sendo um veículo muito dinâmico. Ao contrário da TV. A Internet veio pra pôr ordem e desordem na coisa. Ordem no sentido de chamar a atenção do rádio e da TV para que primem pelos programas e profissionais que apresentam.
Na TV faltam bons programas. E por falar em bons programas, acaba de se findar o Podcast Foro de Teresina. Programaço! Durou 5 anos e meio e o motivo foi a demissão da jornalista Thais Bilenky e o pedido de demissão do jornalista José Roberto de Toledo. Ouça:


Você sabe quando surgiu o rádio no Brasil?
Faz 100 anos que o Rádio mostrou a que veio. É uma história longa.
O curioso disso tudo é que até há pouquíssimo tempo não havia um hino enaltecendo esse veículo. Pensando nisso, Jarbas Mariz e eu compusemos O Samba do Rádio. 
Ah! Sim: Woile deu amor à Regina que lhe deu filhos que lhes deram netos... O homem é ou não é feliz?
Agora meu amigo, minha amiga, ouça o sambinha que fizemos:

LEMBRANDO CARMÉLIA ALVES

O que passa rápido, nós ou o tempo?
Não sou filósofo, não sou nada, mas acho que o tempo não passa; nós é que passamos. 
Passei quase todo o meu tempo ouvindo dizer que o tempo não espera, que o tempo passa rápido e tal. E a máxima: o tempo é o Senhor de tudo.
Pois bem, num pano rápido, posso dizer que parece que foi ontem que morreu Carmélia Alves. 
Hoje 3 completam-se 11 anos do encantamento definitivo da cantora que entrou para a história da nossa música popular como a Rainha do Baião. 
Eu gostava muito de Carmélia. Era carioca filha de nordestinos. Sua voz era muito bonita, muito afinada. Interpretava tudo que quisesse: samba, marchinha de carnaval, frevo, toada, forró e baião. E até bossa-nova. Nesse rítmo e gênero chegou a gravar, em 1964, um LP inteirinho. No repertório do disco incluiu até uma música de Geraldo Vandré: Quem quiser encontrar o amor.
A Rainha do Baião morreu esquecida, viúva e sem ninguém, no Retiro dos Artistas, RJ.
No último 14 de fevereiro ela teria completado 100 anos de idade.

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