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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

ESTOU TRISTE: MORREU PEDRO BANDEIRA

Que merda!
Acabo de receber a notícia, trágica, de que o poeta-cantador-repentista paraibano Pedro Bandeira acabou de morrer. Ele nasceu em maio de 1938.
Pedro era incrível, ele não era incrível porque simplesmente era amigo meu.
Pedro era aplaudido Luís da Câmara Cascudo, José Américo de Almeida e grandões de todos os tamanhos.
Pedro cantou pra analfabetos, letrados e poderosos do Brasil e de fora do Brasil como Mário Soares, de Portugal. Ele e Geraldo Amâncio, outra grandeza do repentismo brasileiro.
Estou triste que nem uma estrela cadente.
Pedro foi uma figura fantástica. Foi não, é.
Pedro Bandeira deixou centenas de folhetos de cordel publicados e discos gravados por aí afora.
Pedro deixa mulher e duas filhas.
Uma pergunta solta no ar, eu deixo: para onde vai o acervo particular de Pedro Bandeira?
Pedro Bandeira, junto com Padre João Câncio e Luiz Gonzaga criou a Missa do Vaqueiro.
Pedro Bandeira e Luiz Gonzaga foram recebidos, efusivamente, pelo Papa João Paulo II.
O resto é história. 

PAPEL DE REPÓRTER É PERGUNTAR, SEMPRE

O dia 24 de agosto de 1954 amanheceu trazendo perplexidade.
Perplexidade também trouxe para o Brasil a manhã do dia 24 de agosto de 2020.
No primeiro caso, a corrupção incomodou o presidente Getúlio, que encerrou sua vida com um tiro no peito. Clique: https://assisangelo.blogspot.com/2015/11/conversa-suicidio-e-paz.html
No segundo caso, a corrupção incomodou o presidente Bolsonaro, que preferiu agredir um repórter.
Getúlio foi ditador entre 1930 a 1945. Após renunciar, ele voltou pelo poder das urnas.
Os jornais de hoje 24 trazem a notícia de que Bolsonaro preferiu atacar um repórter a responder a pergunta sobre a origem de 89 mil reais depositados pelo ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz na conta da primeira dama, Michele Bolsonaro.
Agredir, humilhar, ignorar jornalistas é o que mais tem feito o marido da Michele.
Ignorância e grosseria são as suas marcas comportamentais. Com isso ele não só agride a imprensa como agride, ignora e menospreza a Nação brasileira.
O projeto de Bolsonaro é perpetuar-se no poder como ditador, claro. Claríssimo. Mas não sabe ele que isso ele não pode fazer. Muita coisa ele pode como presidente, mas tomar de si o próprio poder, não. Isso é golpe. Mais ainda, autogolpe. Absurdo, não? E bom que se diga que o Brasil está mais preparado para seguir em frente, democraticamente, do que em tempos passados quando a ditadura nos roubou a liberdade.
A imprensa internacional mostra esse novo absurdo de Bolsonaro, que não contém os ímpetos de agredir os jornalistas e desrespeitar as leis contidas na Constituição.
Bolsonaro é contra a liberdade.
Só no primeiro semestre deste ano ele agrediu jornalistas e a imprensa 245 vezes. E está solto, como se vê.
Está mais do que na hora de Jair Messias Bolsonaro pedir licença para se tratar. No hospício, talvez.
As três estrofes aí fazem parte do cordel Jornalismo e Liberdade nos Tempos de Pandemia, que escrevi e publiquei no dia 1 de junho. Caso queira lê-lo inteiro, clique: https://institutomemoriabrasil.com.br/

Representante do mal 
Da dor e da maldade 
Inimigo do bem comum 
Avesso à fraternidade 
Bolsonaro prende muito 
Mas não prende a liberdade

Repórter cobre tudo 
Cobre guerra e eleição 
Operação tapa-buraco 
Virada de caminhão 
Discurso de papagaio 
Assalto e corrupção 

Nunca fura a pauta 
E faz tudo sempre legal 
Está em todo canto 
Num parque, num hospital 
Num trem, num bar, num barco 
Como se fosse normal

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