Seguir o blog

sábado, 13 de junho de 2020

SEM BALÃO NO CEU

Mesmo nestes tempos louquíssimos de Pandemia e presidente sem noção, há coisas boas acontecendo na telinha do celular ou do PC, no caso dos internautas mais antigos.
Estou falando dos festejos juninos que foram suspensos ou cancelados neste inesquecível 2020.
O amigo Carlos Sílvio conta que artistas nordestinos, como ele, estão se apresentando no Arraiar Virtual. Entre os nomes famosos do forró, da cachaça e da fogueira, têm comparecido à internet, em sessões lives, Adelmario Coelho, Elba Ramalho, Flávio José, Targino Gondin, Alceu Valença.
Em maio passado, Sílvio entrevistou Adelmario. Confira: https://www.youtube.com/watch?v=FXlGrhg9k8E
A cantora Anastácia, chamada de Rainha do Forró sequer sabe o que é live. Está na dela. A propósito, ontem 12 à noite ela ligou feliz da vida pra dizer que nas plataformas tipo Spotify já podem ser ouvidas 5 músicas novas de sua autoria que sairão em discos brevemente, após a Pandemia.
E viva Santo Antônio! E viva São João! E viva São Pedro! E que ninguém encha o ceu e balões!
Curiosidade: uma em nove cidades brasileiras trás o nome de Santo da Igreja Católica. Isso quer dizer que há cerca de 650 cidades que atendem, Brasil a fora, pelo nome de um santo. São José dá nome a 60 cidades brasileiras, seguidos de São João (54), Santo Antônio (38), e São Francisco (27).
O nome completo de Paiaiá, povoado baiano há 225 km de Salvador é São José do Paiaiá, cuja população anda na casa de 600 pessoas. "Mas com a minha saída, é possível que a população tenha diminuído", diz o engraçadinho Sílvio, que logo mais (às 19h; Intagram @cspaiaia) entrevistará Jorge Rivers, cantor e compositor angolano, autor de We Are Together.  Essa música fala da Pandemia dos tempos nervorsos que ora vivemos, é interpretada em 5 línguas. Ouço:

https://www.youtube.com/watch?v=9Dh30asiqas


Téo Azevedo e eu compusemos uma marchinha junina para o amigo Emídio Santana gravar.
Letra: Assis Ângelo Música: Téo Azevedo Interpretação: Emidio Santana
Para ouvir é só clicar:

É TEMPO DE FESTA JUNINA (1)



São João está chegando; antes dele, Santo Antônio.
Os festejos juninos datam da Antiguidade, isto é, de antes de Cristo.
No começo de tudo, junho era o mês em que os pagãos enchiam a cara, dançavam, faziam estripulias. A razão disso era a chegada do verão. Esperançoso e pululante, o povão apostava na fertilidade da terra e de tudo mais de bom que lhe viesse.
Incomodada com isso, a santíssima Igreja Católica pôs as unhinhas pra fora e deu um basta. Doravante, já d.C., junho seria também comemorado pelos cristãos. As festas juninas passaram, então, ao calendário católico.
Os festejos aos três Santos (Antônio, João e Pedro) chegaram ao Brasil com a família real e súditos.
Integrante dos festejos, a quadrilha deu um colorido à parte.
A fogueira já existia, desde os pagãos da Antiguidade.
Os fogos de artifício vieram da China, como colaboração pagã.
A culinária, esta muito especial, foi em boa parte extraída do hábito alimentar dos índios.
E depois enriquecida com ingredientes de outros brasileiros. E a música? A música que passou a animar os festejos veio (vejam só!) da França e de mais alguns países da Europa. Estou falando de valsa, polca...
E aí, muito tempo depois, veio o bom baiano Assis Valente (1911-1958), compondo pérolas que se eternizaram na voz de Carmem e Aurora Miranda, e de Chico Alves, que passaria à História como “o rei da voz”.
Quem criou a marchinha junina foi o baiano Valente.
Dada a “deixa”, entrou em cena o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989). Gonzaga, depois de estilizar o baião, estilizou a marchinha junina.
Essa história de festas juninas eu conto no programa Raízes do Brasil, que seria inaugurado no dia 23 de junho 2019 na rádio Cultura AM/FM, de São Paulo. Quer ouvir? Clique:


O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem farto material sobre festas juninas, entre discos, livros e partituras.

POSTAGENS MAIS VISTAS