Eu sou de um tempo não muito distante. Eu sou dali, de 1950.
No tempo em que nasci, em que vivi e continuo vivendo, porque o tempo é o tempo...
Pois bem, Naquele tempo da metade do século passado, havia coisas interessantes, engraçadas, diferentemente do que hoje há em relação ao tempo passado.
O que eu quero dizer com isso?
A pior das mazelas d'um pai de família era ter uma filha namorando com um comunista ou um maconheiro.
Sim, era assim.
Eu ainda nem era adolescente definido, mas já era comunista aos olhos do pai de Carmelita. Carmelita foi minha primeira namorada.
Ouvi hoje a tarde o Fêagacê dizer mais uma vez que é a favor da liberação da maconha, num Congresso realizado agora há pouco em São Paulo. O Ministro Roberto Barroso, do STF, seguiu a linha do FHC.
Esses caras são uns caretas!
Eu não sei o que é maconha, não sei o que são essas coisas.
Eu gosto de cachaça e mulher... Ô coisa boa! Sou do tempo antigo...porém sou a favor da liberação de todas as drogas, eu disse, de todas as drogas! E cada qual que se cuide. E que o Estado nada tenha a ver com isso. É claro, fundamental que se desenvolva uma campanha intensa sobre os malefícios de todas as drogas.
A cocaína nos anos 20, 30, era comprada espontaneamente sem receita médica, em todas as farmácias.
Eu disse que sou a favor de todas as drogas, inclusive mulher?
Mulher é a salvação do mundo, e o resto é droga que entorpece e mata.
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quarta-feira, 29 de março de 2017
NÃO SE VÊ SÓ COM OS OLHOS...
Trouxeram-me hoje a informação de que a ANCINE, Agência Nacional de Cinema, deu um prazo até 2018 para que todos os cinemas do País adaptassem seus prédios para o acesso das pessoas deficientes visuais e auditivas. Bom. Demorou. Legal...
Essa história de que cego não vê é história. Porém é preciso que se dê ao cego mínimas possibilidades de que ele enxergue pelo menos as pessoas que estão à sua volta; pessoas e coisas e vida, que tem a ver com som e abraço.
Sensibilidade também tem a ver com tudo isso. Só não vê quem não quer ver.
A sociedade enxergante tem se recusado a enxergar o ser sem luz nos olhos, ou seja, o cego.
Quem é cego nessa vida, aquele que pode resolver coisas ou aquele que entende que quem pode resolver não resolve? Política pura, não é?
A ANCINE deu um prazo de dois anos para que todos os cinemas do Brasil ofereçam condições para o cego enxergar os filmes passados nas telas. E para que ao deficiente auditivo seja disponibilizada a linguagem de libras. Bom, muito bom.
Em São Paulo, Capital, há atualmente 61 bibliotecas, 39 Centros Culturais, 44 museus e pelo menos 30 teatros oferecendo condições adequadas para o cego e o surdo, para que se sintam a vontade, como cidadãos. É obrigação do Estado não esquecer da população invisível que forma a Nação. Enfim, cegos e surdos e demais pessoas com deficiências várias, nós todos, invisíveis, pagamos impostos.
Como cego, hoje, sinto-me invisível. Mas como cego estou vendo...
NOLL
Morreu hoje o gaúcho João Gilberto Noll, autor de belos livros. Bem no comecinho de 1980, Noll escreveu o romance O Cego e a Bailarina. Vale a pena ler.
Essa história de que cego não vê é história. Porém é preciso que se dê ao cego mínimas possibilidades de que ele enxergue pelo menos as pessoas que estão à sua volta; pessoas e coisas e vida, que tem a ver com som e abraço.
Sensibilidade também tem a ver com tudo isso. Só não vê quem não quer ver.
A sociedade enxergante tem se recusado a enxergar o ser sem luz nos olhos, ou seja, o cego.
Quem é cego nessa vida, aquele que pode resolver coisas ou aquele que entende que quem pode resolver não resolve? Política pura, não é?
A ANCINE deu um prazo de dois anos para que todos os cinemas do Brasil ofereçam condições para o cego enxergar os filmes passados nas telas. E para que ao deficiente auditivo seja disponibilizada a linguagem de libras. Bom, muito bom.
Em São Paulo, Capital, há atualmente 61 bibliotecas, 39 Centros Culturais, 44 museus e pelo menos 30 teatros oferecendo condições adequadas para o cego e o surdo, para que se sintam a vontade, como cidadãos. É obrigação do Estado não esquecer da população invisível que forma a Nação. Enfim, cegos e surdos e demais pessoas com deficiências várias, nós todos, invisíveis, pagamos impostos.
Como cego, hoje, sinto-me invisível. Mas como cego estou vendo...
NOLL
Morreu hoje o gaúcho João Gilberto Noll, autor de belos livros. Bem no comecinho de 1980, Noll escreveu o romance O Cego e a Bailarina. Vale a pena ler.
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